terça-feira, 15 de setembro de 2015

Levy e líder do PSD discutem em reunião com Dilma, relatam deputados

Rosso sugeriu que ministro tire 'férias' e 'desenvolvimentista' assuma.

Presidente reuniu deputados governistas no Palácio do Planalto. 

Montagem com o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)Líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
Na reunião sobre o pacote fiscal realizado nesta terça-feira (15) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff e deputados governistas que participavam do encontro presenciaram uma discussão ríspida entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), sobre a condução da política econômica. A discussão foi relatada ao G1 pelo próprio Rosso e pelo líder do PR, Maurício Quintela Lessa (AL).

G1 entrou em contato com o Ministério da Fazenda para saber a versão do ministro, que não respondeu até a publicação da reportagem.
De acordo com parlamentares presentes e o próprio Rosso, a troca de farpas gerou mal-estar e teve que ser interrompida pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O líder do PSD afirmou que a discussão começou quando ele criticou a política econômica do governo, dizendo que não bastava conter gastos sem estimular a produção e a competitividade do setor empresarial. Segundo Rosso, Levy não gostou e iniciou uma “briga feia”.“Ele se ressentiu e travou uma briga feia comigo. Ele falou que o rebaixamento da nota de investimento do Brasil pela Standard & Poor's também foi problema do Congresso”, contou o líder do PSD. 
deputado disse que rebateu a transferência de responsabilidade para o Legislativo e sugeriu que Levy saísse de “férias” para melhorar a situação econômica do país. “Eu disse: 'eu li em inglês o relatório da agência de risco, que fala em deterioração fiscal. Inclusive, eu sugiro que o senhor saia um mês de férias e coloque um desenvolvimentista, para ver se a nota não melhora'”, relatou o líder do PSD ao G1.
De acordo com Rosso, Levy se irritou mais ainda e respondeu ser contra criar “programinhas” de incentivo a setores específicos. A criação de benefícios fiscais e desonerações tributárias para setores considerados estratégicos foi uma característica marcante da gestão do ex-ministro da Fazenda Guigo Mantega.

“Ele falou que colocar programinha para isso e para aquilo não funciona. E eu disse que o olhar matemático dele não dava certo. Nesse momento o clima ficou ruim e o Aloizio Mercadante interveio”, disse.

Questionado sobre a declaração de Levy ao responsabilizar o Congresso sobre o rebaixamento da nota do Brasil, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não estava presente na reunião com Dilma, fez duras críticas à política econômica do governo e ao próprio Levy. "Eu acho um absurdo ele falar isso, é até um desrespeito ao Congresso ele falar isso", disse.

O peemedebista afirmou que o Executivo não tinha nenhum motivo para reclamar do Congresso, já que todas as medidas do pacote de ajuste fiscal enviadas pelo governo haviam sido aprovadas pelos parlamentares.

“Ele não tem razão nenhuma para reclamar do Congresso Nacional da incompetência deles de conseguir gerir as contas públicas. Se eles não têm capacidade de buscar o equilíbrio fiscal, não culpem o Congresso, que não recusou nada até agora”, afirmou.

Cunha acrescentou que o comentário do ministro da Fazenda só prejudica o trâmite das medidas sugeridas pelo governo. “Ele não tem razão nenhuma de culpar o Congresso. Isso, em vez de ajudar, vai atrapalhar ainda mais o trâmite das medidas dele”, disse.

O líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL), confirmou o desentendimento entre Levy e Rosso. “O líder do PSD defendeu uma política mais desenvolvimentista, de estímulo à competitividade. O ministro da Fazenda rebateu dizendo que o que era preciso fazer era ajuste fiscal e que tudo além disso era adereço.”
Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

FONTE: G1

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