sábado, 30 de novembro de 2013

Dilma cresce e oposição encolhe, aponta Datafolha


De junho para cá, os pré-candidatos a presidente fizeram o possível para recuperar a popularidade perdida por causa do abalo provocado pelas manifestações de rua em todo país. Por enquanto, só a presidente Dilma Rousseff segue em trajetória ascendente. A oposição oscila entre bons e maus momentos, e agora encolheu um pouco mais, segundo o Datafolha.

Dilma ou seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, lideram a corrida presidencial em todos os cenários mais prováveis para 2014 --o Datafolha testou nove combinações de nomes.

A presidente pontua de 41% a 47%, dependendo de quem são seus adversários. Lula oscila de 52% a 56%.

O Datafolha entrevistou 4.557 pessoas em 194 municípios na quinta e na sexta-feira. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Apesar do conforto momentâneo que oferecem a Dilma, os eleitores emitem um sinal contraditório para a petista. Dois terços dizem preferir que "a maior parte das ações do próximo presidente seja diferente" das adotadas por ela.

Entre todas as simulações com os nomes dos pré-candidatos, o cenário que parece mais provável hoje é também aquele em que Dilma está mais bem colocada. Ela tem 47% contra 19% de Aécio Neves (PSDB) e 11% de Eduardo Campos (PSB). Em outubro, ela pontuava 42%. O tucano tinha 21% e o socialista, 15%.

Nesse cenário, o percentual de eleitores que vota em branco, nulo ou que se diz indeciso ficou inalterado em 23%, de outubro até agora. Ou seja, a petista cresceu extraindo votos dos dois adversários diretos nesse período. Ganharia no primeiro turno.

A presidente só não venceria hoje a eleição na primeira votação nos cenários em que Marina Silva aparece como candidata. Ocorre que a ex-senadora se filiou ao PSB e não é certo que vá concorrer como cabeça de chapa nas eleições do ano que vem.

Numa das simulações, a petista fica com 41% contra 43% dos outros dois adversários somados (Marina registra 24% e José Serra 19%). Mas Dilma está se recuperando. Em outubro, tinha 37%, contra 28% de Marina e 20% de Serra.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, testado num dos cenários, aparece com 15%, numericamente em segundo lugar. Dilma, com 44%, venceria no primeiro turno. Aécio teria 14%. Campos, 9%.

Diferentemente de Dilma, o ex-presidente Lula venceria a disputa no primeiro turno nos quatro cenários em que seu nome aparece --inclusive contra Marina e Serra.

Editoria de arte/Folhapress


FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1379114-dilma-cresce-e-oposicao-encolhe-aponta-datafolha.shtml

Quatro bombeiros feridos no incêndio do Memorial em SP estão na UTI

Cinco bombeiros feridos no incêndio que destruiu ontem o Memorial da América Latina permanecem internados no Hospital das Clínicas de São Paulo. Quatro deles estão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), segundo a assessoria do HC.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o estado desses quatro bombeiros é grave, mas estável. Desde ontem, 25 bombeiros passaram pelo hospital. Alguns deles foram internados por intoxicação e outros por queimaduras internas, causadas pela inalação de fumaça.


O Corpo de Bombeiros informou que um dos profissionais não está na UTI porque teve apenas ferimentos nas mãos.

Incêndio no Memorial da América Latina

 
Incêndio atinge auditório do Memorial da América Latina, em São Paulo; bombeiros tentam conter as chamas

Caixas com documentos importantes podem ter sido destruídas no incêndio. A perícia e a Defesa Civil, porém, ainda não concluíram a vistoria para mensurar os estragos.

Um dos funcionários responsáveis pelo arquivo do Memorial Francisco de Assis Gomes, 67, está preocupado com o estado da documentação. "Há várias caixas de documentos que eu mesmo arquivei lá, inclusive plantas originais do [arquiteto] Oscar Niemeyer (1907-2012)", disse.

No início da tarde, o major Wagner Lechner afirmou que mesmo com a destruição do auditório e cerca de 90% da estrutura, os documentos ainda podem ser salvos. "Apenas os corredores e salas da construção estão bem preservados", disse.

MEMORIAL

O memorial foi inaugurado em 18 de março de 1989 e ocupa uma área de 84.480 m² na Barra Funda, zona oeste. O projeto foi desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) com desenho do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/11/1379041-quatro-bombeiros-feridos-no-incendio-do-memorial-em-sp-estao-na-uti.shtml

Enquanto não tivermos independência "política" continuaremos a ter uma segurança pública falida


"Como Delegado de Polícia do Rio de Janeiro é meu dever moral e jurídico esclarecer ao povo carioca os motivos pelos quais enfrentamos este caos na Segurança Pública.

Em primeiro lugar, fique você sabendo que a nossa legislação permite que qualquer pessoa, independentemente de sua qualificação profissional, assuma o cargo de Secretário de Segurança Pública.

Isto significa que as Polícias Militar e Civil estão sob a direção de pessoas que nem sempre têm qualquer conhecimento jurídico e operacional para exercer sua função pública. 

Isto significa também que o Governador eleito pelo povo indica o Comandante da Polícia Militar e o chefe de Polícia Civil, que podem ser demitidos a qualquer momento.

Estes por sua vez, indicam os comandantes de cada Batalhão e os Delegados Titulares de cada Delegacia, que por sua vez, são também afastados de seus cargos por qualquer motivo. 

Digo, portanto, que a Polícia Civil é absolutamente política e serve aos interesses políticos dos que foram eleitos pelo povo. Quando os afastamentos de Delegados são políticos e não motivados por sua competência jurídica e operacional, o resultado é a total falta de profissionalismo no exercício da função. 

Este é o primeiro indício de como a nossa Lei trata a Polícia. Se a Polícia é política quem investiga os políticos? 

Você sabia que o papel da Polícia Militar é exclusivamente o patrulhamento ostensivo das nossas ruas? 
 
E por isso é a Polícia que anda fardada e caracterizada e deve mostrar sua presença ostensiva, dando-nos a sensação de segurança. 

Você sabia que o papel da Polícia Civil é investigar os crimes ocorridos, colhendo todos os elementos de autoria e materialidade e que o destinatário desta investigação é o Promotor de Justiça que, por sua vez, os levará ao Juiz de Direito que os julgará, absolvendo ou condenando?

Então, por que nossos governadores compram viaturas caracterizadas para a sua polícia investigativa? Então, por que mandam a Polícia Civil patrulhar as ruas e não investigar crimes?

Parece piada de muito mau gosto, mas é a mais pura e cristalina realidade. 

Você sabia que o Poder Judiciário e o Ministério Público são independentes da Política e a Polícia Civil é absolutamente dependente? 

Assim, a Polícia Civil é uma das bases que sustenta todo o nosso sistema criminal, juntamente com o Judiciário e o Ministério Público. 

Se os Delegados de Polícia têm essa tamanha importância, por que são administrativamente subordinados à Secretaria de Segurança e a Governadores que são políticos? 

Porque ter o comando administrativo da Polícia Civil de alguma forma serve aos seus próprios objetivos políticos, que passam muito longe dos objetivos jurídicos e de Segurança Pública.

Assim, quero dizer que o controle da Polícia Civil está na mão da política, isto é, do Poder Executivo.

Tais políticos controlam um dos tripés do sistema criminal, o que gera prejuízos tremendos e muita impunidade. Não é preciso ser inteligente para saber que sem independência não se investiga livremente. É por isso que os americanos criaram agências de investigação independentes para fomentar sua investigação criminal. 

Em segundo lugar, fique você sabendo que os policiais civis e militares ganham um salário famélico. 

Você arriscaria sua vida por um salário de fome? 

Que tipo de qualidade e competência têm esses policiais? 

Se a segurança pública é tão importante, por que não pagamos aos nossos policiais salários dignos, tais quais são os dos Agentes Federais? e o Governo não tem dinheiro para remunerar bem quem é importante para nós, para que teria dinheiro? 

Em minha opinião, há três tipos de policiais: os que são absolutamente corrompidos; os que oscilam entre a honestidade e a corrupção e os que são honestos. 
Estes trabalham em no mínimo três "bicos" ou estudam para sair da polícia de cabeça erguida.

De qual dessas categorias você gostou mais?
Parece que com esses salários, nossos governantes, há tempos, fomentam a existência das primeira e segunda categorias. 

É isto o que você quer para sua cidade? - Mas é isso que nós temos! É a realidade mais pura e cristalina! 
O que vejo hoje são procedimentos paliativos de segurança pública destinados à mídia e com fins eleitoreiros, pois são elaborados por políticos. Mas então, o que fazer?

Devemos adotar uma política de segurança a longo prazo. A legislação deve conferir independência funcional e financeira à Polícia Civil com seu chefe eleito por uma lista tríplice como é no Judiciário e no Ministério Público. 

A Polícia Civil deve ser duramente fiscalizada pelo Ministério Público que deverá também formar uma forte Corregedoria. 
O salário dos policiais deverá ser imediatamente triplicado e organizado um sério plano de carreira. 

Digo sempre que se a população soubesse qual a importância do salário para quem exerce a função policial, haveria greve geral para remunerar melhor a polícia. Mas a quem interessa que o policial ali da esquina ganhe muito bem? - Será que ele vai aceitar um "cafezinho" para não me multar ou para soltar meu filho surpreendido com drogas? 
Será que não é por isso também que não temos segurança?

Fiquem todos sabendo que se o policial receber um salário digno não mais haverá escalas de plantão e, conseqüentemente, não haverá espaço físico para que todos trabalhem todo dia, como deve ser. 

Fiquem sabendo que a "indústria da segurança privada" se tornará pública, como deve ser. 

Fiquem sabendo também que quem vai ao jornal defendendo legalização de emprego privado para policiais, não deseja segurança pública e sim, segurança para quem pode pagar. 

Desafio à comunidade social e jurídica a escrever sobre estes temas e procurar uma POLÍTICA DE SEGURANÇA realmente séria e não hipócrita, como é a que estamos assistindo Brasil afora. 

AUTORIZO A PUBLICAÇÃO IRRESTRITA DESTE TEXTO. 
Façam um favor ao Estado do Rio de Janeiro, enviem para todas as pessoas que conhecerem

Dr. TARCÍSIO ANDRÉAS JANSEN
DELEGADO DE POLÍCIA"

Romaria a presídio foi um equívoco, diz Dilma a petistas

Apesar de ter determinado silêncio no governo sobre as prisões dos condenados do mensalão, a presidente Dilma Rousseff reprovou o regime privilegiado que permitiu visitas fora de hora aos petistas presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.


Ela considerou um erro a romaria de políticos que foi à cadeia visitar os petistas na primeira semana de detenção. E vê o risco de que outros presos e seus parentes fiquem revoltados com a situação.


Em viagem a Fortaleza no dia 22, Dilma discorreu sobre os três anos em que ficou presa durante o regime militar e, diante de ministros e congressistas, falou sobre o que a experiência lhe ensinou para evitar problemas na prisão.


Além de auxiliares do primeiro escalão, estavam a bordo do avião presidencial o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), irmão do deputado José Genoino (SP), preso na Papuda com o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.


Pedro ladeira - 21.nov.2013/Folhapress
Familiares de presos fazem fila para visitar parentes no presídio
Familiares de presos fazem fila para visitar parentes no presídio


A romaria de políticos à Papuda reuniu 26 deputados do PT no dia 20 para ver Dirceu, Delúbio e Genoino --que depois saiu do cárcere para tratamento médico e aguarda decisão sobre seu destino.


Dilma recomendou aos petistas que as visitas sejam breves para não irritar os familiares dos demais presos, com acesso mais restrito às áreas de segurança e sempre submetidos a controle rígido para conseguir entrar no local.


O mandato assegura aos congressistas visitas fora dos dias convencionais. Mas a caravana de políticos irritou familiares dos presos que formam filas nas madrugadas dos dias de visita e gerou críticas. Para Dilma, episódios assim podem gerar animosidade desnecessária na Papuda contra os petistas presos.


"Eu estive lá, sei como é", disse a presidente, conforme relatos de participantes da viagem a Fortaleza, relembrando seus anos na Torre das Donzelas, apelido da ala onde ficava no antigo presídio Tiradentes de 1971 a 1974.


Dilma afirmou que a regra básica no cárcere é conquistar a confiança dos outros presos. Também é "fundamental saber cozinhar", aconselhou a presidente durante a conversa no avião.


Para ela, além de garantir a qualidade da comida, o trabalho na cozinha ajuda a matar o tempo e pode funcionar como terapia. No regime semiaberto ao qual estão submetidos os petistas, é possível ser selecionado para trabalhar na cantina da cadeia.


"Os presos comuns e os carcereiros eram nossos aliados", disse. Na ditadura, os carcereiros costumavam comprar livros encomendados pelos presos políticos. Assim como os outros detentos muitas vezes transportavam bilhetes trocados entre os homens e mulheres detidos por se opor ao regime militar.


Em seguida, conforme contaram alguns dos presentes durante a viagem a Fortaleza, Dilma classificou como "tremenda bola fora" a exibição de tratamento diferenciado.


Apesar das críticas, a presidente manifestou, mais uma vez, preocupação com a saúde de Genoino. Operado para uma correção na artéria aorta recentemente, ele teve um pico de pressão e foi hospitalizado. Agora aguarda decisão sobre seu destino na casa de um parente. Duas juntas médicas consideraram que seu quadro não é grave.


NATUZA NERY
VALDO CRUZ

DE BRASÍLIA

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1378847-romaria-a-presidio-foi-um-equivoco-diz-dilma-a-petistas.shtml

Quinto presídio de segurança máxima do país será construído no DF

O Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen/MJ) divulgou o nome da empresa que ficará responsável pela construção de um novo presídio de segurança máxima especial no Distrito Federal.

 Após a abertura dos envelopes, a Construtora RV Ltda foi declarada vencedora da concorrência por menor valor global. ...

A penitenciária será construída na Fazenda Papuda, em São Sebastião (DF). O projeto é igual ao dos outros quatro estabelecimentos federais de segurança máxima, que estão situadas em Campo Grande (MS), Mossoró [RN], Porto Velho [RO] e Catanduvas (PR).

Com custo estimado de R$ 34,8 milhões. A conclusão da quinta penitenciária federal, que conclui a primeira fase do Sistema Penitenciário Federal, está prevista para dezembro de 2014.

Fonte: Radioagência MJ de Notícias

GDF usa bônus-arma para conter crise da PM

Primeiro repasse por armas de fogo apreendidas será pago nos contracheques de dezembro. Governo tenta conter insatisfação da categoria, que pressiona com operação tartaruga.

A suspensão do plano de saúde da Polícia Militar, anunciado na última terça e revertido ontem, após a exoneração do coronel responsável pelo setor, deu fôlego a uma operação padrão convocada por lideranças de servidores da área de segurança. ...

Até agora, o governo vinha considerando que a adesão ao movimento era baixa, já que índices de criminalidade não estavam aumentando. O número de homicídios em novembro, por exemplo, está em 52 até agora; enquanto houve 68 casos no mesmo mês do ano passado.

Agora, com a liberação já no salário de dezembro de aproximadamente R$ 500 mil para PMs, bombeiros, agentes penitenciários e de trânsito, o GDF espera minimizar os efeitos da crise do plano de saúde, que deu a força à operação tartaruga. Como militares não podem fazer greve, quem adere ao movimento atrasa atendimentos de propósito ao não ultrapassar, por exemplo, a velocidade da via em perseguições.

O bônus que vai engordar o fim de ano é resultado da regulamentação de uma lei publicada em junho, que prevê o pagamento de valores entre R$ 400 e R$ 1.200 para equipes que apreendem armas irregulares. O valor depende do calibre e da restrição de uso do armamento.

Os R$ 500 mil serão pagos como recompensa por aproximadamente 900 armas tiradas das ruas. E, se a Justiça não considerar a lei inconstitucional, como pede o Ministério Público, os pagamentos serão mensais a partir de janeiro.

Fonte: Raphael Veleda - Jornal Metro Brasília

PGR vai apresentar ações contra parlamentares 'infiéis'

Alvos serão políticos que se filiaram a partidos recém-criados e depois voltaram para siglas tradicionais; PGR não informou nomes.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira que vai apresentar à Justiça “mais de uma dezena” de pedidos de cassação de parlamentares. ...

Os alvos dos processos serão os "infiéis": políticos que usaram partidos em processo de criação como "escala" para driblar a legislação e se filiar a outras siglas tradicionais. Janot não informou o nome dos parlamentares que estão na mira do Ministério Público.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o troca-troca partidário só é permitido quando há perseguição contra um filiado, se a sigla altera sua linha programática ou nos casos de criação ou fusão de legendas.

Neste ano, entretanto, parlamentares migraram para os recém-criados Pros e Solidariedade e, em seguida, aderiram a siglas tradicionais. “Já tomamos a iniciativa judicial. Serão mais de uma dezena de ações para cassação desses mandatos”, disse Janot.

Para explicar a situação, o procurador-geral comparou a mudança de legenda a uma viagem de avião com escalas. “Quando eu pego um voo daqui para Fortaleza e faço uma escala em Salvador, meu voo continua sendo Brasília-Fortaleza. O que fiz foi uma simples escala em Salvador. Quando esses parlamentares vão de um partido existente para outro existente, com uma escala em um novo, na verdade isso é uma forma de superar o obstáculo da fidelidade partidária”, disse.

Fonte: Laryssa Borges - Revista Veja

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Dirceu foi contratado em hotel de Brasília por R$ 20 mil mensais

Carteira de trabalho do ex-ministro José Dirceu em hotel em Brasília. O salário será de R$ 20 mil                     

Carteira de trabalho do ex-ministro José Dirceu em hotel em Brasília. O salário será de R$ 20 mil

 
 
O ex-ministro José Dirceu, preso devido à condenação no processo do mensalão, foi contratado pelo hotel Saint Peter, em Brasília, como gerente administrativo, por um salário de R$ 20 mil mensais. A carteira de trabalho dele foi assinada no último dia 22.

Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no regime semiaberto, o que lhe dá direito a sair durante o dia para trabalhar. A defesa dele entrou, então, com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para que ele possa trabalhar durante o dia.
Os documentos de contratação de Dirceu constam do pedido entregue ao STF, disponível no andamento eletrônico do processo.
  
No pedido, a defesa ressalta que Dirceu "preenche todos os requisitos necessários para que lhe seja deferida a possibilidade trabalho externo. Além de estar cumprindo pena em regime no qual se admite tal medida, o requerente possui toda sua documentação pessoal em ordem", além de possuir "proposta concreta de trabalho", exigência legal para que seja concedido o benefício do trabalho externo. Diz que, inclusive, "já elaborou e assinou o competente contrato de trabalho e carimbou carteira de trabalho do requerente".

O pedido feito ao tribunal destaca que consta do contrato de trabalho que o hotel está ciente quanto às restrições de horário de Dirceu, uma vez que precisará passar as noites na cadeia. Segundo o contrato, o horário de trabalho dele será das 8h às 17h, com almoço de uma hora, das 12h às 13h. Na ficha de solicitação de emprego, Dirceu diz que está se candidatando à vaga por "necessidade e por apreciar hotelaria e área administrativa".

Preso em 15 de novembro junto com outros réus do processo, Dirceu candidatou-se à gerência do hotel brasiliense três dias depois, em 18 de novembro.

O estabelecimento fica na quadra 2 do Setor Hoteleiro Sul de Brasília, próximo à área central da capital, como a Esplanada dos Ministérios.

Dirceu também foi condenado a dois anos e 11 meses de prisão pelo crime de formação de quadrilha, mas, como teve quatro votos favoráveis em sua condenação, será julgado novamente pelo STF no ano que vem. No julgamento, o STF considerou que Dirceu era o chefe da quadrilha do mensalão.

 Fachada do Hotel Saint Peter, que fica no setor hoteleiro sul, em Brasília, onde o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, um dos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento com o mensalão, foi contratado como gerente administrativo, por um salário de R$ 20 mil. A carteira de trabalho dele foi assinada no último dia 22. Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no regime semiaberto, o que lhe dá direito a sair durante o dia para trabalhar. A defesa dele entrou, então, com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para que ele possa trabalhar durante o dia Pedro Ladeira/Folhapress

Óleos prometem reduzir a fome, mas faltam provas sobre os benefícios


O cardápio da moda para emagrecer inclui colheradas de gordura --o que parece estranho, já que uma colher de sopa de óleo de coco, linhaça ou cártamo, populares em sites de dieta, tem cerca de 120 calorias, o mesmo que um bombom recheado.

Mas, segundo os fabricantes, apesar do alto valor calórico, essas gorduras vegetais aceleram o metabolismo e aumentam a saciedade, ajudando na perda de peso.

As promessas são vendidas a preços salgados: 260 ml de óleo de semente de chia, rico em ômega 3, custam R$ 59,90 na rede Mundo Verde.

O sucesso das gorduras para emagrecer começou com o óleo de coco, que explodiu no verão de 2012. De lá para cá a lista só cresceu (veja ao lado).

Ainda está longe, porém, de haver um consenso sobre os benefícios dos produtos.

Adriano Vizoni/Folhapress
Da esq. para a dir., óleo de cártamo, cápsulas de chia, óleo e cápsulas de abacate e óleo de linhaça
Da esq. para a dir., óleo de cártamo, cápsulas de chia, óleo e cápsulas de abacate e óleo de linhaça

"A literatura científica sobre o óleo de coco é ampla", defende Natana Martins, nutricionista do Herbarium, marca de fitoterápicos e suplementos. Segundo ela, o efeito emagrecedor é atribuído à propriedade termogênica da gordura do coco (que aumenta a queima de calorias no corpo).

Mas, para o nutrólogo Edson Credidio, pesquisador da Unicamp, essa ação ainda não foi comprovada. "As pesquisas encontraram tanto benefícios como malefícios no alimento e não foram capazes de explicar o mecanismo envolvido", diz.

A nutricionista Annie Belo, pesquisadora do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio, orienta um estudo sobre óleo de coco com 130 voluntários. A pesquisa será apresentada em março, mas já há uma prévia dos resultados.

"O óleo teve efeito adjuvante na redução da circunferência da cintura", diz. Ela ressalta que os participantes seguiram uma dieta acompanhada por nutricionista, porque o óleo de coco, sozinho, engorda. "Não há milagre."

À espera do efeito milagroso descrito em blogs, a assessora jurídica Sheilla Lovato, 27, tentou emagrecer só com óleo de coco, primeiro em colherada, depois em cápsulas.

"Deu muito errado. Passei mal", conta. Ela tomou 500 gramas de óleo em um mês. "Tentei de todo jeito: puro, na salada... Não funcionou. Tive diarreia e ânsia. Se emagreci foi de tanto passar mal."

Tomar o óleo pode mesmo causar diarreia, principalmente em grandes quantidades, diz a nutricionista e bioquímica Lucyanna Kalluf.

Ela recomenda no máximo duas colheres de chá ao dia, aliadas a uma alimentação saudável. "Óleo de coco é uma gordura saturada --pode aumentar o colesterol."

ÔMEGAS

Mais novos no arsenal das dietas, os óleos de chia, cártamo (planta da família do crisântemo), abacate e linhaça são boas fontes de ômega 3, 6 e 9, gorduras mais saudáveis que as saturadas e que ajudam na manutenção da saúde cardiovascular.

editoria de arte/editoria de arte

Mas não emagrecem, de acordo com a nutricionista Ana Maria Lottenberg, do Laboratório de Lípides do Hospital das Clínicas de SP. "É uma falácia. Quem emagrece tomando óleo é porque faz outras mudanças alimentares em conjunto", diz.

A estudante Nicole Olive, 19, toma três cápsulas de óleo de cártamo por dia há quatro meses e perdeu três quilos. "Dá resultado, sim", diz. Mas, além de tomar o óleo, Nicole cortou refrigerante e frituras e caminha quase todo dia. "Acho que as cápsulas ajudam a controlar a fome."

O óleo de cártamo é fonte de ômega 6, ácido graxo essencial que também é encontrado no óleo de soja, canola e milho. "Não precisamos consumir ômega 6 do cártamo, que é caríssimo. É melhor variar entre outros óleos mais baratos", diz Lottenberg.

O ômega 9 do abacate é o mesmo do azeite, e o ômega 3 do óleo de chia e de linhaça é encontrado nesses alimentos na forma de semente. "Não faz sentido comprar o óleo, mas as sementes de linhaça e chia, sim, porque têm fibras e aumentam a sensação de saciedade", diz ela.

Para a nutricionista Alessandra Rodrigues, o brasileiro já consome muita gordura. "Tomar um suplemento via oral ultrapassaria as recomendações diárias." E não importa se a gordura é boa ou ruim: "Em excesso, vai engordar e fazer mal".

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/11/1376578-oleos-prometem-reduzir-a-fome-mas-faltam-provas-sobre-os-beneficios.shtml

Contratado por hotel, José Dirceu pede a Barbosa autorização para trabalhar

 



José Dirceu pediu ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, autorização para deixar o presídio da Papuda com o objetivo de realizar “trabalho externo” durante o dia. Apresentou cópia de contrato de trabalho e registro em carteira. Foi admitido como “gerente administrativo” de um hotel de quatro estrelas em Brasília, o St. Peter Hotel.

O pedido de Dirceu foi formalizado na noite desta segunda-feira (25) em petição assinada por seus advogados: José Luís de Oliveira Lima, Camila Torres César e Daniel Kienel. O documento tem quatro folhas. Os defensores do condenado recordam que, por ora, apenas a parte da sentença referente ao crime de corrupção ativa “transitou em julgado”.

Por esse crime, Dirceu foi sentenciado a cumprir pena de 7 anos e 11 meses, em regime inicialmente semiaberto. “Torna-se admissível a realização de trabalho externo, conforme preceitua o artigo 35, parágrafo 2º do Código Penal”, anotam os advogados. Preso em 15 de novembro, Dirceu candidatou-se à gerência do hotel brasiliense três dias depois, em 18 de novembro.

O pedido foi aceito instantaneamente. Os advogados informaram a Joaquim Barbosa que Dirceu já foi inclusive “admitido no quadro de funcionários do referido hotel”. Anexaram à petição cópias do pedido de emprego do preso, do contrato de trabalho e do registro na carteira profissional.

O hotel que empregou Dirceu dedicou-lhe uma compreensão que os presidiários têm dificuldade de encontrar no mercado de trabalho. Aceitou todas as limitações que a condição de preso impõe ao novo empregado. Ao expressar sua absoluta concordância com tudo, a casa de hóspedes chegou mesmo a confundir regime prisional com “regime profissional”.

O empregador de Dirceu anotou no contrato de trabalho que “tem plena ciência e anui com as condições do empregado no sentido de cumprir a atividade laboral, seja no tocante a horário, seja por outra exigência, a qualquer título, relativamente ao regime profissional semiaberto ou outro que seja determinado pelo Poder Judiciário para cumprimento da pena a que foi submetido em razão da condenação na ação penal 470.”

O estabelecimento fica na Quadra 2 do Setor Hoteleiro Sul de Brasília, a poucos minutos da Esplanada dos Ministérios. Dirceu informou ao STF que, na Capital, seu domicílio é a casa da filha. O pedido do ex-ministro da Casa Civil de Lula ainda não foi analisado por Joaquim Barbosa.

Josias de Souza

FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/11/26/contratato-por-hotel-jose-dirceu-pede-a-barbosa-autorizacao-para-trabalhar/

A falácia da desmilitarização da polícia

No País em que latrocidas e estupradores são chamados de “reeducandos”, o governo federal quer que o policial que mata um sequestrador para salvar o refém seja chamado de “homicida”

 
Criar um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a PM de sua farda — eis as propostas que prometem revolucionar a segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2 de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT). ...

“O sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido” — com essa declaração, proferida numa audiência pública realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais militares colocando em descrédito a própria corporação a que pertencem. É o caso do livro “O Guardião da Cidade” (Editora Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político Celso Lafer.

Nesse trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como forma de combater a tortura. Em meu artigo da semana passada, procurei demonstrar que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta, nos direitos da pessoa humana.

Sobrevivendo na Gestapo brasileira

Em vários momentos do livro, de modo quase indisfarçável, Paes de Souza compara a Polícia Militar brasileira com a Gestapo de Adolf Hitler e descreve o produto das ações da PM como um novo campo de concentração nazista. Citando um artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência, Massa­cre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os 493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos — todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o faz em sua tese.

Para a psicóloga Maria Auxi­liadora Arantes, citada no livro “O Guardião da Cidade”, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte frase: “De fato, Auschwitz faz-se presente”. Reparem: Paes de Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar — instituição em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel — com a violência das forças nazistas nos campos de concentração de Hitler.

O cientista político Celso Lafer, responsável pela dissertação de mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho: “Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?” Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar, apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra universitária, o tenente-coronel Paes de Souza deveria ter respondido para si mesmo essa pergunta.

Na condição de tenente-coronel da Gestapo brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza foi cúmplice do holocausto que denuncia ou foi omisso diante dessa carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria pôr a mão na própria consciência antes de se arvorar a defender tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas universidades.

Não é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em seu livro, citando Albert Hirschman, Paes de Souza fala que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se esconde numa carreira burocrática, pontificando sobre direitos humanos, longe do tiroteio das ruas. Paes de Souza deveria explicar como sobreviveu ao horror que denuncia. Foi por essa terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.

Depoimentos de PM homicidas


Para exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo jornalista Bruno Paes Manso, do jornal “O Estado de S. Paulo”. Em junho de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos da escolha homicida e das carreiras no crime”. O trabalho de Manso que resultou na tese já havia lhe rendido o livro “O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma do Assassino em São Paulo” (Editora Record, 2005), no qual o tenente-coronel buscou os depoimentos.

Os policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve” e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas. O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”, afirma o policial. De origem nordestina, o policial contou que seu pai era PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão. Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na polícia, por meio de concurso público.

“Fui designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal, prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar com a criminalidade na região. O PM conta que, numa ocasião, prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado, inclusive deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.

“Nesse momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”, afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade dos bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda: “Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam delatados, em virtude de outras ocorrências.

Um dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito horas regulamentares que o Estado lhe pagava e mais oito em que combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de 4 anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento, achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de Souza.

Mais confrontos, mais mortes

Esse é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3) justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e transferência da culpa para a corporação militar. O livro “Sangue Azul” (Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel, também segue esse padrão. E parece que o recém-lançado “Como Nascem os Monstros” (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também não foge à regra.

Um sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que “se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais armada e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais mortes.

Ora, simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos de experiência como policial, utiliza esses depoimentos para corroborar teses injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. O tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre segurança pública acreditam que basta alugar o ouvido de um soldado com perorações sobre direitos humanos para que, no outro dia, ele saia à rua com flores na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças no colo, até que surja um marginal armado e esse policial, consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos, para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado com dignidade.
 

Completa inversão de valores


Uma análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação, do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação os transformou em violentos. O potencial de violência já estava presente neles — ou não teriam sonhado em ser policiais. Polícia não é assistência — é contenção. Por isso, tem de ser viril.

A testosterona que faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Por isso, ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho — por maior que seja — não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a natureza mais profunda de ambos se alimenta da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90% dos crimes que são praticados em qualquer cultura humana em todos os tempos. Por isso, o policial corajoso precisa ser tratado como verdadeiro herói pela sociedade. Mas não basta. Como o ser humano é um ser relativo e não consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação, é preciso enaltecer o policial — e, ao mesmo tempo, punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a diferença entre ambos.

Todavia, hoje ocorre justamente o contrário. O policial se revolta ao proteger de linchamento o estuprador de uma criança porque sabe que não será feita justiça. Mesmo esse tipo de criminoso tem direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas de direitos humanos. A população brasileira não tem consciência disso, mas até os criminosos que matam ou estupram mulheres acabam tendo benefícios absurdos, como visita íntima na cadeia, o que as feministas defensoras dos direitos humanos traduzem como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é como direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la.

O preso não pode ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer solitariamente sua libido. Seria uma tortura psicológica privá-lo desse instinto básico. Mas isso não significa que ele tem o direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a visita — e sempre usa — para transmitir recados aos comparsas fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.

O mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida passar fome na cadeia é garantir-lhe um direito humano básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas. O preso tem direito a remissão de pena não só por dias trabalhados, mas também por horas de estudo e até leitura de romances. Ou seja, o que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade, direitos civis, que deveriam ser privativos do cidadão que respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua pena.

Hoje, a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das políticas públicas do governo petista, o policial militar se tornou o verdadeiro inimigo público, enquanto se concede ao criminoso o monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário, estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção policial”.

A alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um auto de resistência levante suspeitas. Prova disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da corporação no Brasil. A Polícia Militar não é necessariamente pior do que a Polícia Federal, a Polícia Civil, o Judiciário, o Ministério Público, a OAB. Se os maus elementos de cada uma dessas corporações fossem enforcados nas tripas dos maus elementos das outras, garanto que não sobrariam condenados nem tripas. Principalmente quando se leva em conta o contexto em que cada uma delas atua — e, nesse caso, o contexto da Polícia Militar é, sem dúvida, o pior. Nenhuma instituição tem o monopólio do bem ou do mal. E ainda que a Polícia Militar fosse mesmo a pior de todas essas instituições, eu pergunto: convém desmilitarizar a polícia num País em que o bandido preso transforma até a cadeia em quartel do crime?

Fonte: José Maria e Silva - Jornal Opção

35,4% ainda não fizeram cadastro biométrico

 

Cerca de 647 mil eleitores ainda não fizeram o recadastramento biométrico. Isso representa 35,4% da população que não tem condições de votar nas eleições de 2014. ...

Até a quinta-feira passada, 1.180.870 eleitores já tinham tirado o novo título de leitor pela biometria, o equivalente a fatia de 64,6% dos eleitores do DF. A determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que até 31 de março de 2014 100% dos eleitores tenham seus dados em dia com o novo cadastro.

A biometria pode ser realizada em qualquer unidade de atendimento da Justiça Eleitoral, como cartórios, postos e postos avançados. É recomendável fazer o agendamento biométrico para a marcação prévia de data e hora para efetuar o seu recadastramento eleitoral. Pode ser feito pelo site ou telefone (61) 3048-4000, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. No agendamento, o eleitor deverá apresentar o título de eleitor antigo e um documento de identificação e um comprovante de domicílio, todos originais.

Fonte: Jornal Destak - Brasília

Tragédia anunciada

 

O senador Aloysio Nunes Ferreira PSDB/SP vai convocar na próxima semana para uma audiência pública no Senado Federal o prefeito de São José do Rio Preto, o ministro dos Transportes, o presidente da Antt e do Dnit, além de membros do Ministério Público e os diretores da ALL, atual concessionária da ferrovia que corta a cidade em uma área de forte densidade urbana e que provocou a tragédia que matou ao menos 8 pessoas no sábado.
 
O senador criticou duramente o Dnit que recebeu uma determinação do então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento para melhorar a mobilidade urbana dos trens que cortam ruas de São José do Rio Preto e melhorar a segurança da ferrovia e nada fez.

 
No entanto, o Dnit engavetou o projeto e só se manifestou após o acidente que tirou vidas humanas, e teve forte repercussão na mídia. Mesmo com os técnicos do órgão em Brasília sabendo que um acidente de graves proporções como o de sábado estava na eminência de acontecer a qualquer momento o projeto continuou engavetado.
 

Preparando a volta

 

Para fechar a semana o Senado Federal vai realizar na sexta 29 uma sessão especial destinada a comemorar o centenário de fundação da Universidade Federal de Itajubá (MG), cidade natal do ex-governador do DF, José Roberto Arruda.
 
 
Há quem aposte que o ex-governador vai aproveitar e dar uma passadinha no plenário da casa para rever velhos amigos e movimentar a agenda política no fim de semana na Capital Federal.
 
Prova de fogo
 
A guerra para a nomeação de novos nomes para compor o conselho diretor da Anatel tem mais um capitulo marcado para esta quarta feira 27 na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

 
Está agendado para comissão analisar o nome do apadrinhado do presidente do Congresso, Renan Calheiros, Igor Vilas Boas. Acontece que Vilas Boas não tem o aval da bancada do PMDB e corre sério risco de não ter seu nome aprovado, ao menos que seu padrinho chegue a um acordo com o líder da bancada, Eunicio Oliveira.

 
Dois pesos uma medida
 
Os poucos parlamentares presentes ontem no Congresso Nacional, falavam com revolta da entrevista do auditor fiscal da prefeitura de São Paulo Luiz Cardoso de Alexandre. O deputado Luiz Couto PT/PB cobrou no Plenário o endurecimento das leis. "Não é possível que um sujeito dê uma entrevista daquela gravidade e fique solto como um herói e continue na impunidade em função da lentidão da Justiça", desabafou.
 
A ira era com um sujeito rindo e debochando do povo ao dizer que seu maior vício era sexo pago com dinheiro público e que em noitadas gastava entre 8 e 10 mil reais com mulheres e jantares em hotéis de luxo.

 
Vale lembrar que Luiz Couto não foi visto na tribuna da casa cobrando com a mesma veemência a prisão de companheiros mensaleiros de seu partido.
 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

UFC: Jones vai lutar nos pesados para desafiar Velasquez

Superlutas entre campeões é um sonho antigo dos executivos do torneio

O americano Jon Jones é o atual campeão meio-pesado do UFC
O americano Jon Jones é o atual campeão meio-pesado do UFC - Steve Snowden
 
As superlutas entre campeões do UFC são um sonho antigo do dono do torneio, Dana White. E se não conseguiu convencer o ex-campeão dos médios, Anderson Silva, a enfrentar Georges St-Pierre uma categoria abaixo, nem Jon Jones a lutar contra Spider nos meio-pesados, o chefão do UFC poderá, agora, assistir ao confronto entre Jones e Cain Velasquez, campeão dos pesados. Em entrevista ao site MMA Junkie neste final de semana, Jones confirmou que vai subir de categoria de olho na superluta. Segundo ele, o confronto deve ocorrer no final de 2014.

Jones luta em  uma divisão até 93 quilos, mas quando não está treinando para seus confrontos chega a pesar 105 quilos. "Acredito que a luta contra Cain Velasquez irá acontecer nos próximos dois anos. Vou subir para a categoria peso-pesado em breve", afirmou o campeão.

Quando Anderson Silva ainda detinha o cinturão dos médios, o americano se negou a enfrentá-lo, alegando ser um dos maiores fãs do brasileiro. Já Anderson, que luta na categoria até 84 quilos, preferiu não desafiar GSP, afirmando que não conseguiria atingir o peso necessário para a categoria do adversário, até 77 quilos.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/ufc-jon-jones-deve-enfrentar-velasquez

Dívida pública federal passa de R$ 2 tri em outubro e bate recorde

   

A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,69% em outubro ante setembro e fechou o mês em R$ 2,022 trilhões. Foi o maior valor da série histórica iniciada em 2006, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (25). É a primeira vez que o montante passa de R$ 2 trilhões desde dezembro do ano passado.

A dívida pública mobiliária --em títulos públicos-- interna subiu 1,91%, passando de R$ 1,897 trilhão em setembro para R$ 1,933 trilhão em outubro. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro emitiu R$ 18,62 bilhões em títulos a mais do que resgatou. Além disso, reconheceu R$ 17,53 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.

A Dívida Pública Federal só não subiu mais por causa da dívida pública externa, que caiu 2,73%, de R$ 88,85 bilhões em setembro para R$ 79,68 bilhões em outubro. O principal fator para essa variação foi a queda de 1,23% do dólar no mês passado.

De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em março, a tendência é que o estoque da Dívida Pública Federal encerre o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões.
As emissões de títulos públicos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para a Caixa Econômica Federal foram o principal fator para a alta da dívida pública federal no acumulado do ano.

Os papéis reforçam o capital das instituições financeiras e permitem que os bancos emprestem mais. Desde julho, o Tesouro também passou a emitir títulos públicos para financiar o desconto médio de 20% nas tarifas de energia. O dinheiro vai para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

 

Como políticos usam o dinheiro público

               
24.jul.2013 - O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, divulgou nota nesta quarta-feira (24) justificando a ida da mulher e do filho à Cuba, durante o Carnaval deste ano, com o avião da Força Aérea Brasileira (FAB). No documento, ele explicou que foi à capital cubana a trabalho, mas continuou sem justificar as atividades realizadas pela mulher e pelo filho durante o feriado Leia mais Caio Guatelli/Folha Imagem
 

Composição da dívida

Em relação à composição da dívida, os títulos prefixados atingiram 40,74% do total, ante 40,36% em setembro. Os papéis corrigidos pela inflação somaram 35,04% do total, ante 35,10% no mês anterior. Já os títulos atrelados aos juros básicos ficaram em 19,95% do total, menor que os 20,04% no mês anterior.

Entre os detentores dos papéis, a participação dos investidores estrangeiros caiu em outubro para 16,91%, frente 17,22% em setembro.

(Com Agência Brasil, Reuters e Valor)
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Veja quais são os presidentes que tiveram 'pibinho'

               
Desde 1948, quando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil começou a ser medido, sete presidentes enfrentaram anos de "pibinho", quando a economia brasileira cresceu menos de 1%, parou, ou até diminuiu.
 
 

Dirceu pressionou Lula a defender petistas presos

A amigos que o visitaram na cadeia, ex-ministro fez queixas sobre a forma como ex-presidente administrou o escândalo do mensalão


Preso em uma cela de seis metros quadrados, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou Luiz Inácio Lula da Silva pela forma como ele administrou até agora a crise do mensalão. A insatisfação com o ex-presidente foi manifestada por Dirceu a pelo menos três amigos que o visitaram, nos últimos dias, no Complexo Penitenciário da Papuda.
 
Irritado com o silêncio do Planalto, Dirceu perguntou: "E o Lula não vai falar nada?". Era a senha para a urgência de um pronunciamento, que deveria ser feito o quanto antes, no diagnóstico do ex-ministro, sob pena de grande abalo na imagem do PT, com potencial de interferir na campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

Três dias depois de receber o recado, Lula fez o mais veemente discurso desde que os petistas foram condenados. Sugeriu, na quinta-feira passada, que o rigor da lei só vale para o PT e dirigiu ataques ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Em meio a protestos contra as "arbitrariedades" na execução das sentenças, Lula e dirigentes petistas também decidiram promover um desagravo a Dirceu, ao ex-presidente do PT José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares na abertura do 5.º Congresso da sigla, de 12 a 14 de dezembro, em Brasília.

A contrariedade de Dirceu com Lula, porém, não vem de hoje. Interlocutores do ex-ministro contaram ao Estado que ele sempre reprovou a forma "conciliatória" como o então presidente conduziu o caso desde que o escândalo estourou, em junho de 2005.

Em conversas mantidas no cárcere, Dirceu tem dito que Lula errou ao não fazer o "enfrentamento" necessário para não deixar a denúncia de corrupção virar uma espada permanente sobre o PT e o governo. Para Genoino, os réus do PT não têm escapatória, mesmo se conseguirem reduzir suas penas, pois perderam a batalha da comunicação. "Estamos marcados como gado", resumiu ele a um amigo.
Na avaliação de Dirceu, Lula deixou a CPI dos Correios prosperar, em 2005, quando ainda teria condições de barrá-la. Por esse raciocínio, ao não politizar a denúncia da compra de votos no Congresso, Lula abriu caminho para a "criminalização" do PT. O partido até hoje insiste que nunca corrompeu deputados em troca de apoio e só admite a prática do caixa dois.

Nomeação. Arquiteto da campanha que levou o PT ao Palácio do Planalto em 2003, Dirceu revelou que Lula chegou a consultá-lo sobre a nomeação de Luiz Fux para ministro do Supremo.

"Se você está dizendo que sim, quem sou eu para dizer que não?", afirmou Dirceu, segundo relato de amigos, antes de ser procurado por Fux, que pediu sua ajuda para conquistar o cargo. Fux acabou nomeado em 2011 por Dilma. Petistas juram que ele prometeu "matar no peito" a acusação, em sinal de que absolveria os réus. Quando saiu o voto pela condenação, o espanto no governo e no PT foi generalizado.

Num café da manhã com Dirceu, em novembro de 2010, Lula prometeu a ele que, quando estivesse fora do Planalto, desmontaria a "farsa do mensalão". A promessa não foi cumprida sob a alegação de que era preciso blindar o primeiro ano do governo Dilma. Depois vieram as disputas municipais de 2012 e agora o ano é pré-eleitoral.

Para o líder da bancada petista no Senado, Wellington Dias (PI), o PT não soube construir uma narrativa para reagir à ofensiva da oposição e da mídia. "Sob intenso cerco político, nós acabamos permitindo que as versões da compra de votos florescessem", avaliou Dias.

A estratégia do governo e do PT, agora, é usar o escudo da "legalidade" e o discurso de que há "dois pesos e duas medidas" na Justiça para impedir que o mensalão contamine a campanha de Dilma em 2014.

Vera Rosa e Wilson Tosta - O Estado de S. Paulo

FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dirceu-pressionou-lula-a-defender-petistas-presos,1100197,0.htm

Marco Aurélio critica alterações do Congresso no processo eleitoral

Medidas não terão validade para as eleições de 2014. Demora arrasta mudanças para 2016
  
Marco Aurélio: agora, no Brasil, precisamos de homens que observem a ordem jurídica (Nelson Jr./ASICS/TSE)
Marco Aurélio: agora, no Brasil, precisamos de homens que observem a ordem jurídica


Recém-empossado para o seu terceiro mandato na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Marco Aurélio Mello apontou como inócua a aprovação na semana passada da minirreforma eleitoral. O ministro disse, em entrevista ao Correio, que as medidas não terão validade para as eleições de 2014, uma vez que qualquer lei que altera o processo eleitoral só passa a ter validade um ano depois da publicação.


No caso concreto, a minirreforma só terá efeitos a partir de novembro do ano que vem, o que significa que as alterações serão válidas somente nas eleições municipais de 2016. “O óbice dessa minirreforma é que as mudanças na legislação não valerão para 2014. (Parlamentares) Transferem a responsabilidade de dizerem isso para o Judiciário. Agora, no Brasil, precisamos de homens que observem a ordem jurídica”, criticou Marco Aurélio.


Uma das primeiras iniciativas do ministro à frente do TSE será preparar o conteúdo da propaganda institucional que será veiculada no momento pré-eleitoral. A ideia de Marco Aurélio, que acumula cadeiras no Supremo Tribunal Federal e no TSE, é estruturar uma campanha voltada para alertar os eleitores, principalmente os jovens, sobre a importância do voto. “A apatia não pode ser um mal da nossa quadra. Vamos atuar percebendo que o nosso voto tem peso, porque ele se soma a tantos outros e implica na escolha do dirigente”, disse.


O presidente do TSE alerta que às eleições do ano que vem serão muito mais importantes para o desenvolvimento do país do que a realização da Copa do Mundo de 2014 em território nacional. “Embora eu seja adepto e admirador do futebol, a eleição no ano que vem terá uma importância muito maior para o Brasil do que a Copa do Mundo”, frisou.
 

Jornal espanhol coloca Neymar na capa e destaca assistências a gol

 

Jornal Mundo Deportivo coloca Neymar na capa desta segunda-feira (25/11) Reprodução

 

 
O jornal espanhol 'Mundo Deportivo' desta segunda-feira dedica sua capa ao jogador brasileiro Neymar, com o título ¡Qué pasada! (algo como Que legal!, em tradução livre).

O título faz referência às nove assistências a gol que o atacante já fez no Campeonato Espanhol e que ajudaram a colocar o Barcelona na primeira colocação isolada, com 40 pontos. O segundo colocado é o Atlético de Madri, com 37 pontos. O Real Madrid é o terceiro, com 34.

Neymar jogou na função de Messi, este fim de semana, na vitória por 4 a 0 contra o Granada, no Camp Nou, e fez mais uma assistência para gol. Segundo o o jornal catalão, fazendo o papel de 'Messi', o talento de Neymar deixou o Barça mais líder.

Na imagem escolhida pelo jornal, o brasileiro já aparece com o novo uniforme da seleção brasileira, que será usado na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

FONTE: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/espanhol/ultimas-noticias/2013/11/25/jornal-espanhol-coloca-neymar-na-capa-e-destaca-assistencias-a-gol.htm

Sobe para 8 o número de mortos em acidente com trem no interior de SP



Subiu para oito o número de mortos no acidente com um trem de carga na tarde de domingo (24) em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo), de acordo com a Polícia Militar. Outras cinco pessoas ficaram feridas.

Segundo a PM, os bombeiros ainda trabalham no local do acidente em busca de sobreviventes. Duas pessoas estavam desaparecidas.

O trem, da ALL (América Latina Logística), estava carregado com milho e passava pelo bairro Jardim Conceição, próximo ao centro da cidade, quando descarrilou e um dos nove vagões atingiu quatro casas.

Segundo a assessoria de imprensa da ALL, diretores da empresa viajaram na noite de ontem (24) a São José do Rio Preto. A empresa também informou que está "dando prioridade ao atendimento e suporte às vítimas".

Inicialmente, um assessor disse que se tratava do maior acidente envolvendo trens da empresa. Depois, horas mais tarde, a assessoria recuou e disse que não era possível fazer essa afirmação porque não havia um levantamento sobre as ocorrências envolvendo composições da ALL.

O delegado Hélio Fernandes dos Reis, que conduz as investigações sobre o acidente, diz que pediu exames para saber se o maquinista estava embriagado. Ele também solicitou a apreensão do computador de bordo da locomotiva para averiguar a velocidade de tráfego no momento do incidente.

Na área urbana, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h.

Em nota, a ALL diz que "lamenta profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vítimas."

Informou ainda que a velocidade dos trens é controlada por satélite e que a composição transitava dentro dos limites permitidos. "As causas do acidente serão investigadas por meio de uma sindicância", citou a empresa.

Hamilton Pavam/Diário da Região
Trem carregado de milho descarrilou na tarde deste domingo em São José do Rio Preto; sete pessoas morreram
Trem carregado de milho descarrilou na tarde deste domingo em São José do Rio Preto; ao menos oito pessoas morreram

POLÊMICA

Alternativas para resolver o problema da circulação de trens de carga em área urbana já vêm sendo discutidas há anos na cidade.

A ALL argumenta que estudos comprovam a segurança de tráfego nesses trechos em área urbana, mas em 2009 ela foi condenada a pagar multa no valor de R$ 615 mil por descumprir um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público sete anos antes.

Em 2002, em menos de três meses, duas composições descarrilaram no trecho urbano, o que motivou a ação da Promotoria.

O TAC previa a implantação de um plano de gerenciamento de riscos e para atendimento de emergências. O plano foi apresentado pela ALL, mas não obteve aprovação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Na época, a empresa recorreu da decisão, mas a ação foi julgada improcedente. Agora, a ALL terá de pagar a multa corrigida, de R$ 1 milhão.

O Ministério Público acordou que a empresa reverta esse valor na compra de equipamentos de segurança para a Cetesb, Defesa Civil, Polícia Ambiental e Bombeiros.
A ALL tem dois meses para cumprir a decisão, publicada há 15 dias.

DE SÃO PAULO

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2013/11/1376136-sobe-para-8-o-numero-de-mortos-em-acidente-com-trem-no-interior-de-sp.shtml

PT vincula sistema eleitoral à corrupção


Após as prisões dos petistas condenados pelo mensalão, o PT tentará agora reforçar a tese de que o partido é vítima do atual sistema político-eleitoral.

A defesa foi apresentada na primeira versão do texto base do 5º Congresso Nacional do PT, que será aberto em dezembro, em Brasília.

Redigido por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o documento afirma que o partido é "prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção".

Ele foi mostrado ao Diretório Nacional do partido na última segunda-feira, em reunião realizada em São Paulo. O texto ainda poderá ser modificado por emendas.

Sem citar o mensalão, o PT levanta a bandeira da ética como forma de fazer um contraponto ao escândalo que atingiu o partido e volta a defender uma ampla reforma política. Após os protestos de junho, Dilma Rousseff sugeriu ao Congresso a realização de um plebiscito sobre o assunto, mas foi derrotada.

Alan Marques-18.out.13/Folhapress
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República


De acordo com o PT, o financiamento público exclusivo de campanha é o principal passo a ser dado no rumo de uma reforma política.

O documento faz ainda uma dura crítica ao Poder Judiciário ao afirmar que o "sistema judicial é lento, elitista e pouco transparente" e diz ainda que ele tem sido "permeado por interesses privados".

Ao longo de 14 páginas, o texto faz ainda uma autocrítica sobre a "burocratização" do partido durante os 11 anos de governo e afirma que o PT não avançou para imprimir um novo ritmo à sua política.

No fim do documento, o partido indica o que poderá ser o mote de campanha para a reeleição de Dilma Rousseff ao comparar o atual momento político com o fim da ditadura. "Quando saímos da noite da ditadura, soubemos dizer 'Nunca Mais!'. Agora, depois de uma década de grandes transformações, afirmamos 'Nunca menos!'."

No texto, os petistas resgatam o discurso de que os problemas econômicos refletem a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso, como recessão, juros abusivos, fortes pressões inflacionárias e vulnerabilidade externa.

MARIANA HAUBERTDE BRASÍLIA

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1376089-pt-vincula-sistema-eleitoral-a-corrupcao.shtml