terça-feira, 27 de maio de 2014

População que circula pela rodoviária reclama da falta de segurança

Considerada um dos locais mais movimentados e conhecidos do Distrito Federal, a Rodoviária do Plano Piloto também é marcada pela falta de segurança. Duas semanas após a morte do taxista Boaventura Alves Neto, 63 anos, morto após ser agredido por dois homens  no último dia 11, a sensação de insegurança ainda acompanha a rotina de quem passa por ali.

Usuários do local afirmam que os roubos, brigas e o convívio com as drogas não são novidade. É o caso do comerciante Samuel Pereira Sales, 33 anos. “Vejo muita coisa aqui. Tudo de ruim em Brasília vem parar na rodoviária”, afirmou.  “Uma vez, saindo daqui após fechar a loja, vi uma briga entre dois flanelinhas”, completou.
Ação rápida
Opiniões semelhantes têm os estudantes James de Castro Jr., de 17 anos, Petra Karolina e Beatriz Stephane, ambas de 16 anos, frequentadores assíduos do local. “Certa vez, eu estava na fila e quando olhei para o lado vi um rapaz com o rosto sangrando, resultado de uma briga. Foi assustador”, afirmou James.
 Já Petra relatou ter visto alguns casos de roubo. “É sempre muito rápido, quando você menos espera tem uma pessoa gritando, pedindo o celular de volta”, explicou.
Com o desafio de lidar com a fragilidade da segurança, o tenente coronel Moreno assumiu na semana passada o comando do 6º Batalhão da PM, responsável pela região da rodoviária. “Estou inteirado a respeito das nossas dificuldades e desafios”, destacou.  Segundo o tenente, o objetivo é dar uma atenção especial à vulnerabilidade do espaço. “É um dos pontos mais sensíveis de Brasília, merece um cuidado e uma ação diferenciada”, diz.
Episódios são frequentes, dizem usuários
Ser vítima de assalto não é uma novidade para a estudante Amanda Larissa, 16 anos. Ela conta que já foi assaltada duas vezes na Rodoviária do Plano Piloto. 
“Uma vez, um morador de rua me perguntou as horas, disse que não tinha, ele me ameaçou e disse que sabia que eu tinha o celular, acabei entregando”, contou o passageiro.
O outro episódio, segundo ela, foi ainda mais dramático. “Estava com mais alguns amigos, fomos abordados por um rapaz, que aparentou estar armado e levou nossos celulares” relatou. 
Aumento
Para quem trabalha no espaço, os episódios de violência vêm aumentando. É o que afirma a comerciante Vanusa de Souza, 35 anos. 
“De uns tempos para cá aumentou muito a quantidade de usuários de drogas aqui”, afirmou.
Vanusa relata ainda que trabalha com medo. “A gente não sabe quem passa por aqui, é sempre muita gente e não podemos adivinhar quem tem más intenções”, concluiu.
Comandante
Com 22 anos de Polícia Militar, o policial começou sua carreira no 1ºBPM, já teve participação no batalhão de Choque. Moreno ainda integrou o Batalhão de Operações Especiais por  10 anos, além de cursos no Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro, o Bope e com a tropa de Choque da PM do Pará.
Saiba mais
A polícia não chegou a divulgar o verdadeiro motivo da morte do taxista. As circunstâncias do episódio, na época, não haviam sido esclarecidas. Enquanto a Polícia Militar informou que a vítima pode ter tido um ataque cardíaco depois de ser abordado por dois suspeitos, testemunhas deram outra versão.
Colegas da vítima relataram que o taxista teria sido agredido a pauladas pelos supostos autores de uma tentativa de assalto. 
Os taxistas da região também se dizem inseguros no local.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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