O prazo para a realização de convenções partidárias entra na semana decisiva. Termina na segunda-feira (30). Boa parte das candidaturas está posta. A principal indefinição é com relação a candidatura do ex-governador José Roberto Arruda (PR). E compromete a articulação da chapa de direita.
Candidato à reeleição, Agnelo Queiroz (PT) conseguiu montar a chapa com tranquilidade. Vai repetir a dobradinha vitoriosa com o vice, Tadeu Filippelli (PMDB). Tem ao seu favor a máquina pública, a série de inaugurações que vem fazendo e um caixa financeiro construído nos últimos anos. Mesmo com uma ampla aliança de partidos, emplacou o candidato ao Senado do próprio PT, o deputado federal e ex-secretário de Habitação Geraldo Magela...
Além disso, a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) deve ser aprovada na terça-feira (24) pela Câmara Legislativa. Será um reforço para a campanha. Mesmo tendo importância para a economia e o tombamento de Brasília, a aprovação da Luos será ofuscada pelo oba oba da Copa do Mundo. Vai acabar passando despercebida do grande público. Entretanto, sua aprovação vai resolver problemas de caixa de campanhas majoritárias e proporcionais.
Quem também definiu a chapa foi o candidato do PSB, senador Rodrigo Rollemberg. Ele vai disputar o Palácio do Buriti tendo como vice o jornalista Hélio Doyle (PSD). O candidato ao Senado é o campeão de votos em 2010, deputado José Antônio Reguffe (PDT).
Além de PSB, PDT e PSD, a aliança terá o Solidariedade, partido presidido pelo suplente de deputado Augusto Carvalho. Além de Augusto, outra aposta para a Câmara dos Deputados é o ex-governador Rogério Rosso, presidente do PSD.
Rollemberg conta com o apoio de Marina Silva e do senador Cristovam Buarque para chegar competitivo. Os dois possuem empatia com o eleitor brasiliense. Marina foi a campeã de votos no DF nas eleições para o Palácio do Planalto em 2010. Cristovam já foi governador com boa avaliação.
Além disso, o candidato a presidente do PSB, Eduardo Campos, listou Rollemberg como uma das prioridades do partido nas eleições 2014. E vai buscar apoio financeiro e político para a legenda vencer a disputa ao GDF.
A direita continua tonta. O entrave é a situação do candidato do PR, ex-governador José Roberto Arruda. Os adversários tentam abortar de todas as formas a candidatura de Arruda. E atuam em três frentes. O plano A é pressionar o Judiciário a uma decisão desfavorável em segunda instância.
As pressões vem nas mais diferentes formas. Custam muito esforço, são caras e vem dando resultado. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) marcou para a quarta-feira (25) o julgamento de uma ação contra Arruda. A exatos dez dias do prazo final para registro das candidaturas.
Se for condenado, fica fora da disputa. Tirar Arruda da eleições não tem preço. Os adversários pagam qualquer valor. Vale qualquer tamanho de mala. Agora, se Arruda for inocentado, o tiro sai pela culatra. Ele vai virar o jogo e bater no peito com a decisão de que é inocente e se dirá perseguido. O papel de vítima é uma das especialidade do ex-governador. Adversários podem ir da alegria a tristeza em 3, 2, 1…
O plano B é desaprovar as contas do ex-governador na Câmara Legislativa. Mas isso não vai rolar. Não terá tempo hábil. O processo se encontra no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). E tudo indica que não sai de lá esse semestre.
O plano C é o mais sujo. A política sai dos palácios e irá frequentar mais uma vez as dependências da Penitenciária da Papuda. A ideia é convencer o ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR) a inviabilizar a candidatura de Arruda. Mesmo de dentro da Papuda, Valdemar ainda manda no PR. Parece coisa de facções criminosas como o PCC. E é, infelizmente. Tem candidatos que jogam qualquer jogo. Até o pior deles.
Se Arruda cair, outros integrantes da direita terão que se reorganizar. Eliana Pedrosa (PPS), Luiz Pitiman (PSDB) e Liliane Roriz (PRTB) são nomes naturais para substituir o ex-governador. Eles terão que se entender. E formar uma chapa competitiva que irá envolver ainda o próprio PR, o PP de Paulo Octávio, o senador Gim Argello (PTB), o presidente do DEM, Alberto Fraga e o presidente do PRTB, Luiz Estevão. E com as bençãos do ex-governador Joaquim Roriz. Terão um bom tempo de TV. E muitas arestas a aparar. É uma aliança de difícil entendimento.
No sábado (21), quem decide sua vida é o PSol. A convenção lançará a Frente de Esquerda que terá na cabeça de chapa Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol. A aliança é composta ainda por PCB e PSTU.
Essa movimentação política promete passar despercebida enquanto o eleitor estiver ocupado com os jogos da Copa do Mundo. E é tudo que os políticos que agem na espreita querem. Quando a Copa passar, o estrago está feito.
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