segunda-feira, 23 de junho de 2014

Visita de Harry à Cracolândia prova que programa de Haddad é mesmo “coisa para inglês ver”. Ou: A patrulha da “Quadrilha da Fumaça”. Ou ainda: não é ódio; é vergonha!


Príncipe Harry se atrapalha ao tentar entrar no carro, depois de uma noite de folguedos
Príncipe Harry se atrapalha ao tentar entrar no carro, depois de uma noite de folguedos
Que gente chata!
A “Esquadrilha da Fumaça” — ou melhor, a “Quadrilha da Fumaça” — resolveu encher o meu saco por causa do post em que trato da visita do príncipe Harry à Cracolândia. Alguns cretinos, que têm os dedos mais rápidos do que o pensamento, me acusam de insinuar que ele já consumiu drogas. Eu não insinuei nada, não. Eu afirmei mesmo.
Posso até ser insinuante, mas num outro sentido, hehe. E só para público restrito. Que é que há? Não se pode mais fazer ironia? Daqui a pouco, os consumidores de drogas vão querer que a lei os proteja também de ironias e metáforas; daqui a pouco, o Artigo 1º da Lei 7.716 vai ficar assim:“Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual, consumo de drogas, aparência, time de futebol e contra viúvas que tomam Chicabon ainda no cemitério”
Esse trecho em vermelho não está na lei, mas é questão de tempo. O que vai em destaque é uma homenagem à viúva sem sofrimentos imaginada por Nelson Rodrigues. Vão se danar! Não tarda o dia em que será possível fazer piada apenas com Schopenhauer, Heiddeger e física quântica. Só faremos graça para PhDs. E, ainda assim, para aqueles que tiverem conseguido se safar da estupidez politicamente conveniente. O mais asqueroso é que existem alguns grupos de humor que, ainda que de modo oblíquo, estão flertando com a censura… Basta saber interpretar. Desde que seja a censura aos outros. É a porta da frente do fascismo de esquerda.
Sim, eu disse que é preciso tomar cuidado com Harry na Cracolândia porque ele é da turma do “chifre furado”. Referia-me, claro, ao fato, entre outros, de que ele precisou ir para uma clínica de reabilitação aos 17 anos: excesso de consumo de álcool e maconha. Isso, por si, não faz dele um mau sujeito, mas também não me impede de achar divertido quando ele decide visitar uma área livre para o consumo de drogas. Sua família, à época, preferiu interná-lo a soltá-lo numa arena em que tudo era permitido.
Ademais, como disse o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), a visita do príncipe à Cracolândia prova que o programa “Braços Abertos”, do prefeito Fernando Haddad (PT), é mesmo “coisa para inglês ver”. A visita, claro!, vai “render mídia”. Haddad, o Supercoxinha, ao lado de um membro da família real inglesa. Podre de chique! À volta, os pobres desgraçados da Cracolândia. Aquele comentador de futebol acha que tenho ódio dessa turma. Não é ódio, não!, é vergonha mesmo! 

Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.