Que gente chata!
A “Esquadrilha da Fumaça” — ou melhor, a “Quadrilha da Fumaça” — resolveu encher o meu saco por causa do post em que trato da visita do príncipe Harry à Cracolândia. Alguns cretinos, que têm os dedos mais rápidos do que o pensamento, me acusam de insinuar que ele já consumiu drogas. Eu não insinuei nada, não. Eu afirmei mesmo.
Posso até ser insinuante, mas num outro sentido, hehe. E só para público restrito. Que é que há? Não se pode mais fazer ironia? Daqui a pouco, os consumidores de drogas vão querer que a lei os proteja também de ironias e metáforas; daqui a pouco, o Artigo 1º da Lei 7.716 vai ficar assim:“Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual, consumo de drogas, aparência, time de futebol e contra viúvas que tomam Chicabon ainda no cemitério”
Esse trecho em vermelho não está na lei, mas é questão de tempo. O que vai em destaque é uma homenagem à viúva sem sofrimentos imaginada por Nelson Rodrigues. Vão se danar! Não tarda o dia em que será possível fazer piada apenas com Schopenhauer, Heiddeger e física quântica. Só faremos graça para PhDs. E, ainda assim, para aqueles que tiverem conseguido se safar da estupidez politicamente conveniente. O mais asqueroso é que existem alguns grupos de humor que, ainda que de modo oblíquo, estão flertando com a censura… Basta saber interpretar. Desde que seja a censura aos outros. É a porta da frente do fascismo de esquerda.
Sim, eu disse que é preciso tomar cuidado com Harry na Cracolândia porque ele é da turma do “chifre furado”. Referia-me, claro, ao fato, entre outros, de que ele precisou ir para uma clínica de reabilitação aos 17 anos: excesso de consumo de álcool e maconha. Isso, por si, não faz dele um mau sujeito, mas também não me impede de achar divertido quando ele decide visitar uma área livre para o consumo de drogas. Sua família, à época, preferiu interná-lo a soltá-lo numa arena em que tudo era permitido.
Ademais, como disse o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), a visita do príncipe à Cracolândia prova que o programa “Braços Abertos”, do prefeito Fernando Haddad (PT), é mesmo “coisa para inglês ver”. A visita, claro!, vai “render mídia”. Haddad, o Supercoxinha, ao lado de um membro da família real inglesa. Podre de chique! À volta, os pobres desgraçados da Cracolândia. Aquele comentador de futebol acha que tenho ódio dessa turma. Não é ódio, não!, é vergonha mesmo!
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