segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

ROLLEMBERG NA ‘CORDA BAMBA’ POR CAUSA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Rollemberg na ‘corda bamba’ por causa das administrações regionais

Rollemberg na ‘corda bamba’ por causa das administrações regionais

Entre crise econômica, relacionamento com a Câmara Legislativa, nomeações do time de secretários e administradores Rollemberg segue próximo aos 30 dias de governo tentando agradar a gregos e troianos, o que pode comprometer o futuro político do governador.
Ao contrário dos governos anteriores a gestão de governador Rodrigo Rollemberg (PSB), começa em um buraco um pouco mais fundo que o dos antecessores.  E a principal proposta de Rollemberg foi à abertura de diálogo com a população e com o meio político da cidade.
Sob essa perspectiva, Rollemberg estabeleceu diálogo com os deputados distritais e garantiu a presidência da Câmara Legislativa do DF (CLDF) à principal aliada, Celina Leão (PDT).  Claro que diálogo em meio político, tem seu preço ou oposição. E as indicações para as administrações regionais, moeda de troca em qualquer governo, prevaleceu.
SECRETÁRIOS DE GOVERNO
Com algumas exceções, a nomeação do secretariado, time de primeiro escalão de Rollemberg, foi bem recebido pela opinião pública e pela população. Salvo um ou outro contratempo, a tecnocracia ‘uenebelística’ agradou. A priorização da capacidade técnica de gerenciamento da maioria das pastas e não da natureza política contribuiu para a aceitação. Resta saber se os titulares terão habilidade política e empreendedora de ajudar Rollemberg a tirar o DF do caos político e financeiro.
NOMEAÇÃO DE ADMINISTRADORES REGIONAIS
A nomeação dos administradores das Administrações Regionais (RAs) por sua vez quase se tornou uma clássica novela mexicana recheada de ‘chili’. Diante da promessa da escolha do nome a partir da indicação da comunidade aguçou os ânimos de grupos políticos e civis organizados e a lista tríplice subiu a cabeça e deixou muitos empolgados.
Por outro lado os deputados distritais atuavam nos bastidores para garantir que as indicações de apadrinhados prevalecessem à lista tríplice e aos acordos estabelecidos na composição da coligação partidária ainda durante a campanha para governador.
Para acalmar os ânimos, Rollemberg chegou a nomear sete administradores interinos (5/Jan), que se responsabilizariam por áreas do DF.  Com isso, espaços ‘garantidos’ foram renegociados, tomados e cedidos, para atender a necessidade de se garantir a governança do DF.  E o clima esquentava nos bastidores das cidades ao se chegar ao décimo quinto dia de mandato sem as nomeações tão esperadas.
E em meio a críticas de parlamentares e a reação da mídia, quando já não se sabia se o calor ou a não nomeação dos administradores estava mais insuportável, veio a nomeação (20/Jan). Rollemberg reduziu de 31 para 25 as administrações regionais, por meio de fusões. Como dois e dois não comportam 55, manifestos de insatisfação no meio político e em algumas RAs foram imediatas e por motivos diferentes.
Mas depois de os administradores serem nomeados, muitos questionam se os critérios de residir na região administrativa, ser ficha-limpa e indicado pela comunidade, tenha de fato servido de parâmetro para a escolha de Rollemberg.
QUEM INDICOU
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Nunca antes na história do Distrito Federal a população questionou e menos ainda, se mobilizou para questionar nomes escolhidos para as RAs. Porém a promessa de campanha de Rollemberg, de fazer diferente e sobretudo de respeitar a vontade da população do DF fez com que grupos se organizassem e tomasse as redes sociais e as ruas para demonstrar a insatisfação com as nomeações de Rollemberg.

CONFIRA COMO FOI A REAÇÃO EM ALGUMAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS:

CEILANDIA: FIM DA DIVISÃO POLÊMICA
A RA de Ceilândia foi alvo da maior polêmica com forte reação política e também da comunidade. Isso porque Rollemberg decidiu dividir a cidade em duas RAs, a RA Ceilândia, em que o vice-governador do DF, Renato Santana (PSD) acumula a função de administrador interino e a RA Ceilândia Norte, que seria assumida pelo feirante, Vilson de Oliveira, de indicação da deputada distrital, Luzia de Paula (PEN).
Porém além da manifestação da comunidade de Ceilândia e de organizações civis ao menos duas forças políticas se manifestaram contrárias a divisão. Uma por parte do senador, Hélio José (PSD) e a outra do deputado distrital, Chico Vigilante (PT).
Em meio a pressão e as manifestações agendadas em repúdio a divisão da administração de Ceilândia, Rollemberg anunciou a desistência de divisão da RA. Em nota o Governador menciona informa o recuo em relação a decisão e critica os entes políticos que questionaram a decisão.
“Ao propor a criação de mais uma administração regional na Ceilândia, o governo do Distrito Federal pensou em dar mais eficiência à gestão, tendo em vista a população de mais de 400 mil pessoas e a extensão do território, que inclui o Sol Nascente e o Por do Sol. A existência de duas administrações não significaria, obviamente, que seriam duas cidades, pois “cidade” e “administração regional” não são conceitos que necessariamente têm dependência um do outro. A Ceilândia continuaria sendo uma só cidade, com duas administrações regionais.
A crítica à proposta é legítima, mas é um equívoco lamentável atribuir a proposta a interesses políticos, num raciocínio típico dos que ainda se apegam aos velhos métodos de governar.
Considerando a reação de moradores e de entidades representativas à proposta, que foi feita pensando em melhorar a gestão na Ceilândia, o governo informa que manterá na cidade apenas uma administração regional. O governo sempre levará em conta a opinião da população, desde que manifestada de modo legítimo e no debate franco e aberto.”.
O recuo em relação à RA Ceilândia mostra fraqueza por parte de Rollemberg, que sequer deveria ter proposto tal divisão e abre precedentes perigosos para manifestação de outras comunidades, que já começaram a aparecer.
JARDIM BOTÂNICO
Esse é um caso clássico da repercussão de RA Ceilândia. Isso porque há poucas horas da nomeação dos administradores (20/Jan), o administrador do Lago Sul, Wandermilson de Jesus Garcêz Azevedo (PV). Wander Azevedo, como era conhecido  respondia interinamente pelas RAs do Lago Norte, Varjão e Park Way foi  ‘desconvidado’ a permanecer como administrador para dar lugar a Aldemir Paraguassu (Lago Sul e Jardim Botânico) e Marcos Woortman (Lago Norte e Varjão).
A revolta dos moradores do Jardim Botânico não tardou e a comunidade promete fazer carreata no dia 28 de Janeiro, contra a fusão com o Lago Sul e por não ter ocorrido diálogo do Governador com a comunidade do Jardim Botânico, além de nomear um administrador que discrimina, desrespeita e não tem qualquer identificação com a causa dos moradores do Jardim Botânico e adjacência, conforme publicação do blog Radar Condomínios.
FERCAL
A comunidade da Fercal foi uma das que reagiram as nomeações. Nesse caso em específico, não por serem contra o administrador escolhido. Mas perder a autonomia administrativa, mesmo sendo um polo arrecadador importante para o DF. A quase ex-RA é muito rica em recursos minerais, a exemplo do calcário. Com isso concentra empresas produtoras de cimento e asfalto, o que faz da Fercal a segunda maior geradora de impostos no DF, além de contribuir para o abastecimento de produtos agrícolas nas feiras da própria Região, Sobradinho I, Sobradinho II, Grande Colorado e CEASA.  Rollemberg na reestruuração funde a RA Fercal com a RA Sobradinho II, que ficará sob a administração de Estevão dos Reis, indicado por Leão.
CANDANGOLANDIA, NÚCLEO BANDEIRANET E PARK WAY
217_Outra fusão mexeu com a cabeça das comunidades de Park Way, Núcleo Bandeirante e Candangolândia. Ao nomear o ex-candidato a distrital e bombeiro militar, Roseveelt Vilela (PSB), a reação foi instantânea. Isso porque Vilela, que concorreu a uma vaga na CLDF, levou a primeira suplência pelo partido de Rollemberg, com 8.957 votos. Porém não obteve mais que 450 votos, se somados as três RAs. Tampouco o nome de Vilela figurou entre as indicações ao Governador.
Vilela sofre ainda ataques por outros três motivos: a declaração dada ao blog da Cris, em que é atribuído ao suplente a declaração relativo à CLDF: “Casa que não resolve muito os problemas da categoria do Corpo de Bombeiros do DF.”. A insatisfação, mais que justa, é porque os votos confiados a Vilela vêm essencialmente dos militares que confiaram ao Suplente o papel de defender os interesses da categoria na Câmara Distrital; Vilela em uma conversa em um restaurante em Núcleo Bandeirante, também declarou não ter interesse na administração de Candangolândia. Segundo o administrador nomeado, as cidades não tinham autonomia financeira, não projetaria o nome dele (Vilela) para 2018 e seria apenas “dor de cabeça” assumir uma administração, sobretudo “nos primeiros meses de governo, com o déficit deixado por Agnelo”. E há ainda outro caso relevante. Durante a campanha Vilela teria deixado de manifestar apoio a mais de 300 bombeiros que após a posse de Rollemberg, estão prestes a serem expulsos da corporação. Os colegas de praça argumentam que Vilela sequer atende aos telefonemas.
SAMAMBAIA
A RA Samambaia foi outra a causar polêmica. Primeiro por causa da polêmica do proprietário da empresa Luart Calçados, Claudeci Miranda, residir de fato na cidade. A assessoria do administrador, afirma que Miranda reside “há pelo menos doze anos em Samambaia”. Segundo, por não ter representatividade em relação à população do DF.
No entanto, blogs e denúncias apontam que na verdade, Miranda, indicado pelo distrital Júlio Cesar (PRB), adquiriu uma bela mansão no Setor de Mansões de Samambaia (SMS) e a mudança está prestes a ser descarregada no novo endereço.
E a lista tríplice que apresentou ao menos seis nomes sugeridos para o governador, entre eles o nome do ex-candidato pelo PSD, Jorge Vianna, que era o provável Administrador da cidade. Isso porque a regional, deveria ser destinada ao Partido que fez parte da coligação que elegeu Rollemberg.
ESTRUTURAL
Os moradores da RA Estrutural que também estão insatisfeitos e se organizam em manifesto contra a indicação de Evanildo Santos, que consideram “um tapa buracos sem autonomia e sem aval da comunidade”, e prometem “quebrar o pau” na próxima segunda-feira (26/Jan), às seis da manhã.

FONTE: http://www.politicadistrital.com.br/2015/01/25/rollemberg-na-corda-bamba-por-causa-das-administracoes-regionais/

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