Cerca de 80 pessoas se reuniram em frente ao Palácio do Itamaraty.
Nesta terça (29), Dilma Rousseff reiterou pedido de 'cessar-fogo imediato'.
Manifestantes protestaram contra postura do governo brasileiro diante do conflito na Faixa de Gaza (Foto: Dayane Oliveira / G1)...
Em um ato de apoio aos ataques de Israel na Faixa de Gaza, cerca de 80 manifestantes protestaram nesta quinta-feira (30), em frente ao Palácio do Itamaraty, contra as declarações do governo brasileiro que classificaram de "desproporcional" o conflito no Oriente Médio que já provocou a morte de, pelo menos, 1.166 pessoas (1.113 palestinos e 53 soldados israelenses). A manifestação reuniu judeus que moram no Brasil e cristãos que discordam da posição adotada pela diplomacia brasileira.
Na semana passada, o governo federal divulgou nota oficial na qual classificou de "inaceitável" a escalada da violência na Faixa de Gaza. Em um gesto de inconformidade com os ataques israelenses, o Itamaraty chamou de volta o embaixador brasileiro em Israel "para consulta". A decisão gerou um mal-estar diplomático com o país do Oriente Médio.
Nesta terça-feira (29), em seu discurso na cúpula do Mercosul, na Venezuela, a presidente Dilma Rousseff pediu um "cessar-fogo imediato" em Gaza. Na ocasião, a chefe do Executivo também afirmou que o embaixador brasileiro vai retornar a Israel e descartou uma "ruptura" com o governo israelense.
Inconformados com a postura do Palácio do Planalto, os manifestantes pró-Israel se reuniram na fachada do Itamaraty por volta das 11h com faixas e cartazes que criticavam o governo federal (veja vídeo ao lado). Durante o protesto, uma das faixas do Eixo Monumental, via que concentra parte dos prédios públicos da capital federal, ficou interditada.
O presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília (Acib), Hermano Wrobel, afirmou que o Brasil deveria se posicionar como “mediador”, e não “tomar partido de um dos lados”.
“A expectativa que nós temos é que o Brasil, que sempre atuou como mediador, como um país que une as democracias do mundo pela paz entre os povos, não aja como alguém que toma partido de algum lado. A gente não está contra o Brasil, nem contra os palestinos, nós somos contra esse ataque que a gente sofre permanentemente e que são jogados contra população civil de Israel. Nós sempre rezamos pela paz”, ressaltou Wrobel.
Uma das organizadoras do movimento, Kelita Regiane Cunha promoveu a manifestação por meio das redes sociais. Segundo ela, tudo foi programado de última hora, nesta terça (29).
“Nós estamos reunidos aqui porque o Itamaraty emitiu uma nota que o governo brasileiro condena a ação de Israel em Gaza alegando a questão das vítimas civis, só que ignora completamente as variáveis que intervém no conflito, que está lidando com o grupo terrorista do lado do Hamas que coloca sua população como escudo humano […] A gente está aqui para dizer que essa posição do governo [brasileiro] não nos representa, não representa uma grande parte do Brasil”, destacou Kelita.
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