Terceiro maior importador mundial, país entra na era das marcas exclusivas
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Jean-Louis Barjol (Divulgação)
“É uma carícia que se encaixa nos mais sensíveis paladares. É um azeite vivo, intacto, de um perfume riquíssimo e notas de chocolate”, descreve o chef Heinz Beck, do Ristorante La Pergola, três estrelas do Guia Michelin e um dos mais requintados de Roma, após experimentar o azeite de oliva extravirgem Manni. O líquido toscano é, segundo levantamento da FORBES Brasil, o mais exclusivo e também caro das gôndolas brasileiras. Ele pode ser encontrado na Casa Santa Luzia, em São Paulo. Quem conhece garante que o produto (orgânico) tem mais polifenóis e antioxidantes que a maioria dos azeites à venda pelo mundo.
Em outra região do país, mais especificamente na Puglia, o salto da bota italiana, é produzido o premiado azeite Antico Frantoio Muraglia, um DOP (Denominação de Origem Protegida) Terra di Bari. Seu diferencial os conhecedores enxergam de longe: as coloridas garrafas de porcelana. Há cinco anos consecutivos a marca recebe o selo Cinque Gocci (cinco gotas), a mais alta classificação no ranking da Associazione Italiana di Sommelier. O e-commerce Rua do Alecrim envia o azeite para qualquer parte do Brasil.
A chegada de marcas exclusivas ao país está diretamente ligada ao apetite crescente do brasileiro pelo azeite de oliva. O país já é o terceiro maior importador mundial. “Em 2000, o Brasil consumia por volta de 40 mil toneladas por ano de azeite. Hoje, o volume é de 72.000 toneladas”, afirma o francês Jean-Louis Barjol, diretor-executivo da International Olive Council (IOC), que veio recentemente ao país para divulgar o azeite em nome de nações produtoras da União Europeia, Turquia, Síria, Líbano, Israel, dentre outras.
Na lista, o Uruguai, que também vem se destacando pela produção de azeite, a exemplo da marca Colinas de Garzón, que acaba de aterrissar em solo nacional pelas mãos da World- Wine. O diferencial da marca é a produção do azeite a partir da seleção de 12 tipos de olivas de diferentes origens. Outra marca que também começa a ser vendida no país é a grega Gaea e seu Kalamata, um extravirgem de sabor levemente ardente e toque amendoado.
Segundo Barjol, o fenômeno da multiplicação dos azeites no Brasil foi puxado pelo aumento do poder aquisitivo da população e sua preocupação com a saúde. A IOC chega ao país com planos de realizar campanhas, degustações, cursos e também a Olive Week em São Paulo, semana na qual um grupo de restaurantes será convidado a elaborar receitas. Detalhe: o azeite será o ingrediente principal.
Pela proximidade histórica com Portugal, inevitavelmente as marcas portuguesas estão entre as mais vendidas do Brasil, seguidas pelas espanholas. Pela lista ao lado, a Itália é a marca mais presente entre os azeites de luxo e também o maior consumidor mundial. Contudo, o maior produtor global de azeites é a Espanha. E, dentro do país, a região que mais produz é a Andaluzia.
Em valor, o mercado mundial de azeites gira em de torno de € 10 bilhões. Esse número, no entanto, é o faturamento do produtor ao varejista/atacadista. Ou seja: as vendas ao consumidor são bem maiores. E continuarão assim com a ajuda do Brasil, da Rússia, da China, dos Estados Unidos e do Canadá, os grandes alvos dos produtores.
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