Numa situação de inflação, a moeda perde o poder de compra. Isso acontece quando se imprime mais dinheiro para dar conta de pagar tudo o que é preciso ser pago ou comprado pelo governo.
Lá no esquecido Orkut existe uma comunidade chamada “Kinder Ovo era 50 centavos”. Na descrição, o dono do grupo revelava o motivo da revolta: “Maldita inflação!”, esbravejou. Mas, afinal, você sabe o que é inflação? E por que o Kinder Ovo era 50 centavos e hoje passa dos R$ 3?
De acordo com o economista Paulo Sandroni, em “Dicionário de Economia do Século XXI”, o termo se refere ao “aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda de poder aquisitivo da moeda”. É uma reação em cadeia: o preço da matéria prima aumenta, elevando o custo de produção que afeta o valor final cobrado nas prateleiras. Com os produtos mais caros, é necessário reajustar, também, os salários, que geram ainda mais gastos para as empresas. Isso acaba fazendo subir os preços de muitos outros envolvidos na economia do país além da fábrica do pequeno ovo de chocolate.
Até aqui parece ter ficado tudo bem explicado, porém, é preciso apontar o motivo pelo aumento de preços da matéria prima dito há pouco, no início da nossa curta história, que acabou se tornando o vilão do encarecimento do chocolate em forma de ovo.
Como explicado por Sandroni, numa situação de inflação, a moeda perde o poder de compra. Isso acontece quando se imprime mais dinheiro para dar conta de pagar tudo o que é preciso ser pago ou comprado pelo governo. Esse aumento na quantidade de dinheiro circulando torna ele menos valioso. Por isso, é preciso mais dinheiro para comprar a mesma coisa.
É algo complicado. Por essa razão, para evitar que a inflação perca o controle, como aconteceu por décadas no Brasil, o governo tem duas grandes ferramentas: controle de gastos internos (da máquina pública) e gerenciamento dos gastos da população. E como se controla o gasto da população? Diminuindo o crédito. Para isso, o Banco Central, órgão responsável pela saúde financeira do país, aumenta os juros para desestimular o consumo.
Daí começa a circular menos dinheiro, a fabricação de moedas também diminui e os preços, consequentemente, também precisam cair porque as pessoas estão comprando menos, e com o crédito menos acessível, o preço precisa ser um atrativo.
Mas é importante lembrar que a inflação tem seu lado bom. O congelamento de preços é sinônimo de um país parado, que não evolui. Portanto, a inflação deve existir, pois ela é um reflexo do desenvolvimento do país. Ainda assim, é importante que ela esteja sempre controlada.
Nos próximos dias a gente explica um pouco o que pode ser feito para que o dinheiro não fique parado e o que pode ser feito para amenizar os impactos negativos da inflação.
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