João Dias é condenado a devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos
O Tribunal de Contas da União condenou a Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e o representante legal, João Dias, a restituírem cerca de R$ 2 milhões aos cofres públicos. A decisão decorreu de irregularidades na aplicação dos recursos do Programa Segundo Tempo, repassados pelo Ministério do Esporte mediante convênio, quando o atual governador do DF, Agnelo Queiroz, era ministro da Pasta. ...
O soldado da Polícia Militar João Dias Ferreira (PCdoB) recebia recursos para atender a 10 mil crianças na cidade de Sobradinho (DF). O dinheiro deveria ser utilizado na aquisição de quimonos e material recreativo, fornecimento de refeições e contratação de pessoal para atuar no projeto. A Federação não conseguiu comprovar a boa aplicação dos recursos em nenhuma das ações que se propôs executar.
O ministro Aroldo Cedraz ainda notificou o Ministério do Esporte de que não houve comprovação da entrega aos estudantes de dez mil quimonos, que foram confeccionados em penitenciárias brasileiras, por meio do projeto “Pintando a Liberdade” e disponibilizados à Federação Brasiliense de Kung-Fu.
Amigo de Agnelo, João Dias revelou uma série de denúncias que quase prejudicou a campanha do governador em 2010. Essa revelação mostrava a ligação do militar com Agnelo quando ministro de Esporte. Ambos eram filiados ao mesmo partido e mantinham relacionamento bom. Denominavam-se de “mestre”.
A relação começou a ficar estremecida com as ameaças e revelações. O soldado chegou a passar cinco dias preso sob a acusação de desviar R$ 3,2 milhões do programa Segundo Tempo. Depois criou um blog onde chamou o ex-ministro Orlando Silva de “bandido”. João Dias ainda era conhecido como o soldado que tinha que arrecadar dinheiro com amigos para participar de campeonatos de kung-fu.
Mas mudou o status após aliar-se com um grupo de militantes do PCdoB, liderado por Agnelo Queiroz. Outra confusão onde João Dias aparece é quando descontou três cheques de R$ 2,5 mil emitidos pelo governador. De acordo com Agnelo, os cheques seriam parte do pagamento de um carro usado, mas a negociação não chegou ao fim e outros nove cheques foram devolvidos.
Em 2011, o Ministério Público Federal ingressou com duas ações na Justiça Federal para que o soldado devolvesse aos cofres públicos cerca de R$ 4 milhões. A cifra corresponde ao que teria sido desviado pelas duas ONGs de João Dias. Metade é cobrada agora do lutador de Kung Fu.
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