Cerca de 200 homens de forças federais e estaduais iniciaram na tarde deste sábado (28) as buscas de três homens desaparecidos na reserva dos índios da etnia tenharim, em área próxima ao município de Humaitá (AM).
A decisão pelas buscas foi tomada após uma onda de violência de moradores no sul do Estado, que começou na última quarta-feira (25), quando a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) e veículos foram incendiados.
Um gabinete de crise foi montado, e três postos avançados serão construídos ao longo da rodovia Transamazônica, que atravessa a reserva, pelas forças federais e estaduais.
Moradores de Humaitá e da vizinha Apuí (AM) suspeitam que os três homens que estão desaparecidos há 12 dias –Aldeney Salvador (funcionário da Eletrobras), Luciano Ferreira (representante comercial) e Stef de Souza (professor em Humaitá)– tenham sido sequestrados pelos índios após a morte de um cacique.
A polícia afirma que o cacique Ivan Tenharim morreu atropelado, mas os índios acreditam que a morte pode ser uma retaliação à cobrança de pedágio ilegal feita pelos tenharim na rodovia Transamazônica, em área dentro da reserva indígena. A Funai (Fundação Nacional do Índio) também levantou dúvidas sobre a morte do cacique.
Durante a manhã deste sábado (28), autoridades e policiais sobrevoaram a área para traçar a estratégia da operação que buscará os três homens desaparecidos.
Além dos 200 homens que já estão na reserva, mais efetivos das forças federais são aguardados para reforçar as investigações, segundo a Polícia Militar. As incursões dentro da reserva são feitas por Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Paulo Roberto Vital, que sobrevoou a área, disse que situação na região está sob controle.
"Montamos um gabinete de crise no local, com apoio médico, de comunicação e logístico, montaremos outros três pontos avançados em três da rodovia [Transamazônica]: no ponto em que os homens desapareceram, no local onde funcionava a cobrança de pedágio [pelos índios] e um outro ponto estratégico onde podem ocorrer novos conflitos", afirmou à Folha.
"A situação está totalmente sob controle com a presença das forças federais e estaduais. Agora é papel da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional a incursão dentro da reserva e a ordem na rodovia", disse.
Na sexta-feira (27), 300 pessoas destruíram em Apuí (AM) o local utilizado por índios da etnia tenharim como pedágio ilegal na rodovia Transamazônica, em área dentro da reserva indígena. Ameaçados, cerca de 150 indígenas da região estão abrigados em um batalhão do Exército.
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