Em uma disputa marcada por reviravoltas, Rodrigo Rollemberg (PSB) ganhou fôlego por carregar a bandeira da renovação política do DF
Marcela Mattos, de Brasília
Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR) disputam o segundo turno neste domingo (Divulgação/VEJA.com)
Numa campanha em que antes de apresentar propostas a principal promessa dos candidatos foi não roubar, a eleição para o governo do Distrito Federal chega ao final neste domingo marcada por uma sequência de reviravoltas, com o candidato favorito ao Palácio do Buriti cassado, o único governador que tentou a reeleição fora do segundo segundo turno e uma proposta mirabolante de última hora que acirrou a disputa. Nesse contexto, cresceu nas pesquisas um candidato que não estava nos primeiros planos do eleitor, Rodrigo Rollemberg (PSB), mas que ganhou fôlego por representar o fim de uma tradicional polarização entre dois grupos políticos que historicamente dominam as eleições – e não fizeram bem – à capital do país.
Senador de primeiro mandato, Rodrigo Rollemberg entrou na disputa com a promessa de personificar uma terceira via ao Distrito Federal, acostumado a encontrar nas urnas herdeiros e apadrinhados do ex-governador Joaquim Roriz ou nomes ligados ao PT. Em meio a uma série de escândalos envolvendo políticos do DF, Rollemberg, ligado a políticos que carregam a bandeira ética, como o senador e ex-governador Cristovam (PDT) e o senador eleito Reguffe (PDT), passou a despontar nas pesquisas – no início da campanha era o terceiro colocado.
Adversário de Rollemberg, o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) entrou na disputa já no meio da campanha, após o ex-governador José Roberto Arruda (PR), favorito em todas as pesquisas eleitorais, ter sido cassado por improbidade administrativa. Frejat era vice de Arruda e assumiu a cabeça da chapa ao lado de Flávia Arruda, mulher do candidato impugnado. Mesmo tendo sido o primeiro governador preso na história do país e barrado pela Justiça Eleitoral, o antecessor deixou como herança a Frejat um fiel eleitorado, principalmente nos rincões do DF, onde Arruda investiu em obras de mobilidade e saneamento quando governador.
De acordo com o Datafolha, Rollemberg lidera as pesquisas com 57% das intenções de votos válidos (excluídos brancos, nulos e eleitores indecisos), contra 43% de Frejat. Em uma última cartada para tentar virar o jogo, o candidato pelo PR apresentou, a dez dias do segundo turno, a proposta de tarifa de ônibus a um real – chegando a registrá-la em cartório. Em debate na noite de quinta-feira na TV Globo, o último antes do pleito, Rollemberg chamou a medida de “eleitoreira” e “irresponsável”. Já Frejat rebateu prometendo a implantação já em seu primeiro dia de governo, e ressaltou que “falta experiência” ao adversário para entender a viabilidade da proposta.
Em lados opostos nessas eleições, Rollemberg e Frejat, enquanto deputados deputados federais de 2006 a 2010, atuavam em clima amistoso. Propaganda repetidamente veiculada por Frejat mostra o socialista, da tribuna da Câmara dos Deputados, na qual classifica o adversário como o “melhor secretário de Saúde que o DF já conheceu”. À época, os dois integravam a base parlamentar do ex-presidente Lula. Agora, os dois apoiam o tucano Aécio Neves para a Presidência da República.
Rejeição petista – Com uma gestão atrapalhada do governador Agnelo Queiroz, este será o primeiro segundo turno do DF em que o PT não participa. Agnelo, com alto índice de rejeição, amargou a terceira colocação na disputa e teve apenas 20% dos votos. O resultado se estendeu a secretários e diretores ligados ao governo do Distrito Federal, que tentaram um cargo eletivo: a maioria foi descartada nas urnas, como o ex-secretário de Habitação, Geraldo Magela, candidato ao Senado, e o ex-secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, candidato à Câmara dos Deputados.
FONTE: VEJA
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