terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ex-candidata a distrital tem ataque de fúria e vídeo cai na internet

Nas imagens, Sandra Teixeira xinga militantes do PSDB e quase parte para agressão física contra jovem

Daniel Cardozo
daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br

A ex-candidata a deputada distrital pelo PCB Sandra Leite Teixeira aparece em um vídeo em pleno ataque de fúria contra cabos eleitorais do PSDB. O alvo eram militantes do partido que faziam campanha para o candidato à Presidência Aécio Neves, além do próprio tucano. 
O vídeo, que está circulando nas redes sociais, mostra a discussão de Sandra com os militantes que panfletavam, na sexta-feira, dentro da Universidade de Brasilia (UnB). A mulher estava com o seu tradicional véu usado durante toda a propaganda eleitoral na televisão e com um adesivo de Dilma Rousseff estampado no peito. Ao chegar próximo aos jovens militantes, Sandra falou o nome completo e se identificou como professora.
Durante a discussão, a ex-candidatas chamou Aécio de “cheirador de cocaína” e uma das militantes de “vagabunda”. Em outro momento, ameaçou cuspir nos outros jovens que estavam vestindo a camisa do PSDB e partir para a agressão física contra a jovem.
Apesar de ter sido candidata nas últimas eleições e aparecido no horário eleitoral, Sandra teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). O problema foi uma dupla filiação. A professora se filiou ao PCB nos anos 1990 e, mais tarde, no PSOL. Com isso, prevaleceu o ingresso na última legenda.
Partido desautoriza
O secretário de mobilização do PCB, Teodoro da Cruz, conta que não se trata de uma integrante do partido, justamente pelos entraves jurídicos. De acordo com ele, Sandra precisa de tratamento psicológico. “Está bem claro que ela está com um problema de saúde. É até perigoso por se tratar de  professora da rede pública”, opinou.
A família da jovem, menor de idade, ainda estuda se pretende entrar com ação judicial contra Sandra. Já foi prestada ocorrência do fato e o partido ofereceu toda a assistência jurídica.
Segundo o presidente do PSDB Jovem no DF, Horácio Lessa, a campanha do PSDB no DF nunca tinha enfrentado um problema igual. “Na UnB tivemos alguns problemas no centro acadêmico de Sociologia. Mas evitamos cair nas provocações porque sabemos que a militância aguerrida não deve mudar de ideia”, afirmou.
Maioria dos internautas reprova atitude
Em menos de três dias o vídeo foi visualizado mais de 50 mil vezes no site Youtube. Já na rede social Facebook a publicação conta com quase três mil compartilhamentos. A maioria dos comentários reprova a atitude da professora.
Em setembro, o Jornal de Brasília conduziu uma entrevista com Sandra, que explicou quais seriam suas bandeiras caso fosse eleita deputada distrital. Além disso, ela enumerou razões pelas quais deveria receber votos. “Por três motivos. Porque, nessa vida, eu ainda não aprendi a cuidar de mim, mas sei muito bem como cuidar dos outros. Porque sempre fui uma professora muito dedicada. E porque é a primeira vez que eu me candidato e acho que a primeira vez é sempre melhor”, disse, à época.
A até então candidata também falou sobre o que a motivou a tentar uma cadeira na Câmara Legislativa. “Vontade de mudar a face da política do País para, assim, mudar o País. O Brasil é um país muito desigual, provavelmente o mais desigual do mundo”, explicou.
Neutralidade
Mesmo com o apoio de Sandra à candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), o PCB declarou neutralidade e aconselhou seus militantes a considerarem o voto nulo no segundo turno.
A reportagem tentou contato e chegou a ir até a casa de Sandra, mas não conseguiu ouvi-la sobre o ocorrido.
Saiba mais
 A atitude da professora foi alvo de uma representação no Ministério Público, de autoria da deputada distrital  Celina Leão (PDT).
O Jornal de Brasília mostrou na edição de ontem que candidatos tidos como folclóricos ou exóticos não tiveram sucesso nas últimas eleições.
Foi o caso de nomes como Índia Roqueira (PV), Edílson que o Povo Gosta (PT), Mulher Maravilha (PHS) e Toninho Maratonista Hop Hop (PV), todos candidatos a deputado distrital.
Na maioria dos casos, as votações não chegaram nem aos três dígitos.
 Por ter a candidatura impugnada, Sandra Leite nem teve votos contabilizados.
Assista ao vídeo:
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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