Matéria do jornal norte-americano analisa a repercussão dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras na corrida presidencial
O escândalo da Petrobras ganhou espaço no jornal norte-americano The New York Times. As consequências do depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, na disputa presidencial do segundo turno foram discutidas pelo periódico. A matéria de Simon Romero, veiculada neste domingo (19/10), destacou que as investigações podem prejudicar a presidente Dilma Rousseff (PT) durante a campanha. Aécio Neves (PSDB), adversário da petista, estaria se aproveitando da situação para angariar votos. O texto afirma que o caso irá complicar uma eleição já tumultuada...
A matéria classifica o episódio como um "esquema de suborno de escala épica". Costa é o personagem principal da reportagem, já que confessou os repasses de verba da companhia petroleira para três partidos (PT, PMDB e PP). O ex-diretor foi preso pela Operação Lava Jato e fez um acordo de delação premiada com os procuradores, visando a redução da pena. Um especialista em justiça brasileira declarou ao jornal que empresas estatais são mecanismos de financiamento da corrupção. O estudante da Universidade Americana diz que o processo oferece conclusões corrosivas sobre a democracia no Brasil.
De acordo com o New York Times, Dilma é questionada sobre o seu conhecimento do caso à época. A presidente é acusada de negligência por manter Paulo Roberto Costa na Petrobras até 2012. Em debate realizado neste domingo (19/10), Aécio Neves perguntou a presidente se ela pretende manter João Vaccari Neto como tesoreiro do PT. O petista está envolvido no pagamento de propinas para a base aliada do governo com dinheiro da estatal. Dilma rebateu a acusação citando o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que supostamente se beneficiou do esquema. A notícia do jornal americano trata do assunto ao explicar que Guerra pode ter aceitado suborno e arquivado o inquérito sobre irregularidades na Petrobras, em 2009.
O artigo de Romero sugere que se os depoimentos sobre o escândalo forem verdadeiros, o fato da Petrobras superaria o mensalão na esfera da corrupção. O texto questiona como uma empresa da importância da Petrobras deve ser gerenciada, pois Dilma havia integrado o Conselho Administrativo da petroleira. Analistas afirmam que assim como a maior empresa brasileira, outras estatais correm o risco de serem instrumentos dos interesses de coligações partidárias. O texto cita Costa: "Ninguém nasce para se tornar um general nas forças armadas sem ser recomendado, é óbvio que nenhum partido escolhe alguém com base apenas na sua capacidade técnica."
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