Eleito com 812 mil votos, o novo governador promete combater a corrupção, facilitar o acesso à cultura e melhorar os serviços públicos
"Em um governo, ninguém faz nada sozinho. Não tenho pretensão de ser salvador da pátria. Quero, sim, ter a capacidade para reunir o que há de melhor do talento do Distrito Federal, para fazer o melhor pelo DF" |
O governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) mal teve tempo para descansar e já iniciou as primeiras conversas para a transição com o atual governo. Ainda na noite de domingo, quando sua vitória foi sacramentada nas urnas por mais de 812 mil votos, ele recebeu uma ligação de Agnelo Queiroz (PT), que se colocou à disposição para facilitar a transmissão de informações entre os dois grupos até a posse, em 1º de janeiro. Além da conversa com o antigo aliado, o socialista manteve contato com a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), com a qual pretende ter bom diálogo para administrar Brasília pelos próximos quatro anos.
O futuro ocupante do Palácio do Buriti, disse ontem, em entrevistas aos veículos dos Diários Associados no DF, que pretende ter um foco especial na transparência e na gestão pública, além de criar canais de conversas direto com a população, como os projetos das rodas de conversa, criadas durante a campanha.
Rollemberg, que se autodenomina o primeiro representante da geração Brasília a administrar o DF, antecipou que pretende dar andamento a projetos da atual gestão, como o Morar Bem e a construção de Upas e creches) e cumprir todos os reajustes de servidores compromissados pelo governo Agnelo. Ainda que dê essa garantia, o socialista se mostra preocupado com a situação das finanças públicas. Ele estima que o déficit no caixa do GDF passaria de R$ 2,1 bilhão.
Com relação a uma das principais bandeiras de sua campanha, a eleição direta para administradores regionais, o governador eleito foi mais cauteloso. Avisou que a população vai opinar na escolha, mas que, em um primeiro momento, ainda não será possível eleger os responsáveis pelas regiões administrativas. Além disso, ele quer que seja criado um instrumento que possibilite ao chefe do Executivo trocar o gestor caso ele não apresente os resultados desejados. Apesar das críticas pesadas que fez ao governo atual e do alto índice de votos nulos no segundo turno — o que ele atribui ao eleitorado petista —, Rollemberg não vê dificuldades na reaproximação com seus antigos aliados. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
O que significa para o DF ter um governador da geração Brasília, que cresceu aqui e fez sua vida na cidade?
Significa que será a oportunidade de ser governada por uma pessoa que tem sinergia com a cidade. Cresci com Brasília. Eu me transformei na minha vida, como Brasília se transformou na sua. Tenho paixão e compromisso com essa cidade. Queremos reunir o que há de melhor em talentos e pessoas que gostam da cidade. No processo de construção coletiva do plano de governo, percebemos que existem pessoas bem intencionadas e apaixonadas por essa cidade e que querem contribuir. Em um governo, ninguém faz nada sozinho. Não tenho pretensão de ser salvador da pátria. Quero, sim, ter a capacidade para reunir o que há de melhor do talento do Distrito Federal, para fazer o melhor pelo DF.
O que convenceu o eleitor a apoiá-lo?
Sempre disse que a eleição seria decidida por duas coisas: trajetória e propostas. Tivemos oportunidade de apresentar nossa trajetória. Também contou o fato de termos nos preparado com antecedência, ouvindo a população durante mais de um ano e meio para elaborar o plano de governo. Conta ainda a forma como fizemos a nossa campanha, limpa, propositiva e ouvindo a população. Inovamos com as rodas de conversa em que tivemos contato direto com as pessoas. Chegamos a reunir duas mil pessoas.
Essas rodas de conversa continuarão no governo?
Esse foi, aliás, um pleito da população. E nós gostaríamos de iniciar com a roda de conversa com os servidores públicos, que nós queremos que estejam bastante motivados para os quatro anos que teremos pela frente.
O senhor foi um crítico à gestão atual, mostrou muitos pontos negativos.
Qual expectativa o senhor tem do que vai encontrar?
O grande problema é de gestão. O DF precisa qualificar a gestão, e qualificar a gestão é declarar guerra à burocracia. E ao reduzir a burocracia, é possível combater a corrupção. Estou convencido que a burocracia é um instrumento da corrupção. Cria dificuldade para vender facilidade. Precisamos simplificar, informatizar e dar transparência aos procedimentos. Além disso, ampliar os instrumentos de participação social.
O senhor tem batido na tecla da transparência. Afirma que vai abrir o acesso da população ao Orçamento. Como será possível fazer isso?
Nossa ideia é criar, já na primeira semana, um Conselho de Transparência, composto exclusivamente por entidades da sociedade civil, como o Contas Abertas, o Instituto de Fiscalização e Controle, o DF em Movimento. Queremos que a sociedade nos ajude a examinar e a controlar as contas públicas para evitar o desperdício, a corrupção, para garantir a boa aplicação dos recursos públicos. Queremos também dar acesso ao cidadão comum ao orçamento e vamos colocar na internet e em locais de grande movimento da cidade, como na rodoviária, informações sobre quais são as empresas contratadas, quanto estão recebendo para prestar aquele serviço, que tipo de serviço é aquele. Estou convencido que, também, a transparência é fundamental para combater a corrupção.
Os reajustes salariais concedidos pelo atual governo poderão ser cumpridos?
Nosso objetivo é cumprir todos os compromissos e toda a legislação aprovada. Se esses reajustes estão garantidos em lei, vamos trabalhar no sentido de garantir os reajustes. Sabemos que o DF está vivendo uma situação muito difícil. Segundo informações publicadas no próprio Diário Oficial, já existe um déficit de R$ 2,1 bilhões. Precisamos equilibrar as contas públicas, reduzindo gastos, evitando desperdícios. Será fundamental também a criação de uma central de projetos, que permita buscar recursos na área federal e na área internacional, através de financiamentos do Bird e do Banco Mundial, por exemplo.
Quais projetos do atual governo o senhor pretende dar continuidade?
Precisamos mudar a cultura política no Brasil. E uma das formas é acabar com isso de um governador entrar e começar a fazer tudo do zero. Os recursos são públicos e não são de um governador ou de outro. É do conjunto da população. O que for preciso melhorar, vamos modificar. Vamos manter o Morar Bem, respeitando a lista e ampliar para atender população de 0 a 3 salários mínimos. Vamos construir UPAs. Vamos fazer o BRT Norte. Vamos dar andamento aos projetos positivos.
O senhor apoiou a candidatura do tucano Aécio Neves. Como será sua relação com a presidente Dilma?
Espero que seja a melhor possível. A eleição terminou no domingo. Agora temos responsabilidades: a presidenta Dilma no plano nacional e nós aqui no plano local. Ela já fez uma conclamação à união nacional, que é o mesmo discurso que nós pregamos aqui, o de união em torno dos grandes objetivos, e dos grandes desafios e dos grandes interesses do DF e do país.
Com relação a uma das principais bandeiras de sua campanha, a eleição direta para administradores regionais, o governador eleito foi mais cauteloso. Avisou que a população vai opinar na escolha, mas que, em um primeiro momento, ainda não será possível eleger os responsáveis pelas regiões administrativas. Além disso, ele quer que seja criado um instrumento que possibilite ao chefe do Executivo trocar o gestor caso ele não apresente os resultados desejados. Apesar das críticas pesadas que fez ao governo atual e do alto índice de votos nulos no segundo turno — o que ele atribui ao eleitorado petista —, Rollemberg não vê dificuldades na reaproximação com seus antigos aliados. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
O que significa para o DF ter um governador da geração Brasília, que cresceu aqui e fez sua vida na cidade?
Significa que será a oportunidade de ser governada por uma pessoa que tem sinergia com a cidade. Cresci com Brasília. Eu me transformei na minha vida, como Brasília se transformou na sua. Tenho paixão e compromisso com essa cidade. Queremos reunir o que há de melhor em talentos e pessoas que gostam da cidade. No processo de construção coletiva do plano de governo, percebemos que existem pessoas bem intencionadas e apaixonadas por essa cidade e que querem contribuir. Em um governo, ninguém faz nada sozinho. Não tenho pretensão de ser salvador da pátria. Quero, sim, ter a capacidade para reunir o que há de melhor do talento do Distrito Federal, para fazer o melhor pelo DF.
O que convenceu o eleitor a apoiá-lo?
Sempre disse que a eleição seria decidida por duas coisas: trajetória e propostas. Tivemos oportunidade de apresentar nossa trajetória. Também contou o fato de termos nos preparado com antecedência, ouvindo a população durante mais de um ano e meio para elaborar o plano de governo. Conta ainda a forma como fizemos a nossa campanha, limpa, propositiva e ouvindo a população. Inovamos com as rodas de conversa em que tivemos contato direto com as pessoas. Chegamos a reunir duas mil pessoas.
Essas rodas de conversa continuarão no governo?
Esse foi, aliás, um pleito da população. E nós gostaríamos de iniciar com a roda de conversa com os servidores públicos, que nós queremos que estejam bastante motivados para os quatro anos que teremos pela frente.
O senhor foi um crítico à gestão atual, mostrou muitos pontos negativos.
Qual expectativa o senhor tem do que vai encontrar?
O grande problema é de gestão. O DF precisa qualificar a gestão, e qualificar a gestão é declarar guerra à burocracia. E ao reduzir a burocracia, é possível combater a corrupção. Estou convencido que a burocracia é um instrumento da corrupção. Cria dificuldade para vender facilidade. Precisamos simplificar, informatizar e dar transparência aos procedimentos. Além disso, ampliar os instrumentos de participação social.
O senhor tem batido na tecla da transparência. Afirma que vai abrir o acesso da população ao Orçamento. Como será possível fazer isso?
Nossa ideia é criar, já na primeira semana, um Conselho de Transparência, composto exclusivamente por entidades da sociedade civil, como o Contas Abertas, o Instituto de Fiscalização e Controle, o DF em Movimento. Queremos que a sociedade nos ajude a examinar e a controlar as contas públicas para evitar o desperdício, a corrupção, para garantir a boa aplicação dos recursos públicos. Queremos também dar acesso ao cidadão comum ao orçamento e vamos colocar na internet e em locais de grande movimento da cidade, como na rodoviária, informações sobre quais são as empresas contratadas, quanto estão recebendo para prestar aquele serviço, que tipo de serviço é aquele. Estou convencido que, também, a transparência é fundamental para combater a corrupção.
Os reajustes salariais concedidos pelo atual governo poderão ser cumpridos?
Nosso objetivo é cumprir todos os compromissos e toda a legislação aprovada. Se esses reajustes estão garantidos em lei, vamos trabalhar no sentido de garantir os reajustes. Sabemos que o DF está vivendo uma situação muito difícil. Segundo informações publicadas no próprio Diário Oficial, já existe um déficit de R$ 2,1 bilhões. Precisamos equilibrar as contas públicas, reduzindo gastos, evitando desperdícios. Será fundamental também a criação de uma central de projetos, que permita buscar recursos na área federal e na área internacional, através de financiamentos do Bird e do Banco Mundial, por exemplo.
Quais projetos do atual governo o senhor pretende dar continuidade?
Precisamos mudar a cultura política no Brasil. E uma das formas é acabar com isso de um governador entrar e começar a fazer tudo do zero. Os recursos são públicos e não são de um governador ou de outro. É do conjunto da população. O que for preciso melhorar, vamos modificar. Vamos manter o Morar Bem, respeitando a lista e ampliar para atender população de 0 a 3 salários mínimos. Vamos construir UPAs. Vamos fazer o BRT Norte. Vamos dar andamento aos projetos positivos.
O senhor apoiou a candidatura do tucano Aécio Neves. Como será sua relação com a presidente Dilma?
Espero que seja a melhor possível. A eleição terminou no domingo. Agora temos responsabilidades: a presidenta Dilma no plano nacional e nós aqui no plano local. Ela já fez uma conclamação à união nacional, que é o mesmo discurso que nós pregamos aqui, o de união em torno dos grandes objetivos, e dos grandes desafios e dos grandes interesses do DF e do país.
FONTE: CORREIOWEB
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