Cientista político afirma que o cenário das eleições deste ano ainda segue indefinido, mas poderá ser melhor analisado quando começarem as campanhas em rádio e televisão. Eleitores pedem por renovação
Em entrevista ao Jornal da Comunidade, o cientista político, Alexandre Gouveia, fala sobre o cenário eleitoral de 2014 e a situação das candidaturas de presidenciáveis e para o Palácio do Buriti. Ele fala que em ambos os cenários a disputa está mais acirrada que nos pleitos anteriores, o que mostra o desejo de renovação dos eleitores. Segundo Gouveia, a situação no Distrito Federal é bastante peculiar, onde a política é discutida mais densamente que em outras regiões, mas que a tendência também segue para o rumo da renovação. E a mudança dos parlamentares também deve ocorrer no Congresso Nacional. Alexandre ressalta que a intenção de voto da população deve ficar ainda mais concreta com o início das campanhas no rádio e na televisão, pois o voto do brasileiro é dado com emoção.
Em entrevista ao Jornal da Comunidade, o cientista político, Alexandre Gouveia, fala sobre o cenário eleitoral de 2014 e a situação das candidaturas de presidenciáveis e para o Palácio do Buriti. Ele fala que em ambos os cenários a disputa está mais acirrada que nos pleitos anteriores, o que mostra o desejo de renovação dos eleitores. Segundo Gouveia, a situação no Distrito Federal é bastante peculiar, onde a política é discutida mais densamente que em outras regiões, mas que a tendência também segue para o rumo da renovação. E a mudança dos parlamentares também deve ocorrer no Congresso Nacional. Alexandre ressalta que a intenção de voto da população deve ficar ainda mais concreta com o início das campanhas no rádio e na televisão, pois o voto do brasileiro é dado com emoção.
Como avalia as eleições de 2014 no cenário nacional?
Temos uma disputa mais acirrada do que nos pleitos anteriores. Antes, os eleitores mantinham a intenção de deixar o mesmo grupo no poder. Percebemos o desejo de mudança devido a diminuição da intenção de voto para a presidente Dilma e oposição polarizada, o que leva a eleição para o segundo turno. A busca pela renovação é aflorada quando as pessoas percebem que o mesmo grupo pode ir para o quarto mandato e o desejo de mudança é perceptível.
Temos uma disputa mais acirrada do que nos pleitos anteriores. Antes, os eleitores mantinham a intenção de deixar o mesmo grupo no poder. Percebemos o desejo de mudança devido a diminuição da intenção de voto para a presidente Dilma e oposição polarizada, o que leva a eleição para o segundo turno. A busca pela renovação é aflorada quando as pessoas percebem que o mesmo grupo pode ir para o quarto mandato e o desejo de mudança é perceptível.
Como a presidente Dilma Rousseff pode combater essa baixa na popularidade?
Dilma recuperou a popularidade com relação a 2013, quando tiveram as manifestações, mas a aprovação ainda é menor que de anos anteriores. Ela entra enfraquecida, mas não considero como um nível baixo. Por outro lado, tem uma oposição que chama bastante atenção, com Aécio Neves e Eduardo Campos. Dilma está na frente, mas os fatores como baixo crescimento econômico e casos de corrupção serão usados pela oposição. E são esses fatores que vão reverberar nas pesquisas futuras.
Dilma recuperou a popularidade com relação a 2013, quando tiveram as manifestações, mas a aprovação ainda é menor que de anos anteriores. Ela entra enfraquecida, mas não considero como um nível baixo. Por outro lado, tem uma oposição que chama bastante atenção, com Aécio Neves e Eduardo Campos. Dilma está na frente, mas os fatores como baixo crescimento econômico e casos de corrupção serão usados pela oposição. E são esses fatores que vão reverberar nas pesquisas futuras.
Quais as chances de cada candidato à presidência?
De acordo com os estudos que fazemos em cima das pesquisas, o que reverbera neste momento é Dilma ganhando, mas o voto é emocional e ainda veremos o reflexo desses dois meses de campanha. Vamos perceber nos primeiros programas de rádio e televisão se a intenção de voto ainda continuará em Dilma. Ela tem de 50% a 55% de chance. Aécio chega mais fortalecido, pois não é mais desconhecido, o percentual dele aparece muito bom, 35%, e Eduardo Campos com 10%, mas isso poderá mudar com o início das campanhas.
De acordo com os estudos que fazemos em cima das pesquisas, o que reverbera neste momento é Dilma ganhando, mas o voto é emocional e ainda veremos o reflexo desses dois meses de campanha. Vamos perceber nos primeiros programas de rádio e televisão se a intenção de voto ainda continuará em Dilma. Ela tem de 50% a 55% de chance. Aécio chega mais fortalecido, pois não é mais desconhecido, o percentual dele aparece muito bom, 35%, e Eduardo Campos com 10%, mas isso poderá mudar com o início das campanhas.
Os presidenciáveis podem influenciar a campanha dos candidatos ao GDF?
O Distrito Federal é peculiar. O próprio Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é superior ao resto do país. E aqui se discute política mais densamente que em outros lugares. Foi de grande impacto na eleição passada a vitória de Marina Silva aqui e isso mostra a independência do eleitor daqui que não acompanha o resto. E o berço político de cada candidato influencia muito. Na eleição passada, tínhamos dois grupos, família Roriz e Agnelo Queiroz e não era um cenário muito diferente do de hoje. Atualmente, temos polarização muito grande, todos com histórico forte. E o cenário é muito curioso, no caso de José Roberto Arruda, é o primeiro governador com prisão durante o mandato e mesmo assim lidera as pesquisas.
O Distrito Federal é peculiar. O próprio Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é superior ao resto do país. E aqui se discute política mais densamente que em outros lugares. Foi de grande impacto na eleição passada a vitória de Marina Silva aqui e isso mostra a independência do eleitor daqui que não acompanha o resto. E o berço político de cada candidato influencia muito. Na eleição passada, tínhamos dois grupos, família Roriz e Agnelo Queiroz e não era um cenário muito diferente do de hoje. Atualmente, temos polarização muito grande, todos com histórico forte. E o cenário é muito curioso, no caso de José Roberto Arruda, é o primeiro governador com prisão durante o mandato e mesmo assim lidera as pesquisas.
Como avalia o cenário político no DF?
Mesmo com Arruda aparecendo em primeiro lugar nas intenções de voto, Agnelo cresceu nas pesquisas recentes por causa das obras entregadas. Rodrigo Rollemberg é senador, cargo com metodologia igual ao de governador, ele entra com experiência e é uma terceira via muito importante. Ele é da plataforma de Eduardo Campos, que tem Marina Silva como sua vice, e se ela continuar forte aqui, ele é um grande candidato. No caso de Luiz Pitiman, ele é um empresário bem-sucedido, deputado federal que não foi campeão de votos, mas tem grande experiência de governo. Ele é desconhecido da massa, mas tem o palanque de Aécio Neves a seu favor. Esse equilíbrio traz uma composição bem diferente.
Mesmo com Arruda aparecendo em primeiro lugar nas intenções de voto, Agnelo cresceu nas pesquisas recentes por causa das obras entregadas. Rodrigo Rollemberg é senador, cargo com metodologia igual ao de governador, ele entra com experiência e é uma terceira via muito importante. Ele é da plataforma de Eduardo Campos, que tem Marina Silva como sua vice, e se ela continuar forte aqui, ele é um grande candidato. No caso de Luiz Pitiman, ele é um empresário bem-sucedido, deputado federal que não foi campeão de votos, mas tem grande experiência de governo. Ele é desconhecido da massa, mas tem o palanque de Aécio Neves a seu favor. Esse equilíbrio traz uma composição bem diferente.
É possível um segundo turno no DF?
O segundo turno é certo a meu ver. Agnelo está num cenário hostil, de rejeição, porém ele tem curva de crescimento considerável. Arruda está na frente, mas quando começar a campanha, deve mudar a percepção de alguns devido a sua imagem com envolvimento em escândalos políticos. Rollemberg e Pitiman polarizam a campanha de Arruda. E o resultado do segundo turno será bem influenciado pelo do primeiro, pois a soma dos votos da oposição influenciam os que estão em dúvida.
O segundo turno é certo a meu ver. Agnelo está num cenário hostil, de rejeição, porém ele tem curva de crescimento considerável. Arruda está na frente, mas quando começar a campanha, deve mudar a percepção de alguns devido a sua imagem com envolvimento em escândalos políticos. Rollemberg e Pitiman polarizam a campanha de Arruda. E o resultado do segundo turno será bem influenciado pelo do primeiro, pois a soma dos votos da oposição influenciam os que estão em dúvida.
E o casso Arruda? Ele é considerado um candidato?
Arruda tem legitimidade na candidatura, é a lei que determina, tanto para o bem quanto para o mal. No registro dele, só tinha condenação em primeira instância, o que habilita a candidatura. Assim, ele está válido, porém o Judiciário pode mudar a percepção se a defesa de Arruda não conseguir contornar. Mas isso ainda é uma incógnita.
Arruda tem legitimidade na candidatura, é a lei que determina, tanto para o bem quanto para o mal. No registro dele, só tinha condenação em primeira instância, o que habilita a candidatura. Assim, ele está válido, porém o Judiciário pode mudar a percepção se a defesa de Arruda não conseguir contornar. Mas isso ainda é uma incógnita.
Acredita em um crescimento de candidato além de Arruda e Agnelo?
Tirando os indecisos, que são maioria, todos os outros demonstram tendência de renovação. Independentemente de quem seja o candidato, se Arruda sair, o que votaria nele, vai escolher outro além do Agnelo, pois quer mudança, o que faz aparecer um terceiro candidato.
Tirando os indecisos, que são maioria, todos os outros demonstram tendência de renovação. Independentemente de quem seja o candidato, se Arruda sair, o que votaria nele, vai escolher outro além do Agnelo, pois quer mudança, o que faz aparecer um terceiro candidato.
Acredita em renovação também na Câmara Legislativa e no Congresso?
Vai haver grande renovação. Primeiro, todo reflexo das eleições para a Câmara Federal e CLDF é das câmaras municipais, que teve recorde de renovação na última eleição, mais de 56%. E isso tende a se repetir no pleito federal e no DF. Os eleitores têm acompanhado o Legislativo como a campanha Vai Trabalhar Deputado e Ficha Limpa, que traduzem a insatisfação da população. Ainda, se somam às informações de corrupção repassadas pela mídia, o que faz com que o eleitor não consiga distinguir quem é do bem ou do mal, coloca todos como iguais e vai em busca de um novo. O problema é que esse cargo não é tão debatido como o de um governador e presidente, o que faz com que a maioria escolha 15 dias antes do pleito ou até mesmo na hora da votação, e esquecendo um ano depois em quem votou.
Vai haver grande renovação. Primeiro, todo reflexo das eleições para a Câmara Federal e CLDF é das câmaras municipais, que teve recorde de renovação na última eleição, mais de 56%. E isso tende a se repetir no pleito federal e no DF. Os eleitores têm acompanhado o Legislativo como a campanha Vai Trabalhar Deputado e Ficha Limpa, que traduzem a insatisfação da população. Ainda, se somam às informações de corrupção repassadas pela mídia, o que faz com que o eleitor não consiga distinguir quem é do bem ou do mal, coloca todos como iguais e vai em busca de um novo. O problema é que esse cargo não é tão debatido como o de um governador e presidente, o que faz com que a maioria escolha 15 dias antes do pleito ou até mesmo na hora da votação, e esquecendo um ano depois em quem votou.
Fonte: Jornal da Comunidade
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