segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Famílias lutam pela permanência em área


Novamente, uma licitação lançada pelo governo Agnelo está parada. Desta vez, trata-se do certame  estimado em R$ 2 bilhões do Núcleo Rural Vargem da Bênção, onde a Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) pretende instalar mais de 24 mil unidades do programa Morar Bem. Segundo moradores, antes mesmo de sair o resultado do edital, a construtora Mendes Júnior esteve no local, para medir os lotes. Além disso, a Agência de Fiscalização (Agefis)   notifica os chacareiros desde o ano passado, pedindo a demolição das casas e a retirada imediata das famílias que lá vivem. E a história pode ficar ainda mais complicada: donos das terras afirmam que arrendaram a extensão ainda em 1958, em  contrato com a Zoobotânica, para produção agrícola. Por isso, alegam que o processo é ilegal.

Uma representação, enviada ao Ministério Público de Contas do DF, narra todo o suposto histórico de  irregularidades. O documento, redigido pela advogada e dona de uma das terras arrendadas, Joelma Soares de Sousa, destaca que está proibido, por meio de ação cautelar, de a Codhab promover certames com o objetivo de contratar empresa para a implementação do projeto urbanístico até que o Instituto Brasília Ambiental (Ibram)  ateste a viabilidade ambiental.


Contrato

 “O governo quer passar por cima de tudo para implementar, a qualquer custo, o programa aqui. Mas a gente tem direito de estar aqui. Não invadimos e nosso contrato ainda é prorrogável por mais 50 anos”, diz Claudia Ferreira,  da Associação de moradores da Vargem da Bênção.

Além disso, em 2012, a Justiça atendeu o pedido da 3ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema) e concedeu liminar para suspender a licitação destinada a contratar empresa para construir o empreendimento. A ação foi ajuizada no dia 21 de dezembro e a licitação estava prevista para o dia 28. Na época, o MPDFT destacou que “a área apresenta sérias fragilidades ambientais, como solo úmido, lençol freático aflorado, presença de nascentes que formam o córrego Estiva ou Vargem da Bênção, além de outras áreas de preservação permanente, como campos de murundus”. “Temos um corredor ecológico aqui dentro, com diversas espécies de animais. O que vai ser feito com eles?”, questiona Stefânia Leão Fernandes, 43, presidente da associação de moradores.
 
 
Indícios de favorecimento de construtora

Para o especialista em administração pública  José Matias-Pereira, os moradores estão agindo corretamente ao questionar a ação da Codhab.  “Se eles têm como base esse contrato que garantiu a utilização dessas terras, possuem um ponto de apoio   significativo”, avalia. O docente ressalta   que cabe ao Ministério Público novamente tomar a frente da questão. “Uma grande construtora atuando sem que tivesse saído o resultado do certame é algo que indica favorecimentos”, provoca. 
 
Moradora da área, Jeanete Aparecida, 57, também recebeu notificação da Agefis e critica: “Recebemos a ordem de passar por cima de tudo. Como? A gente tem um projeto aqui, uma comunidade terapêutica que recupera viciados”, conta. 
 
 
 
Ponto de Vista 

 Professor de economia e integrante da Escola Nacional de Administração Pública, José Luiz Pagnussa, esclarece que o processo licitatório pode ser anulado, caso, de fato, todas as etapas da licitação não tenham sido cumpridas. “Existe uma Comissão de Licitação e essas pessoas são treinadas e sabem que não podem descumprir o que é exigido pela legislação”, observa. Portanto, conclui o especialista, “se os prazos determinados não foram respeitados, a Codhab pode estar agindo de forma ilegal e isso anula o certame”.  No Brasil, para licitações que façam uso da verba pública, o processo é regulado pela Lei Federal 8.666/93, chamada Lei das Licitações. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
 
 
 
Fatos apontam ilegalidade
 
Muitos problemas são encontrados nesse processo. Um deles é que a área da Vargem da Bênção foi transformada de rural para urbana no Plano Diretor (PDOT) de 2009, mas mantém características rurais. 
 
 
Na ação, a Prodema ainda alerta que o empreendimento irá provocar acréscimo de 65% no número de moradores em relação ao que tem hoje na cidade. “Eles não estão levando em conta a capacidade da região, que já sofre com o inchaço de pessoas e a falta de estrutura para suportar o crescimento”, argumenta a presidente da associação de moradores, Stefânia Leão. 
 
 
Audiência pública
 
 
Na ação, o Ministério Público questiona também como o governo chegou à conclusão de que as edificações são viáveis na área, já que não há qualquer ato do Ibram autorizando as obras. 
 
 
Além disso, outra denúncia dos moradores da área é de que o processo licitatório não cumpriu todas as etapas necessárias. A primeira delas, já que o valor estimado da obra é de quase R$ 2 bilhões, é o agendamento de audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a publicação do edital. O Governo do Distrito Federal (GDF), porém, decidiu às pressas marcar a audiência pública, sem respeitar o período de antecedência previsto na legislação. “Tal ilegalidade já é suficiente para tornar nulos todos os atos posteriores ao edital”, aponta Claudia Ferreira,  da associação de moradores.  
 
 
 
Única candidata
  
Segundo moradores, a Mendes Júnior foi a única empresa que se habilitou junto à Codhab, sendo vencedora em todos os quatro editais de licitação. Assim, a construtora contratada para executar apenas o plano urbanístico da obra deve, também, erguer as edificações do programa. Procurada pelo JBr, a empresa não se pronunciou sobre as denúncias. 
 
 
 
Debate com moradores será amanhã

Mesmo sem ter a aprovação do Ibram, nesta semana a Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) publicou em jornais uma convocação de reunião pública para amanhã. Para os moradores, porém, o convite, entregue pessoalmente pelos funcionários da companhia, insinua que o encontro deve direcionar os moradores para o cadastramento no Morar Bem, para que consigam suas unidades. 
  
Procurada, a Codhab respondeu apenas que a “área onde serão erguidas as unidades habitacionais, atualmente ocupada por chácaras irregulares, consta como de interesse social no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) que foi aprovado em 2009. A terra é de propriedade do GDF”. 
 
 
Impacto ambiental
 
 
Apesar de os moradores indicarem que a primeira audiência pública será realizada amanhã, o site da Codhab trata como se já tivesse ocorrido esse debate com a população e ainda afirma que o Residencial Vargem da Bênção é “ambientalmente viável”, de acordo com Estudo de Impacto Ambiental elaborado pela empresa contratada pela construtora que vai erguer o empreendimento e que este estudo foi apresentado aos moradores. 
 
 
Para chegarem à conclusão de que há viabilidade ambiental no projeto, os técnicos levaram em consideração o fato de que o Núcleo Rural Vargem da Bênção fica entre o Recanto das Emas, Samambaia e Riacho Fundo, e que o impacto ambiental não será muito maior do que o já existente por causa da proximidade dessas áreas urbanas.
 
 
 
Saiba Mais
 
No site da Codhab ainda há a construção das moradias na Vargem da Bênção previstas nas  Diretrizes  estratégicas/ específicas da Codhab para os anos de 2012/2013. 
 
 
No local onde hoje estão os chacareiros, segundo a Codhab,  serão construídos 21,4 mil apartamentos para os habilitados no programa habitacional. 
 
 
No site da companhia há, ainda, a informação de que as obras devem começar até dezembro e o primeiro prédio poderá ser entregue na metade do ano que vem.

Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br



Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

BAIXA NO PMDB


Wellington Luiz poderá ser a próxima baixa do PMDB do DF na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Tudo em função do acordo firmado na semana passada entre o PT e o PMDB para a busca da improvável reeleição de Agnelo Queiroz.

O Deputado Distrital Wellington, que tem sua base política no segmento da Segurança Publica, tem sido insistentemente pressionado por seus correligionários.  

Wellington Luiz tem conhecimento de pesquisa realizada dentro da Policia Civil do Distrito Federal que confere ao Governador Agnelo números expressivos, mas não de popularidade e de aceitação, e sim de rejeição. Agnelo é o campeão em rejeição dentro da PCDF, alcançando quase 90%.  

Wellington Luiz quer se reeleger,  então terá que se decidir até ao final desta semana se fica no PMDB, e coloca em risco o seu projeto pessoal, ou se sai, e busca a sua reeleição, que para alguns é tida como certa, mas em outro partido não vinculado diretamente ao Governador Agnelo Queiroz.

Celina Leão na base de apoio de Rollemberg

 


celina leao e rodrigo rollemberg
Celina Leão deverá estar na base de apoio de Rollemberg, mas não filiada ao PSB
 
Dança das Cadeiras.
 
No sábado, 28/9, publiquei em meu perfil no facebook, que a deputada distrital, Celina Leão, depois de ter seu nome rejeitado por uma plenária do PDT-DF, teria sido aceita pelo PSB-DF, do senador Rodrigo Rollemberg. A própria distrital, que surgiu do meio rorizista, em comunicação via twitter não negou as tratativas, mas me disse que ainda não havia batido o martelo e que estudava a melhor opção que “confirme o mandato” que ela vem fazendo.
 
Na manhã, deste domingo, importante dirigente do PSB-DF me ligou cedo para informar que Celina Leão não deve filiar-se ao PSB, mas que, em um outro partido, deve fazer parte da articulação política que irá lançar Rodrigo Rollemberg ao GDF.
 
Segundo este dirigente socialista, ainda esta semana, o senador Rollemberg e Celina Leão devem sentar-se à mesa para projetar o futuro desta articulação.
 
Nas palavras do dirigente socialista, o PSB reconhece que Celina é a única distrital que faz “oposição real” ao governo Agnelo, mas o partido prefere não trazê-la para os seus quadros. A estratégia do PSB é tê-la filiada em outro partido que venha coligar-se com o PSB, ampliando, inclusive o tempo de propaganda eleitoral e permitindo o lançamento de um maior número de candidatos.
 
O PSB-DF pretende apresentar uma nominada à Câmara Distrital de candidatos novos, que nunca tiveram mandato e que caso tenham sido candidatos no passado não tenham tido mais de 7 mil votos. Desejam passar a imagem da renovação.
 
De saída
 
Nesta última semana do prazo de mudanças partidárias, o PSB-DF perdeu de seus quadros um de seus principais articuladores, o jornalista Armando Rollemberg, irmão do senador Rodrigo Rollemberg, que se filiou ao PDT, com as bênçãos do senador Cristovam Buarque e do deputado Reguffe. Em 2014, Armando pode se lançar a uma vaga de deputado federal.
 
Quem também está de malas prontas para a partida é o deputado distrital Joe Vale. Ele tentou filiação ao PDT, mas uma plenária do partido – a mesma que vetou Celina Leão – não autorizou a entrada dele.
 
Até o dia 5 de outubro, muita gente ainda vai dançar a dança das cadeiras.

Por Chico Sant’Anna

FONTE: http://chicosantanna.wordpress.com/

Sem acesso


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O TCU não viu até agora uma letra do contrato que irá liberar R$ 400 milhões do BNDES para a construção do Itaquerão.. A CEF é fiadora do empréstimo. A recusa em dar informações ao tribunal sobre a operação, caso seja considerada “falta grave” pelos ministros, poderá resultar até em suspensão do negócio. Na quarta-feira 25, diante do acesso negado aos auditores, o tribunal decidiu notificar as diretorias dos dois bancos sobre o problema.
 

PT paga cabo eleitoral porque militante morreu




A passagem do PT pelo poder federal não matou apenas a pregação ética e o ideal socialista. Morreu também um personagem mítico: o militante petista. Natural, portanto, que a campanha de Dilma Rousseff, como noticiou a Folha, tenha remunerado os cabos eleitorais mencionados como “voluntários” na prestação de contas à Justiça Eleitoral.
 
O que foi feito do militante tradicional? Uma parte se desiludiu. Outra ala envelheceu, criou barriga, constituiu família e foi brigar pelo leite das crianças. Um terceiro grupo se rendeu às prebendas de um Estado aparelhado. Infiltrado em ministérios, repartições e empresas estatais, prefere entregar 20% do salário ao partido a ter que suar a camisa nas ruas.
 
Houve tempo em que a militância do PT, em estado de permanente fervura, passava a impressão de estar sempre pronta para invadir o Palácio de Inverno. Agora, sob atmosfera de densa pasmaceira, o petismo é surpreendido por protestos de rua em que a bandeira vermelha é tratada a pontapés.
 
Para ingressar no clube do poder, o grupo majoritário do PT teve de beijar a cruz, renegando o velho ideário e isolando os grupos mais radicais da legenda. Exatamente como fizera o Partido Socialista francês, em 1991, ao puxar um movimento de atualização ideológica que contagiaria do trabalhismo inglês às esquerdas escandinavas e ibéricas. Muito antes, o Partido Social Democrata alemão renunciara, no congresso de Bad Godesberg, em 1959, aos princípios da economia planificada.
 
No Brasil, o distanciamento entre o PT e seus velhos militantes aumentou na proporção direta da prosperidade monetária da legenda. A algaravia da militância foi substituída pelo tilintar das “doações” milionárias do caixa dois.

Josias de Souza

FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/09/29/pt-paga-cabo-eleitoral-porque-militante-morreu/

Lula: mensalão teve linchamento, não julgamento

 




Lula acredita que daqui a meio século, quando puder falar sobre o mensalão sem a pressão da conjuntura, a posteridade vai reescrever o noticiário. “A história não é contada no dia seguinte, a história é contada 50 anos depois”, afirmou. “E eu acho que a história vai mostrar que, mais do que um julgamento, o que nós tivemos foi um linchamento, por uma parte da imprensa brasileira, no julgamento.”
 
Em entrevista a uma dupla de repórteres —Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti—, Lula falou sobre o escândalo que enodoou seu primeiro mandato como se desejasse reencarnar no futuro na pele de biógrafo de si mesmo. Por ora, ele mede as palavras: “Eu tenho me recusado a falar disso porque sou ex-presidente, indiquei os ministros. Vou falar quando o julgamento terminar.”
 
A língua, porém, já não segue totalmente os comandos do dono: “Uma coisa eu não posso deixar de criticar. Se pegar o último julgamento agora [dos embargos infringentes], o que a imprensa fez com o Celso de Mello foi uma coisa desrespeitosa à instituição da Suprema Corte, que é o último voto. Ou seja, depois dela, ninguém mais pode falar…”
 
Lula não está abespinhado apenas com a imprensa. Faz reparos também à atuação de alguns ministos que ele próprio indicou para o STF. Nesse ponto, porém, sua língua é mais comedida. Indagado sobre qual teria sido seu maior equívoco como presidente, o entrevistado pôs-se a falar do Supremo.
 
“Há quem me pergunte se não me arrependo de ter indicado tais pessoas para a Suprema Corte. Eu não me arrependo de nada. Se eu tivesse que indicar hoje, com as informações que eu tinha na época, indicaria novamente.” E com as informações disponíveis agora? Bem, aí “eu teria mais critério”.
Entre os ministros indicados por Lula está o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, atual presidente do Supremo. Se pudesse voltar no tempo alteraria algumas indicações? “Nem podemos pensar nisso”, Lula desconversou. “Eu não sou mais presidente, eles já estão indicados e irão se aposentar lá.”
 
Acha que o julgamento esticado, com a possibilidade de decretação de prisões em 2014, traz prejuízos eleitorais? “A sociedade brasileira já aprendeu a separar o joio do trigo, inclusive pelo que tentaram fazer comigo em 2006, na campanha”, disse Lula. “Ninguém poderia ter sido mais violento comigo do que foi o [Geraldo] Alckmin.”
 
Nesse ponto, Lula fez menção ao episódio do vazamento das fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal com os “aloprados” petistas que planejavam comprar um dossiê contra tucanos –especialmente José Serra, que disputava com Aloizio Mercadante o governo de São Paulo. “Todo mundo sabe o que aconteceu na véspera da eleição, quando o delegado da Polícia Federal mentiu que tinham roubado a fita [em verdade, um CD], sendo que ele mesmo fez a entrega para quatro jornalistas.”
 
Retornando ao mensalão,  Lula retorna insinua que o SRF marcou o início do julgamento para agosto de 2012 com propósitos eleitorais. “Todo mundo sabe o que houve na eleição do [Fernando] Haddad. Aquele julgamento no meio da eleição [municipal], qual era o objetivo? Tudo isso o povo percebe.” Como se recorda, Lula fez lobby pelo adiamento num encontro com o ministro Gilmar Mendes, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.
 
Então, acha que o mensalão não terá efeitos sobre o pleito de 2014?, os repórteres insistiram. “O povo sabe separar as coisas”, Lula respondeu. “Agora, o que não se pode é negar o direito das pessoas de exigirem provas. Eu sinceramente tenho muita vontade de falar, mas eu preciso me calar.”
Para Lula, seja qual for o veredicto, os “companheiros” já cumprem pena. “Se amanhã a Justiça falar que absolveu, estarão condenados do mesmo jeito. Ninguém se dá conta do que aconteceu com a família das pessoas, com os filhos das pessoas. Esta substituição da informação pela versão que interessa não pode ser adequada à construção de um país democrático.”
 
Lula absteve-se de mencionar. Mas o escândalo traumatizou também os brasileiros que esperavam ética do PT e do governo dele. Alguns pais de família não tiveram tempo de tirar as crianças da sala quando o noticiário da tevê se dedicava à roubalheira. De resto, onde Lula vê uma versão distorcida da história não há senão informações produzidas pela investigação estatal.
 
Nascido da delação do aliado Roberto Jefferson, o mensalão começou a ser varejado numa CPI presidida por um senador do PT, Delcídio Amaral, e relatada por um deputado do PMDB, Osmar Serraglio. Coube à Polícia Federal de Lula recolher as provas e os depoimentos que faltavam para equipar o Ministério Público.
 
Servindo-se dos achados da PF, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, indicado e reconduzido por Lula, redigiu a denúncia. Ele esquadrinhou a quadrilha, enumerou os crimes, listou os roubos, individualizou as culpas e apontou o chefe: José Dirceu. Para completar, o caso é julgado por um STF majoritariamente composto de magistrados indicados sob Lula e Dilma.
Quando reencarnar no futuro sob a pele de biógrafo de si mesmo, Lula terá certa dificuldade para explicar por que suas impressões sobre o mensalão mudaram tanto. Em 2005, nas pegadas da explosão do escândalo, desnorteou-se. “Eu não sabia”, disse. Quando o melado escorreu além do esperado, foi à tevê.
 
Dizendo-se “traído”, Lula declarou em rede nacional o seguinte: “Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas. Porque o povo brasileiro [...] não pode, em momento algum, estar satisfeito com a situação que o nosso país está vivendo.” Como se vê, falta nexo à tentativa de reescrever a história.


Josias de Souza

FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/09/30/lulamensalao-teve-linchamento-nao-julgamento/

2014: Lula diz que substituirá Dilma em comícios

 



A campanha que Lula fará em favor de Dilma Rousseff na sucessão de 2014 será diferente da que realizou em 2010. Antes, ele a levava a tiracolo nos comícios. Agora, Lula quer “ser a metamorfose ambulante da Dilma.” Como assim? “Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste.”
 
Em entrevista aos repórteres Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti, Lula declarou: “Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse candidato.” Explicou as razões que o levam a ajustar a tática eleitoral. “Em 2010 a Dilma não era conhecida. Fizemos uma campanha para que ela se tornasse conhecida, e para mostrar ao eleitor o grau de confiança que eu tinha nela. Obviamente que depois de quatro anos de governo a Dilma passou a ser muito conhecida e conseguiu construir a sua própria personalidade.”
 
Lula acrescentou: “Então já tem muita gente que vai votar na Dilma independentemente de o Lula pedir. Naquilo que eu tiver influência, nas pessoas que eu tiver influência, eu vou pedir para votar na Dilma.” Afirmou que sua atuação será ajustada ao gosto da pupila.
 
Desede logo, declara-se muito disposto. “Eu tenho vontade de falar, a garganta está boa. Eu estou com mais disposição, mais jovem. Apesar da idade, eu estou fisicamente mais preparado. Estou com muita saudade de falar. Faz tempo que eu não pego um microfone na rua para falar. Conversar um pouco com o povo brasileiro. Vou ajudar.” Vão abaixo alguns trechos da entrevista:
 
- Os votos de Marina Silva : “Ela ainda tem tempo [para obter o registro do seu partido]. Ela tem de assistir o dia final do julgamento com a ficha de um outro partido do lado. Eu acho que a Marina tem o direito de ser candidata. Marina é um quadro político importante para o país. Caso ela não consiga o partido e não seja candidata, será importante saber para onde irão os votos dela. Ninguém pode perder o pé da realidade do país, achar-se melhor que o Congresso, que lá só tem corrupto, como vejo alguns dizerem.”
 
- Qualidade dos presidenciáveis: “…O eleitor vota esperando que as coisas melhorem. Se tivermos agora como candidatos Dilma, Aécio, Eduardo Campos e Marina, o Brasil está qualificado. Todos candidatos de centro-esquerda para a esquerda.”
 
- A candidature de Eduardo Campos: “…Eu não dou de barato que o Eduardo é candidato. Ele tem potencial? Ele tem estrutura, sabedoria política? Tem. Ele pode ser candidato, como o Aécio, a Marina. Eu só acho que foi um prejuízo para a gente ter o PSB, e sobretudo o Eduardo Campos, do outro lado. Isso aconteceu apenas quando o Garotinho foi candidato contra mim [pelo PSB], em 2002. Se ele vai ser candidato, nós temos de ter uma regra de comportamento. Se a eleição não terminar no primeiro turno, poderemos ter aliança no segundo turno.”
 
- As indefinições dos antagonistas: “Eu não dou de barato que as coisas estão definidas na eleição. Nem para o Eduardo Campos ser candidato, nem para o Aécio ser candidato. Sabe-se lá o que o Serra vai tramar contra o Aécio? Nem para a Marina. Eu acho que a gente tem de ver o seguinte: temos de esperar, até março do próximo ano. São mais seis meses pela frente, até as pessoas anunciarem de fato suas candidaturas. Sei apenas que, entre todos, a Dilma é a que tem mais credenciais e é mais qualificada para governar o Brasil. Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse candidato.
 
- Serra, Aécio e suas diferenças: “O Aécio vai ter que se tornar conhecido. O Serra já é conhecido, tem o recall de outras disputas. Não é fácil criar um candidato novo num país do tamanho do Brasil. Então eu não sei como o PSDB vai conseguir se livrar do Serra ou se o Serra vai conseguir provar que tem mais qualidades para ser candidato. Mas o PT não pode escolher adversário. Tem que enfrentar quem aparecer, e acho que pode ganhar dos dois.”
 
- As privatizações de Dilma: “Não é privatização. Deixa eu dizer uma coisa: é urgente mudar a lei 8666/93, que regula as licitações nesse país, se quisermos que as coisas aconteçam. Hoje, para fazer uma obra, são tantos os obstáculos, como eu já disse…TCU, Ibama, CGU, Iphan…Uma verdadeira máquina de fiscalização que emperra a máquina da execução. Então, é melhor passar pelo crivo uma só vez e entregar o serviço para o serviço para a iniciativa privada explorar, com mais facilidade e rapidez. A segunda coisa é que o Estado também não tem recursos. As concessões são um convite à iniciativa privada, que pode suprir a deficiência do Estado para investir. A Dilma estava na casa Civil, nós reuníamos os ministros e órgãos envolvidos nos projetos. Eu falava todos os palavrões que tinha de falar mas as coisas não andavam. Um problema aqui, outro ali. Temos que encontrar uma solução. A Dilma anunciou as concessões em junho do ano passado e os leilões só estão saindo agora. Se estivéssemos em 1955, começando a construir Brasília, nem a picada para o avião do JK pousar tinha saído.

Josias de Souza

FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/09/30/2014-lula-diz-que-substituira-dilma-em-comicios/

Acordos de partidos dão largada às eleições de 2014

A sinalização de aliança entre PT e PMDB, o ingresso de Roriz no PRTB, presidido por Luiz Estevão, e a provável entrada de Arruda no PR provocaram intensa movimentação nos últimos dias

 
 
O desenho da disputa eleitoral de 2014 começa a ser traçado de forma mais clara. Ainda que a definição oficial das alianças só ocorra no ano que vem, as principais forças da capital federal já estão se posicionando e o início de outubro será decisivo. Após a movimentação da cena política na semana passada, os próximos dias serão ainda mais intensos. Cada partido montará o seu exército de filiados até cinco de outubro, prazo final de mudanças partidárias para quem vai concorrer a um cargo público no ano que vem. ...

 Uma sinalização importante envolve a manutenção da aliança entre PT e PMDB, que elegeu a dobradinha Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli ao Palácio do Buriti em 2010. Depois de um período de turbulências e rumores de racha entre os dois principais partidos do governo, um almoço na Residência Oficial de Águas Claras na última quarta-feira, com a presença de dirigentes nacionais, serviu para delimitar os rumos de um tratado de paz. Os peemedebistas querem mais interlocução e mais espaço, mas já entenderam que juntas as duas legendas têm muito mais força do que separadas. Os dois grupos deixaram o encontro com o discurso da “reedição da aliança” e de “boa vontade de ambas as partes”.

Da reunião em Águas Claras saiu um aviso claro para os adversários, que reagiram com acordos importantes. O ex-governador Joaquim Roriz (PRTB), que vinha flertando com peemedebistas, definiu também o rumo de seu grupo político. Dispensou o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, foi vetado pela cúpula do DEM e não se acertou com o PSDB. Buscou abrigo no partido de um antigo aliado, o ex-senador Luiz Estevão que está inelegível. Levou junto a filha caçula, a distrital Liliane Roriz, possível candidata ao Buriti, e já se articula para tentar formar uma coalizão de oposição para tentar desalojar petistas e peemedebistas do poder a partir de 2015.

Conversas

 Apesar de ter fechado a porta para a entrada de Roriz, os tucanos enviaram uma emissária de paz: a ex-aliada Maria de Lourdes Abadia. A ex-governadora almoçou com Roriz na última sexta-feira. Há, no entanto, uma resistência nacional para uma aliança com Roriz e Estevão. Os tucanos filiaram na semana passada o deputado federal Luiz Pitiman. Ele chega com intenção de concorrer a cargo majoritário. Em evento ontem na sede regional do PSDB, o parlamentar fez um duro discurso contra o PT.

 Entre os antigos caciques políticos no DF, o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) também se prepara para voltar à cena. Não significa ainda que será candidato, mas ele busca as condições para entrar em campo. Para isso, deve se filiar ao PR. Até a semana passada presidente regional do partido, o deputado Roberto Fonseca, da base de Agnelo, deixou a legenda e assinou filiação ao recém-criado Pros.

 Da chapa original de Agnelo em 2010, Filippelli deve permanecer como aliado em 2014, mas o governador do DF já perdeu um parceiro, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) e ainda deve ter entre os adversários o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT). O parlamentar tende a permanecer no PDT, mas vem sendo cortejado pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, mentora da criação da Rede Sustentabilidade. Pelo novo partido, caso saia do papel, Reguffe deve concorrer também ao Palácio do Buriti.

De olho

 Os integrantes dos partidos que compõem a base de sustentação ao governo Agnelo Queiroz acompanharam com interesse as notícias sobre o encontro entre PT e PMDB, na semana passada. De acordo com o secretário do Conselho de Governo, Roberto Wagner (PRB), as demais legendas precisavam da sinalização para que todo o grupo permanecesse unido. “Vimos o indicativo de acordo com alívio”, disse. A continuidade de algumas siglas na base, como PTB, ainda não está garantida.

Para saber mais

Calendário eleitoral

 O Tribunal Superior Eleitoral define 5 de outubro de 2013 (um ano antes das eleições) como a data limite para que os candidatos mudem de partido. Trata-se do prazo final para que sejam deferidas e formalizadas as novas filiações, por parte dos diretórios partidários, daqueles que pretendem concorrer a cargos eletivos. É também o dia D para que os filiados estejam regularizados nos Tribunais Regionais Eleitorais quanto à situação de domicílio eleitoral nos estados nos quais pretendem concorrer. Significa que a transferência de endereço de uma unidade da Federação para a outra, caso ocorra, deve estar formalizada, no máximo, até esse prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral.

 Para evitar surpresas de última hora, dirigentes da maior parte das siglas têm solicitado aos interessados em filiações que encaminhem toda a documentação até o início desta semana, para que tenham segurança de que nenhum processo deixará de ser concluído após a data limite. Mesmo assim, a correria dos mais atrasados ou dos que deixam a decisão para o último minuto deverá ser intensa nos próximos dias.

 Quanto às legendas, o primeiro sábado de outubro também é o tempo máximo para que consigam registro de seus estatutos no TSE. Enquadram-se nessa situação os novos Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e Partido da Solidariedade — respectivamente 31º e 32º siglas partidárias brasileiras. Quem ainda corre contra o tempo para tentar registro é o Rede Sustentabilidade, cuja criação está sendo arquitetada pela ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva.
 
 
Por Almiro Marcos

Fonte: Correio Braziliense

domingo, 29 de setembro de 2013

Comando da Rede defende que Marina abandone sucessão se partido não sair

Integrantes da Executiva provisória afirmam que, após pregar a criação de uma sigla com compromisso programático, ex-senadora seria muito cobrada caso migrasse para outra legenda

 
Integrantes da Executiva Nacional provisória da Rede Sustentabilidade defendem que Marina Silva desista da candidatura à Presidência caso o partido não consiga o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Migrar para uma legenda já existente, avaliam, confrontaria todos os ideais defendidos pelo grupo até agora.

 
Marina Silva diz não ter 'plano B' caso a Rede não seja oficializada - Ed Ferreira/Estadão

Ed Ferreira/Estadão
 
Marina Silva diz não ter 'plano B' caso a Rede não seja oficializada

"O nosso sonho é ter um espaço democrático, transparente e ético. Infelizmente, eu não vejo esses ingredientes juntos em nenhuma outra legenda", diz Jefferson Moura, vereador do Rio pelo PSOL que integra a comissão nacional da sigla. "Se a Rede não sair, Marina deve ser candidata à Presidência em 2018."
 
O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), outro integrante do grupo, argumenta que, depois de pregar a criação de um partido com compromisso programático, Marina seria muito cobrada caso decidisse ir para outra sigla somente para disputar as eleições. "Ela passaria a campanha toda tendo que se explicar. Ficaria muito vulnerável."
 
Até quem já se disse favorável à ideia mudou o discurso, diante das diversas declarações de Marina de que não trabalha com um "plano B". "No início achava que ela deveria disputar, mesmo que fosse por outro partido. Hoje, ela vai ter que fazer o que o coração dela pedir", diz Domingos Dutra (PT-MA), também integrante da Executiva.
 
O TSE deve julgar o pedido de registro de criação da Rede entre quarta e quinta-feira. O prazo para criação de novos partidos a tempo de disputar a eleição de 2014 é sábado, data limite para quem deseja se candidatar se filiar a uma legenda.
 
A expectativa em torno dessa decisão não seria tão grande se o grupo da ex-senadora tivesse conseguido cumprir todos os requisitos exigidos pela legislação. Até agora, validaram nos cartórios 470 mil assinaturas - o total exigido por lei é de 492 mil.
 
Para alcançar o número, os advogados da Rede, liderados pelo ex-ministro do TSE Torquato Jardim, pediram que o tribunal considerasse válidas 95 mil fichas de apoio rejeitadas sem justificativa. Essa é a última cartada jurídica do grupo. Se o recurso for aceito, será uma decisão inédita da corte.
 
Durante todo o processo, a ex-senadora criticou publicamente a Justiça Eleitoral. Primeiro, reclamou que os cartórios não cumpriam o prazo legal de 15 dias para conferir as assinaturas enviadas. Depois, chamou atenção para o índice de rejeição das fichas de apoio, considerado alto pelos integrantes do movimento da criação da sigla.
 
Nesta reta final, aliados voltam a jogar no colo no TSE o ônus de negar o registro da Rede. Argumentam que impedir a segunda colocada nas pesquisas eleitorais de concorrer à Presidência seria "antidemocrático".
 
"O establishment jurídico terá de assumir a responsabilidade de ter subtraído a representatividade", afirma Sirkis.
 
Futuro. Apesar das dificuldades encontradas por Marina, cientistas políticos avaliam que adiar a candidatura para 2018 seria uma escolha arriscada. "Política é timing. Não dá para garantir que Marina terá as mesmas condições em 2018", diz Carlos Melo, professor do Insper.
 
Se a ex-senadora optar por ficar de fora do pleito, terá de trabalhar para manter seu nome em evidência e recorrer a campanhas nacionais, a exemplo das Caravanas da Cidadania organizadas pelo PT na década de 1990, para promover o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é do professor da UFMG Bruno Reis, que considera a alternativa difícil para alguém sem plataforma partidária consolidada. "Ficar de fora em 2014 é um revés irrecuperável", afirma.
 
Armadilha. Diante do risco de ver seu projeto perder fôlego em 2018, os especialistas acreditam que traria menos prejuízo a Marina migrar para outro partido, ainda que para isso precise dar explicações ao seu eleitorado. Mesmo assim, haveria prejuízos. "Como se apresentou como diferente, agora se cobra mais. Ela ajudou a armar essa armadilha para ela", diz Reis.
 
Na avaliação de Ricardo Caldas, professor da UNB, restaria à ex-senadora ir para partidos nanicos, como o PEN, já que é pouco provável voltar para o PV ou migrar para o PPS, que ainda não desistiu de esperar pelo ex-governador José Serra (PSDB). "Não seria algo que acabaria com a carreira dela", diz.
 
Pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira mostra Marina com 16% da preferência do eleitorado - seis pontos porcentuais a menos do que em julho, um mês após a série de manifestações realizadas pelo País.
 
Isadora Peron e Lilian Venturini - O Estado de S.Paulo
 

Militância vira critério para receber moradia do Minha Casa Minha Vida


Onze das 12 entidades com projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por filiados ao PT; quem marca presença em protestos e até ocupações ganha prioridade na fila da casa própria em São Paulo


 
 
Líderes comunitários filiados ao PT usam critérios políticos para gerir a maior parte dos R$ 238,2 milhões repassados pelo programa Minha Casa Minha Vida Entidades para a construção de casas populares na capital. Onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por filiados ao partido. Suas associações privilegiam quem participa de atos e manifestações de sem-teto ao distribuir moradias, em vez de priorizar a renda na escolha. Entre gestores dos recursos, há funcionários da gestão de Fernando Haddad (PT), candidatos a cargos públicos pela sigla e até uma militante morta há dois anos.
 
 
 
A partir de repasses diretos, as associações selecionadas pelo governo federal escolhem quem vai sair da fila da habitação em São Paulo. Os critérios não seguem apenas padrões de renda, mas de participação política. Quem marca presença em eventos públicos, como protestos e até ocupações, soma pontos e tem mais chance de receber a casa própria.

Para receber o imóvel, os associados ainda precisam seguir regras adicionais às estabelecidas pelo programa federal, que prevê renda familiar máxima de R$ 1,6 mil, e prioridade a moradores de áreas de risco ou com deficiência física. A primeira exigência das entidades é o pagamento de mensalidade, além de taxa de adesão, que funciona como uma matrícula. Para entrar nos grupos, o passe vale até R$ 50.

Quem paga em dia e frequenta reuniões, assembleias e os eventos agendados pelas entidades soma pontos e sai na frente. O sistema, no entanto, fere o princípio da isonomia, segundo o advogado Márcio Cammarosano, professor de Direito Público da PUC-SP. “Na minha avaliação, esse modelo de pontos ainda me parece inconstitucional, além de escandaloso e absolutamente descabido. Ele exclui as pessoas mais humildes, que não têm condições de pagar qualquer taxa ou mesmo de frequentar atos públicos”, afirma.

50 mil pessoas. Os empreendimentos são projetados e construídos pelas associações, que hoje reúnem uma multidão de associados. São mais de 50 mil pessoas engajadas na luta pelo direito à moradia. Além das entidades dos petistas, há ainda uma outra dirigida por um filiado ao PCdoB.
A força política dos movimentos de moradia, que só neste ano comandaram mais de 50 invasões na cidade, pressionam não só o governo federal, mas a Prefeitura. Em agosto, Haddad publicou um decreto no qual se comprometeu a permitir que entidades possam indicar parte das famílias que serão contempladas com moradias em sua gestão. A promessa de campanha é entregar 55 mil até 2016 – as lideranças querem opinar sobre 20 mil desse pacote.

O cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, ainda alerta para o um efeito colateral do esquema implementado na capital pelas entidades, que é a cooptação política dos associados, com fins eleitorais.

“O governo deve imediatamente intervir nesse processo e rediscutir as regras. Isso remete ao coronelismo. Além disso, a busca pela casa própria não pode ser um jogo, onde quem tem mais pontos ganha.”

Quem é quem. A maior parte das entidades é comandada por lideranças do PT com histórico de mais 20 anos de atuação na causa. É o caso de Vera Eunice Rodrigues, que ganhou cargo comissionado na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) após receber 20.190 votos nas últimas eleições para vereador pelo partido.

Verinha, como é conhecida, era presidente da Associação dos Trabalhadores Sem Teto da Zona Noroeste até março deste ano – em seu lugar entrou o também petista José de Abraão. A entidade soma 7 mil sócios e teve aval do Ministério das Cidades para comandar um repasse de R$ 21,8 milhões. A verba será usada para construir um dos três lotes do Conjunto Habitacional Alexius Jafet, que terá 1.104 unidades na zona norte.

No ano passado, Verinha esteve à frente de invasões ocorridas em outubro em prédios da região central, ainda durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), e em pleno período eleitoral. Em abril, foi para o governo Haddad, com salário de R$ 5.516,55. A Prefeitura afirma que ela está desvinculada do movimento e foi indicada por causa de sua experiência no setor.

Outra entidade com projeto aprovado – no valor de R$ 14 milhões –, o Movimento de Moradia do Centro (MMC), tem como gestor Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, filiado ao PT há mais de 30 anos e atual candidato a presidente do diretório do centro. Com um discurso de críticas à gestão Kassab e de elogios a Haddad, ele também nega uso político da entidade. “Qualquer um pode se filiar a nós e conseguir moradia. Esse é o melhor programa já feito no mundo”, diz sobre o Minha Casa Minha Vida Entidades.


Ministério diz que desconhece esquema de pontuação. O Ministério das Cidades afirmou desconhecer que a presença em atos públicos, como protestos e ocupações, renda pontos às pessoas que lutam por uma moradia na capital. A pasta informou apenas que as entidades podem criar regras adicionais às estabelecidas pelo Minha Casa Minha Vida, sem a necessidade de aprová-las no governo.

Da mesma forma, o ministério disse que não pode interferir em regras internas dos movimentos de moradia e, por isso, não tem como impedir a cobrança de taxas e mensalidades.

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), não quis dar entrevista. Por meio de nota, sua assessoria ressaltou que as entidades não são selecionadas, mas habilitadas a receber verba mediante o cumprimento de uma série de atribuições, como dar apoio às famílias no desenvolvimento dos projetos, assim como na obtenção da documentação necessária. O processo não segue, segundo a pasta, critérios políticos. Além disso, as associações devem se submeter a uma prestação de contas, feita pela Caixa Econômica Federal, que financia as unidades.


Adriana Ferraz e Diego Zanchetta, O Estado de S.Paulo

FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,militancia-vira-criterio-para-receber-moradia-do-minha-casa-minha-vida,1079892,0.htm

O JOGO POLÍTICO NO DF




 1. José Roberto Arruda (sem Partido)- O ex-governador conseguiu aval da Câmara Legislativa para ser candidato. Os distritais julgaram regulares as contas de 2008 de seu governo. Arruda tem trabalhado nos bastidores e está com sua filiação ao PR acertada. Aliados de Arruda─ que venceu as eleições de 2010 pelo DEM ─ já migraram para a legenda que vai abrigá-lo. Segundo pessoas ...próximas, a filiação ocorrerá sem cerimônia pública. 

 2. Agnelo Queiroz (PT) Candidato à reeleição, o petista estabeleceu como prioridade a reedição da aliança com os peemedebistas na chapa majoritária, vencedora em 2010. Após almoço da semana passada com as cúpulas local e nacional, PT e PMDB traçaram as linhas para continuar o casamento político. Agora, trabalha para evitar que outras legendas deixem sua base para ampliar os aliados. Próximo passo será escolher o candidato ao Senado.

 3. Tadeu Filippelli (PMDB) Definiu condições locais para que a aliança com o PT seja renovada nas eleições do ano que vem. O Palácio do Buriti terá, por exemplo, que atender demandas do PMDB, principalmente as relacionadas aos três distritais da legenda (Rôney Nemer, Robério Negreiros e Wellington Luiz), que estão insatisfeitos. Além de acalmar os ânimos de seu grupo, o vice tem a incumbência de incentivar a militância.

 4. Joaquim Roriz (PRTB)- Rejeitou o PSD, foi vetado pelo DEM e se desentendeu com o PSDB. O ex-governador decidiu entoa se filiar ao PRTB, presidido no DF pelo empresário Luiz Estevão, levando consigo a filha e deputada distrital, Liliane Roriz (ex-PSD). Já está se articulando com outras legendas de oposição ao governo petista para tentar formar uma chapa forte em 2014. Não é certo, no entanto, que se candidate. Liliane é seu plano B.

 5. Paulo Octávio (DEM) O ex-vice-governador que já foi presidente regional do DEM permaneceu filiado ao partido, mesmo depois da crise que abateu o governo em 2009, Mas ele ainda decidiu se vai continuar na legenda e qual destino adotará nas eleições do próximo ano. Tem convites para ingressar em outras siglas, como PTB e PP, mas prefere ambiente em que possa montar o próprio grupo com liberdade.

 6. Reguffe (PDT)- A tendência é de que Reguffe permaneça no PDT. Mas no DF ele é o principal aliado da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que tenta fundar a Rede Sustentabilidade. Por isso, caso a Rede consiga se viabilizar até a próxima terça-feira, com prazo para filiações de parlamentares, Reguffe deve migrar para a nova legenda, com o projeto de Marina de lança-lo candidato ao Governo do DF.

 7. Rogério Rosso (PSD)- Depois de ter as segunda maior bancada na Câmara Legislativa , o PSD, presidido no DF por Rogério Rosso, vai perder os distritais. Eliana Pedrosa (PPS) e Liliane Roriz (PRTB) já saíram. Celina Leão e Washington Mesquita também já estão prontos para dizer adeus. O ex-governador deve ser candidato a uma vaga de deputado federal na base da presidente Dilma Rousseff.

 8. Luiz Pitiman (PSDB) – O deputado federal desembarcou no ninho tucano na semana passada levando junto um grupo de 32 pré-candidatos a deputados distrital e federal. Chegou com um discurso de que só quer somar e que sua intenção é a unidade partidária para construir um palanque forte para o presidenciável Aécio Neves em Brasília. Mas trabalha abertamente para ser candidato ao Palácio do Buriti.

 9. Alberto Fraga (DEM)- Presidente regional do DEM, o ex-deputado Alberto Fraga anunciou na semana passada que estava disposto a deixar a legenda depois de ter a proposta de filiação do ex-governador Joaquim Roriz rejeitada pela direção nacional. Recebeu convites do PR, PRTB e PSDB, mas deve continuar entre os democratas, inclusive com o incentivo do grupo rorizista.

 10. Rodrigo Rollemberg (PSB)- O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deve concorrer à Presidência da República e o partido pediu que todos os filiados entregassem os cargos no governo Dilma. Foi um importante passo para consolidação da candidatura de Rollemberg ao governo do DF. O senador tenta buscar aliados em outras legendas para ampliar a chapa.


 Fonte: Correio Braziliense

Operação Porto Seguro

 

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Fonte: Revista VEJA

Plano de Arruda é ser deputado

 

 
O ex-governador José Roberto Arruda retorna à vida pública em 2014, para disputar uma cadeira na Câmara Distrital ...
 
 O ex-governador José Roberto Arruda retorna à vida pública em 2014, para disputar uma cadeira na Câmara Distrital, a Assembleia Legislativa do Distrito Federal. As pesquisas lhe permitem aguardar uma montanha de votos, e com eles Arruda espera eleger um bloco de seis deputados. Preso em 2010 durante o escândalo conhecido como “mensalão do DEM”, Arruda renunciou ao posto e hoje responde a processo, num tribunal de primeira instância em Brasília. Ao contrário do que se passou com o mensalão do PT, seu caso foi desmembrado e não tem prazo definido para terminar. Quando isso ocorrer, Arruda poderá recorrer a instância superior.
 
Por Paulo Moreira Leite,  colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jeronimo

Fonte: ISTOÉ - Coluna Brasil Confidencial

Todos do mesmo lado

 

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Fonte: Revista VEJA

Custo zero



 
 
O Ministério Público e a Delegacia de Ordem Tributária (DOT) receberam denuncia no dia 25 sobre a prática de comércio ilegal dentro das instalações públicas do Detran/Sia. O denunciante foi ao Detran/Sia na intenção de confeccionar um par de placas para o seu veículo e foi orientado pelo setor de placas a dirigir-se a uma salinha dentro daquele Departamento para que a sua placa fosse confeccionada.
 
 
 Após receber a placa solicitou a nota fiscal, mas não lhe foi entregue o recibo foi feito a mão, emitido pelo representante da fábrica Word Placas. A empresa Word Placas fabrica milhares de placas para atender o Detran.
 
 
Há indícios de sonegação fiscal e o uso indevido da estrutura pública. A empresa está instalada no espaço do Detran com o custo zero, o contrato do Detran com a empresa não consta a fabricação no prédio público.
 
 
Na próxima semana o diretor do Detran, Albano de Oliveira Lima vai ter de dar explicações ao Ministério Público.
 
 
FONTE:http://www.quidnovi.com.br/mino/detalhe.asp?c=1383

sábado, 28 de setembro de 2013

Servidores do Itamaraty vão ao desespero com as trapalhadas de Dilma Rousseff em Nova York

 




Chave de hospício – O que a presidente Dilma Rousseff fala tem prazo de validade curto, de poucas horas no máximo. A situação piora quando o palavrório é balbuciado de plateia de importantes, ou quase isso. Durante o discurso que proferiu na ONU, na abertura da 68ª Assembleia-Geral, Dilma fez uma sugestão com viés de exigência: a criação de regras para a utilização da internet e o fim da espionagem. Ou seja, a presidente do Brasil continua acreditando que é dona do mundo.
 
Nesta quarta-feira (25), ainda em Nova York, Dilma mudou o discurso e disse que, para eliminar eventuais dúvidas, a situação não pode ficar como está. O que a petista tentou, mas não conseguiu, foi ter o apoio da ONU para um eventual controle da rede mundial de computadores, sonho de qualquer comunista obcecado pelo totalitarismo, mesmo de maneira disfarçada.
 
Ciente da besteira que representou a primeira parte de seu discurso na ONU, ocasião em que mandou recados ao presidente Barack Obama, a petista Dilma destacou que a parceria com os Estados Unidos é estratégia para ambos os países. Mesmo assim, ela insiste em um pedido de desculpas por parta da Casa Branca, o que não acontecerá, pois o assunto da espionagem continua no campo das denúncias, por conseguinte sem comprovação alguma.
 
Quando muitas pessoas comparam a presidente Dilma Rousseff à figura da Mônica, a personagem dentuça e mal humorada das histórias em quadrinho de Maurício de Souza, não o fazem sem pensar. Assim é a presidente, dificílima no trato e avessa a qualquer opinião alheira. Em suma, ou prevalece o seu desejo ou nada feito. É por essas e por outras que o Brasil continua no atoleiro da crise econômica, porque é de Dilma a última palavra sobre o tema.
 
Enquanto Dilma protagonizava mais um fiasco, desta vez no plenário da ONU, integrantes do Ministério das Relações Exteriores iam ao desespero diante dos televisores. Em São Paulo, um grupo de servidores de carreira da diplomacia brasileira passou boa parte do tempo de cabelo em pé durante reunião na região da Avenida Paulista. Um dos servidores da pasta não suportou o fiasco e rasgou o verbo: “Demoramos tanto tempo para estreitar as relações com os Estados Unidos e essa mulher coloca tudo a perder”. A informação foi passada ao ucho.info por um dos participantes do encontro.
Estabanada conhecida, Dilma só encontra guarida na plateia da esquerda latino-americana, que sem saber a razão já se acostumou com o ofício de bater palma para maluco dançar. Para essas pessoas que rezam pela cartilha chicaneira de Havana, enfrentar o inimigo maior, os Estados Unidos, é a senha para o orgasmo ideológico.
 
Desse episódio vergonhoso que teve lugar na ONU chega-se à conclusão, mais uma vez, que a política de relações internacionais do governo petista de Dilma Rousseff é absolutamente equivocada. Dilma fala grosso com o norte-americano Barack Obama, de quem exige a confissão de culpa por um crime sem comprovação e que continua na seara das denúncias, mas fala fino com o boliviano Evo Morales, uma marionete do cadáver de Hugo Chávez que surrupiou uma instalação industrial da Petrobras e submete o Brasil a vexames diplomáticos sem precedentes.
 
Mas os brasileiros nada podem esperar em termos de diplomacia de um governo que tem como chanceler genérico o trotskista arrogante Marco Aurélio Garcia, que horas depois do maior acidente da aviação brasileira comemorou o resultado de um laudo de encomenda com gestos obscenos, em claro desrespeito às vítimas fatais e suas respectivas famílias.
 
Eis o Brasil, que tão bem cabe naquela profética declaração de um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.

FONTE: http://ucho.info/servidores-do-itamaraty-vao-ao-desespero-com-as-trapalhadas-de-dilma-rousseff-em-nova-york

Um embaixador americano explica porque seu governo espiona Dilma

 


Fonte: Miami Herald
 
 
Carlos Alberto Montaner é um jornalista e escritor cubano, autor do clássico e imperdível Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, em parceria com o peruano Alvaro Vargas Llosa e o colombiano Plinio Apuleyo Mendonza. Em sua coluna no Miami Herald, ele conta que um antigo embaixador americano lhe confidenciou porque o governo Dilma é espionado pelo governo americano.
 
Sua resposta não poderia ser mais franca e direta:
Do ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é exatamente amigável. Por definição e história, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso lado durante a II Guerra Mundial e na Coréia, mas seu atual governo não é. 
 
O embaixador pediu para não ter seu nome revelado, pois isso iria gerar um grande problema para ele. Mas autorizou que o jornalista, de quem é amigo, transcrevesse a conversa, sem citar a fonte. O embaixador conhece mais o nosso governo do que nossa imprensa, pelo visto. Diz ele (tradução livre):
 
Tudo que você tem a fazer é ler os registros do Foro de São Paulo e observar a conduta do governo brasileiro. Os amigos de Luis Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são os inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, pela primeira vez com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro; Cuba de Raúl Castro, Irã, a Bolívia de Evo Morales, Líbia nos tempos de Kadafi; Síria de Bashar Assad.
 
Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. Sua família ideológica mais parecida é a dos BRICS, com quem ele tenta conciliar sua política externa.
A grande nação sul-americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva, muitas vezes leva os investidores a ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do super-porto de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US $ 1 bilhão.
 
A influência cubana no Brasil é secreta, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe de gabinete e o ministro mais influente de Lula da Silva, tinha sido um agente dos serviços de inteligência cubanos. No exílio em Cuba, ele teve o rosto cirurgicamente alterado. Ele voltou para o Brasil com uma nova identidade e funcionou nessa condição até que a democracia foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os principais colaboradores com a ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque ele era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.
 
Algo semelhante está acontecendo com o profesor Marco Aurélio Garcia, atual assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um contumaz anti-ianque, pior do que Dirceu mesmo, porque ele é mais inteligente e teve uma melhor formação. Ele fará tudo o que puder para frustrar os Estados Unidos.
 
Mas isso não é tudo. Há outras duas questões sobre as quais os Estados Unidos querem ser informados sobre tudo o que acontece no Brasil, pois, de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: a corrupção e as drogas.
 
O Brasil é um país notoriamente corrupto e tais práticas afetam as leis dos Estados Unidos de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com empresas norte-americanas, recorrendo a subornos ou comissões ilegais.
A questão das drogas é diferente. A produção de coca boliviana se multiplicou cinco vezes desde que Evo Morales assumiu a presidência, e a saída para essa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados nos pediram para obter informações. Essa informação, por vezes, está nas mãos de políticos brasileiros.
 
A pergunta final feita por Montaner foi se o governo americano continuaria espionando o brasileiro. A resposta do embaixador não poderia ser mais objetiva: “Claro, é nossa responsabilidade para com a sociedade americana”.
 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Correspondente do 'Estado' é presa e algemada nos EUA

   
 
  • Jornalista aguardava ministro Joaquim Barbosa em universidade


A correspondente do Estado em Washington, Cláudia Trevisan, foi detida na Universidade de Yale, uma das mais respeitadas dos Estados Unidos, ao aguardar a saída do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, de uma conferência no local. A jornalista foi algemada e por quase cinco horas mantida incomunicável dentro de um carro policial e em uma cela do Departamento de Polícia da universidade. Sua liberação ocorreu apenas depois de sua autuação por "transgressão criminosa".
 
O caso foi acompanhado pelo Itamaraty, em Brasília, e especialmente pela embaixada brasileira em Washington e pelo consulado em Hartford, Connecticut, que colocou à disposição da jornalista seu apoio jurídico. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, estava em Nova York e foi informado por assessores sobre o incidente. Claudia, pouco antes de ser presa, conseguiu informar um diplomata da embaixada brasileira por telefone.
 
Claudia Trevisan é correspondente do Estado em Washington desde o final de agosto. Nos últimos cinco anos, atuou em Pequim, na China, onde foi também diretora da Associação de Correspondentes Estrangeiros. Por outros meios de comunicação brasileiros, havia trabalhado como correspondente em Buenos Aires e em Pequim.
 
"Eu não invadi nenhum lugar", declarou ela, ao mostrar-se indignada pela acusação policial e por sua prisão."Passei cinco anos na China, viajei pela Coreia do Norte e por Miamar e não me aconteceu nada remotamente parecido com o que passei na Universidade de Yale", completou, ainda abalada.
A jornalista havia sido destacada para cobrir a visita do ministro Joaquim Barbosa à Universidade de Yale, onde participaria do Seminário Constitucionalismo Global 2013. O evento era fechado à imprensa, mas, por dever de ofício, ela esperaria pelo ministro do lado de fora do auditório. Claudia foi detida após pedir informação a um policial. O processo de prisão teve uma sequência não usual nos EUA.
 
O Estado manifestou hoje sua indignação à Escola de Direito da Universidade de Yale pela prisão arbitrária. Solicitou também respostas a cinco perguntas pontuais sobre o episódio e seu acesso às imagens de câmeras de segurança do prédio de Woolsey Hall, para comprovar o fato de Claudia ter obedecido as instruções do policial. A resposta dessa instituição está sendo aguardada.

   
Agência Estado

FONTE: http://atarde.uol.com.br/politica/materias/1536909-correspondente-do-estado-e-presa-e-algemada-nos-eua

PPS desiste de esperar por Serra para candidatura à Presidência

 

O PPS não vai mais esperar por uma decisão do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que foi convidado a entrar no partido para disputar a Presidência da República em 2014. O presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP), afirmou que a legenda prepara outro plano para o pleito, já que só faltam 30 dias para a filiação partidária de quem quiser se candidatar a qualquer cargo nas próximas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

"Esperamos o Serra até agora. Ele disse que decidiria até o final de agosto. Não decidiu. Então, vamos debater outro caminho no campo da oposição. Vamos procurar candidatos viáveis eleitoralmente, e eles são Eduardo Campos (PSB-PE), Aécio Neves (PSDB-MG) e Marina Silva (sem partido-AC)", afirmou. Entre os três pré-candidatos que o PSB pode apoiar, Freire tem preferência por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Porém, o deputado não descarta a possibilidade de concorrer à Presidência pelo PPS.
 

Aécio diz que candidato que for para o segundo turno vencerá Dilma

             
Aécio Neves disse nque o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff  Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Aécio Neves disse que o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
O presidente nacional do PSDB e principal nome do partido para a corrida presidencial do ano que vem, o senador Aécio Neves (MG) disse nesta sexta-feira, em Curitiba, que o único dado relevante das pesquisas eleitorais do momento, que o colocam em terceiro lugar  na disputa, é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na presidente Dilma Rousseff (PT). Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014. Nem a retomada do crescimento das intenções de voto da petista após a brusca queda com os protestos de junho preocupa o tucano.
 
 
“Vejo com absoluta naturalidade. Os índices de intenção de voto, neste momento, colocam pessoas com conhecimento distinto perante a população. A presidente, outro nome que já disputou a presidência (Marina Silva). É natural que sejam mais lembrados. Mas o dado mais relevante que tiro delas é que 65% da população brasileira não quer votar na atual presidente da república”, disse. “O que percebo hoje é de que o candidato que chegar ao segundo turno vai vencer as eleições, porque o ciclo do PT, para o bem da população brasileira, vai se encerrar.”

Aécio também não se diz preocupado com o fato de o crescimento da rejeição ao governo do PT não ter se transformado em intenções de voto para o PSDB, principal partido de oposição. 
 

“Na hora certa, com a candidatura definida, com a candidatura e as propostas conhecidas pela população do Brasil, tenho confiança que cresceremos. Claro que o resultado eleitoral, você não prevê, mas o sentimento é por algo novo. E o novo, nesta eleição vai ser o PSDB. As pessoas precisam conhecer as propostas e os candidatos. Hoje quem está em campanha é a presidente da República. E comparar nomes que já disputaram a presidência com nomes que só disputaram em seus Estados, e isto serve não só pra mim, mas também para o Eduardo (Campos, PSB), ainda é desigual. O dado relevante é que 60% quer mudança.”
 

O senador não acredita que uma oposição mais dura no Congresso poderia ter revertido esse quadro. “Há sempre criticas cobrando uma oposição mais contundente. O PSDB é diferente do PT e sofre essa crítica, talvez até pelo fato de a população estar acostumada à oposição que o PT fazia, que era contra tudo o que vinha do governo. O PT foi contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi contra as concessões e privatizações que faz agora, de forma atabalhoada, como a tábua de salvação para o crescimento medíocre que o Brasil vem tendo”, disse. “Nós não; fazemos oposição de forma absolutamente clara. As questões que são importantes para o Brasil, que já defendíamos lá atrás, não vamos mudar de opinião só porque foi proposto, agora, pelo PT”, emendou.
 

Aécio Neves ainda defendeu a pré-candidatura de Marina Silva, dizendo esperar que a Rede (partido que Marina tenta fundar) consiga alcançar os requisitos legais para ser criado a tempo de participar das eleições do ano que vem, sendo tratada com os mesmos critérios dos outros partidos “recém-criados sob as asas do governo”. 
 

“O Brasil merece ter uma alternativa como a Marina, assim como merece ter uma alternativa como o Eduardo, como quantas outras existirem. O governo que parece que quer ganhar por W.O., pela truculência que usa para tentar impedir que outras forças se organizem”, disse.
 

Chamado a comentar os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que mostrou estagnação na redução do analfabetismo e da desigualdade social, o senador aproveitou para voltar a garantir a manutenção do Bolsa Família por um eventual futuro governo tucano. 
 

 Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014 Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Aécio foi a Curitiba para o lançamento, no sábado, da sede regional sul do PSDB, com foco na pré-campanha para 2014
 
“A diferença é que o PT se satisfaz com a administração da pobreza, não se preocupa em superá-la. Os programas de transferência de renda têm o DNA do PSDB, foram criados lá atrás, com o Bolsa Alimentação, Bolsa Educação, Vale Gás e o ex-presidente Lula teve a virtude de unificá-los e adensá-los. Mas não houve nenhum passo além. Nós não vamos acabar com o Bolsa Família, como tentam espalhar por aí, mas vamos permitir que essas pessoas se qualifiquem e entrem para o mercado formal de trabalho. Vamos além da transferência de renda”, disse.
 

Questionado sobre as semelhanças do “mensalão mineiro” com o mensalão do governo Lula, Aécio disse esperar que o caso de seu Estado também seja julgado, mas alegou não ser a melhor pessoa a comentar, por desconhecer o processo.
 

Encontros

 O PSDB reúne no sábado, em Curitiba, as principais lideranças do partido do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para dar início à construção de seu projeto para 2014 na região Sul do País. Encontro com o mesmo objetivo já foi realizado em Salvador e outros serão organizados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. 
 

“A intenção é colocar o PSDB com muita clareza como contraponto ao que está aí”, disse. Enquanto nós vemos o Estado aparelhado pela militância partidária, vamos defender a meritocracia na administração pública. Quando vemos nossa política externa submetida a um viés ideológico e o Brasil sendo alijado do comércio exterior, queremos uma integração de nossas empresas nas principais cadeias produtivas globais. Enquanto o PT demoniza o setor privado, queremos parcerias às claras com o setor privado. Enquanto o PT quer o estado unitário com cada vez menos recursos para estados e municípios, nos queremos o contrário, queremos municípios mais livres.”