terça-feira, 30 de dezembro de 2014

DF corta obras em escolas e comida de presos para fazer festa de réveillon

Ministério Público enviou dados à Justiça e pediu, de novo, veto ao evento.

Governo se restringiu a informar que tenta 'reduzir ao máximo os custos'. 

Tabela (Foto: Reprodução)
Um levantamento feito pelo Ministério Público aponta que o Distrito Federal cancelou verba de programas prioritários – como alimentação de presidiários, transporte de alunos da educação especial, reforma de escolas, atendimento a vítimas de agressão doméstica e manutenção de podas – para repassar o dinheiro para realização da festa de réveillon na Esplanada dos Ministérios. O evento é orçado em 1,6 milhão e tem como principais atrações a dupla de sertanejo universitário Thaeme e Thiago o cantor de "funk ostentação" MC Gui.
As informações foram coletadas no Diário Oficial. De acordo com o documento, entre os cortes feitos pelo governo para custear a festividade estão o de R$ 165.043 do fornecimento de alimentação aos presidiários, R$ 1.168.652 da manutenção de áreas urbanizadas e ajardinadas, R$ 1.808.952 da manutenção do sistema socioeducativo e R$ 220.989 de reformas de unidade de ensino fundamental (veja dados completos na tabela).
Conquanto pareça não se cuidar de área prioritária, vale dizer, é esse cancelamento que tem ensejado o não pagamento de trabalhadores terceirizados justamente nesse final de ano no Distrito Federal. Não é preciso ir longe; as manifestações que têm tomado as vias públicas referem-se exatamente a essa massa de trabalhadores que viram frustradas as suas expectativas de serem remunerados pelos seus trabalhos"
Antonio Suxberger e Selma Sauerbronn,
promotor de Justiça e vice-procuradora-geral
G1 liga e envia e-mails para a Secretaria de Comunicação questionando a medida desde sexta-feira (26), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Responsável pela organização da atividade, a Secretaria de Turismo disse à reportagem que o posicionamento cabe ao Palácio do Buriti.
A pasta se restringiu a falar sobre o planejamento. “[Tentamos] reduzir ao máximo os custos dos equipamentos e serviços necessários à realização das comemorações típicas da época, que costumam ser o destino de mais de cem mil pessoas por ano."
Em documento enviado ao Tribunal de Justiça, o promotor do Ministério Público Antonio Henrique Suxberger e a vice-procuradora-geral do DF, Selma Sauerbronn, criticam a realização da festa. Eles citam o “quadro caótico” vivido atualmente na capital do país e pedira que o órgão voltasse a suspender os editais para contratação da estrutura e das atrações. O TJ, porém, só volta do recesso de fim de ano no dia 6 de janeiro.
“Folhas de pagamento não são honradas, dívidas contratuais com empresas terceirizadas (a implicar igualmente na frustração de verbas alimentares de inúmeros trabalhadores), inexecução de contratos contínuos de manutenção dos logradouros públicos, ausência de execução de verbas de natureza pessoal em áreas constitucionalmente prioritárias, como educação, segurança e transporte etc.”, descrevem.
"Conquanto pareça não se cuidar de área prioritária, vale dizer, é esse cancelamento que tem ensejado o não pagamento de trabalhadores terceirizados justamente nesse final de ano no Distrito Federal. Não é preciso ir longe; as manifestações que têm tomado as vias públicas", completam, "referem-se exatamente a essa massa de trabalhadores que viram frustradas as suas expectativas de serem remunerados pelos seus trabalhos."
Presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias, Leandro Allan Vieira afirmou que o dinheiro tirado da alimentação dos presos fará falta. Eles fazem quatro refeições por dia. O DF conta atualmente com seis presídios, que juntos abrigam 13,5 mil homens e mulheres – mais que o dobro do número de vagas ofertadas, que é 6,6 mil.
“O sistema penitenciário está sucateado, vive um caos na questão estrutural, na questão de equipamentos, de profissionais. Todo e qualquer recurso retirado do sistema penitenciário é um prejuízo enorme ao nosso ver. Os espaços aéreos nas celas estão sendo usados porque não tem mais espaço para os internos dormirem no chão. Não temos aparelho telefônico. Tem menos gente trabalhando do que deveria”, explica.
Membro da Associação dos Conselheiros Tutelares, Victor Nunes também se diz contrário ao corte. O DF conta atualmente com 40 unidades, sendo que 7 delas ainda não têm nem sede. Segundo o Diário Oficial, foram transferidos R$ 234.469 da manutenção dessas entidades.
“Material de escritório, como papel, caneta e clips, parou de ser fornecido em outubro. Houve problemas com relação ao abastecimento do carro, passamos três semanas sem poder abastecer. Conselheiros têm tirado dinheiro do próprio bolso”, afirma. “E temos notícia de que o aluguel está atrasado.”
Trabalhando há dois anos no conselho da Asa Sul, que abrange o setor comercial e a Rodoviária do Plano Piloto, Nunes afirma que os recursos são essenciais para garantir a qualidade do atendimento às crianças. São cerca de 40 orientações por dia e há 350 casos em estudo. O gasto mensal na manutenção do local é de R$ 18 mil.
“Realmente esse recurso faz falta, porque é fundamental que a gente tenha estrutura para poder atuar e salvaguardar a vida de muitas crianças. É uma pena que o estado tenha contingenciado esse recurso, porque realmente a gente tem outras demandas. E olha que no Plano Piloto, que atende classe média e alta, onde há uma cobrança melhor e qualidade melhor, imagina na periferia. Os conselhos da periferia passam por maior dificuldade. Demandar dinheiro para festa, em face da realidade em que se encontra o DF hoje, recurso de áreas essenciais para esse tipo de coisa, para mim, é até um crime”, declarou.
Trecho do Diário Oficial do DF que mostra autorização para usar verbas canceladas em montagem de festa (Foto: Reprodução)Trecho do Diário Oficial do DF que mostra autorização para usar verbas na montagem da festa do réveillon na Esplanada dos Ministérios (Foto: Procuradoria-Geral de Justiça/Reprodução)
Diretora do Sindicato dos Professores, Rosilene Correa manifestou opinião semelhante. Ela afirma que há muitas escolas precisando de reforma e criticou a transferência de verba do transporte de alunos deficientes e da manutenção da escola infantil para o custeio do evento.
“A nossa avaliação é que na educação falta investimento, jamais teria sobra. Se teria de haver remanejamento, com certeza seria para dentro da própria Educação, porque certamente tem outras áreas necessárias”, disse. “Nada justifica isso. É uma prática de todos os governos, não só desse. Sempre que se precisa de dinheiro, tiram da educação, aproveitam o período de férias, porque aparentemente não tem prejuízo. É lamentável que mais uma vez a educação sofra esse ataque.”
Dificuldades financeiras e réveillon
A crise administrativa afetou os serviços de manutenção de gramados e limpeza de canteiros ornamentais, suspendeu a segunda fase do Programa Asfalto Novo e culminou com o remanejamento de R$ 84 milhões milhões de convênios com o governo federal – incluindo o fomento a programas de combate e prevenção a doenças como dengue e Aids, que apresentaram indicadores ruins neste ano – para pagar dívidas com fornecedores e reabastecer a rede pública com medicamentos e materiais hospitalares.
Terceirizados e servidores do GDF protestam por salários atrasados na frente do Buriti (Foto: Natalia Godoy/G1)Terceirizados e servidores do GDF protestam por salários
atrasados na frente do Buriti (Foto: Natalia Godoy/G1)
Além disso, creches conveniadas fecharam as portas por falta de repasse, e motoristas e cobradores de ônibus e micro-ônibus entraram em greve por não terem recebido salário. Servidores concursados da Educação e da Saúde chegaram a fechar o Eixo Monumental dias seguidos contra os atrasos no pagamento. Parte deles ainda não recebeu o 13º.
O GDF alegou que teve uma arrecadação menor do que a esperada e que isso se refletiu na dificuldade para honrar o pagamento de funcionários e manutenção de serviços. A equipe de transição do futuro gestor do Executivo local, Rodrigo Rollemberg, estima que os cofres públicos tenham um rombo de até R$ 3,8 bilhões.
A crise levou a Secretaria de Cultura a anunciar, no dia 11 de novembro, que não haveria festa de fim de ano em Brasília por causa de um decreto de contenção de gastos. Horas depois o porta-voz do governo, André Duda, afirmou que o evento aconteceria "por determinação do governador" e que quem dissesse o contrário estava desautorizado por ele.
O Ministério Público pediu então ao Tribunal de Justiça que proibisse o governo de contratar e pagar três editais relacionados ao evento. Na representação, o MP apontou "indícios da insuficiência dos recursos orçamentários para o adimplemento das obrigações decorrentes do contrato a ser assinado" e disse que o DF poderia infringir a Lei de Licitações e a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que a festa ocorreria enquanto pagamentos de salários não estavam sendo honrados.
O TJ acatou liminarmente o pedido e determinou que, a cada ato descumprido – por exemplo, a assinatura de um dos contratos ou o empenho de um dos pagamentos –, o governo pagasse multa de R$ 100 mil. No dia 21 de dezembro, a desembargadora Carmelita Brasil revogou a proibição.
Thiago arrisca um som no cavaquinho durante noite de shows em Barretos, SP (Foto: Mateus Rigola/G1)Thaeme e Thiago, que vão se apresentar na festa de réveillon em Brasília (Foto: Mateus Rigola/G1)
"No que tange à garantia da ordem e economia públicas, e interesse público, observo que o prejuízo resultante da não realização dos pregões eletrônicos e, por conseguinte, da festividade de réveillon, tem resultado mais nocivo à população, haja visto que os critérios orçamentários restaram cumpridos, e a expectativa sobre o ato festivo, inclusive no aspecto turístico e de circulação de bens e riquezas, é assim garantido", afirmou.

FONTE: G1 DF

Rollemberg vai implantar programa de segurança criado por Eduardo Campos

Ao lado do futuro secretário de Segurança, Arthur Trindade, o governador eleito anunciou os nomes para dirigir a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A orientação é que haja integração com outros órgãos do GDF


Daniel Ferreira/CB/D.A Press

Rodrigo Rollemberg (PSB) fez questão de anunciar seus escolhidos na Segurança Pública pessoalmente. Acompanhado de um delegado, de dois coronéis e do futuro secretário de Segurança, Arthur Trindade, o socialista disse que quer integrar as corporações, implantar o programa Pacto Pela Vida — criado pelo governo de Pernambuco, de Eduardo Campos —, e ampliar a sensação de segurança na capital do país. O único nome que não é novidade é o de Hamilton Júnior, do Corpo de Bombeiros há quatro meses. Para a escolha do novo diretor da Polícia Civil e do comandante da Polícia Militar, Rollemberg ouviu aliados, especialistas e contou, principalmente, com a ajuda de Arthur (veja Quem é quem). Apesar de ser ligado à Segurança, o Departamento de Trânsito (Detran) não teve indicações até agora. O atual diretor, Rômulo Félix, pode continuar no cargo.

O futuro governador garantiu que os representantes da Segurança terão total autonomia para montar as equipes. “É uma turma operacional, montada sem nenhum tipo de interferência política e integrada por profissionais qualificados, reconhecidos nas instituições em que atuam pela capacidade de liderança e de diálogo”, afirmou o socialista. Rollemberg afirmou ainda que a proposta é que as corporações trabalhem juntas, em um pacto por Brasília. “Ele se sustentará no tripé formado por prevenção, combate ao crime e inteligência. O objetivo é que exista profunda interação entre as forças de segurança, os órgãos do estado, os demais setores do governo e a sociedade”, complementou.

Fundamental na escolha dos nomes anunciados ontem, o sociólogo e futuro secretário de Segurança disse que o foco principal foi a operacionalidade dos escolhidos e a capacidade de implantar o Pacto pela Vida. “É uma metodologia baseada na responsabilização das unidades policiais; na geração de indicadores, que serão monitorados por um observatório de Segurança Pública; e numa sistemática de governância, que prevê que representantes das polícias, do governo e de outros órgãos se reúnam periodicamente para articular as próximas ações”, explicou. 

Além de defender o aumento de efetivo, Trindade disse que outras medidas estão sendo avaliadas, como a redistribuição de policiais da área administrativa para a operacional e mudanças no sistema de treinamento das corporações. “Não considero uma boa prática fazer muitos concursos e nomear grande quantidade de policiais e passar quatro ou cinco anos sem contratar. Acho mais razoável ter um fluxo contínuo de entrada de bombeiros, policiais militares e civis, o que pode ter um impacto positivo na estrutura de treinamento, de carreiras e aposentadoria.”

Ele explicou que existirão duas metas de resultado. Uma é focada nos crimes violentos e intencionais e a outra, na sensação de segurança. Também haverá diversas metas de desempenho, como taxa de elucidação de homicídios e aumento no número de armas apreendidas, que se refletem nas metas de resultado. “O sistema de meritocracia será respeitado. Estamos estudando possibilidades de como recompensar os policiais. Gratificações extras é uma delas.”


fonte: Correioweb

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Deputado prudente aborta jantar para eleger nova Mesa

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Ao menos cinco, de um grupo estimado entre 13 e 16 deputados distritais, decidiram ouvir uma voz mais experiente e abortar um sofisticado encontro que estava programado para a noite deste domingo 28, em uma suntuosa mansão do Lago Norte.  O cardápio, previamente elaborado, teria como prato principal garoupa ao azeite.
Entre os convidados estava o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), principal articulador de uma chapa de consenso capaz de eleger o próximo presidente da Câmara Legislativa. A ideia é colocar na cadeira hoje ocupada por Wasny de Roure (PT) alguém que bata de frente com o futuro governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Mas houve quem preferisse ser prudente e dissuadir os colegas a desistir do encontro. “O momento exige cautela. Qualquer confronto agora tende a piorar as relações do Legislativo com o Executivo”, revelou a Notibras um jovem deputado reeleito que aposta em uma conversa de Rollemberg com os distritais para as próximas 72 horas.
A legislatura que terá início no dia 1º de janeiro verá uma Câmara pulverizada em 17 legendas. Os com maior peso serão PT, PMDB, PDT e PRTB. Desses, apenas o PDT, que tem como principais estrelas Celina Leão e Joe Valle, garantem apoio irrestrito a Rollemberg. Curiosamente, estão entre os poucos que não foram convidados para o jantar.
Para se aliar ao PDT ao menos em teoria na disputa pelo comando da Câmara Legislativa, três deputados, convidados, decidiram declinar do assento na mesa dos comensais. São Agaciel Maia (PTC), Dr. Michel (PP) e Raimundo Ribeiro (PSDB). Esse trio corre por fora, alheio a grupos e blocos. Mesmo com o risco de ficarem isolados na composição da próxima Mesa Diretora, preferem pagar para ver.
– Não queremos ficar atrelados ao Palácio do Buriti, como um mero puxadinho, mas também não desejamos ficar reféns de grupos que defendem interesses individuais e empresariais. A Câmara é do povo, e como representantes da sociedade, podemos até perder, mas não vamos abaixar a cabeça para ninguém, sentenciou um parlamentar com larga experiência política antes mesmo de se tornar deputado distrital.


fonte: Notibras

NYT: O declínio de uma família política abre caminho para mudanças no Brasil

Jornalista americano fala sobre a situação política maranhense

Em artigo para o jornal americano New York Times, o jornalista e correspondente Simon Romero fez um ensaio sobre a situação política maranhense. Ele enfoca as mudanças geradas no cenário e as possibilidades de alterações causadas pela queda da família que controla o estado há cerca de 50 anos – com algumas poucas alternâncias. 
O artigo saiu no dia 27 deste mês e o jornalista escreveu:
"O tributo é generoso. Entre no Convento das Mercês, uma gema colonial construída em 1654 e elegantemente reformada, e conheça mais sobre José Sarney, um ex-presidente do Brasil e chefe da dinastia política que controla o vasto estado nordestino do Maranhão por décadas.
Um documentário mostra do Sr. Sarney como um governador bigodudo e generoso que levantou o Maranhão do seu isolamento econômico dos anos 60. Fotos capturam ele governando o Brasil na sua transição para a mão de civis no meio dos anos 80. Um amostra de títulos, incluindo “Mestre do Mar”, mostram suas proezas literárias como um escritor-estadista.
Fora do Convento das Mercês, que abriga uma fundação financiada pelo estado, anunciando o Sr. Sarney, os habitantes conseguem rapidamente apontar quais são as marcas deixadas pela família ao redor de São Luís, capital do estado.
Precisa de algum lugar para morar? Considere a vizinhança da Vila Sarney, eles brincam. Um hospital? Aqui está a Maternidade Marly Sarney. Quer alugar um livro? Tente a Biblioteca José Sarney. Quer ir ao antigo centro da cidade? Pegue a ponte José Sarney.
Mas agora, todas as celebrações visíveis do Sr. Sarney agora estão em grande disparidade com a forma que o patriarca, 84, e seus filhos são vistos pela população do Maranhão, um dos estados mais pobres, e pelo resto do Brasil.
Os eleitores depuseram os políticos leais a Sarney nas eleições estaduais no Maranhão em outubro, e o homem, de longe um dos senadores mais poderosos, anunciou que ele não iria tentar se reeleger, abrindo a possibilidade para umas das mudanças políticas mais profundas no Brasil nos últimos anos.
'Um dos últimos coronéis brasileiros está finalmente em declínio', disse Rodrigo Lago, um advogado e ativista, usando um dos termos de homens poderosos sobre grandes áreas do Brasil, especialmente no pobre nordeste.
'Se o Maranhão pode mudar então outras oligarquias em qualquer lugar podem ser derrubadas', ele adicionou.
Oligarquias poderosas em outros lugares do Brasil também tem mostrado sinais de cansaço. Na Paraíba, outro estado nordestino, o filho de Ronaldo Cunha Lima, um ex-governador que atirou no seu antecessor em um restaurante cheio em 1993, sem nunca ter cumprido a pena por tentativa de assassinato, perdeu a disputa de governador este ano.
Da mesma forma, eleitores impediram que o filho de Jader Barballho, um senador poderoso com um império de midiático que há tempos vem batalhando com acusações de corrupção, fosse eleito o governador do Pará, o estado enorme na Amazônia na fronteira com o Maranhão.
É claro, famílias políticas poderosas são resistentes e dinastias sempre podem retornar. Em Alagoas, um dos estados mais pobres do Brasil, o filho de 34 anos do Presidente do Senado brasileiro, Renan Calheiros, foi eleito governador em outubro.
Enquanto a presidente Dilma Rousseff é do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, tem poucas opções a não ser forjar alianças com centristas e partidos conservadores, alguns chefiados por chefes políticos mais antigos.
Mas aqui no Maranhão, bastião de Sarney, muitas pessoas são sinceras quanto às chances de fazer uma curva.
'Nós estamos cheios dos Sarneys, que ficaram no poder apenas para enriquecer', disse Sueli Celeste, 48, a secretária da escola perto do Convento das Mercês, no antigo centro de São Luís, que abunda de palácios abandonados, um após o outro.
'Esconda seu celular quando você anda por aqui' afirmou ela. 'Os viciados em crack irão roubá-lo se eles virem você tirando fotos'. 
As raízes do ressentimento não são difíceis de enxergar. O Maranhão continua um dos estados mais pobres do país, com a maioria dos seus habitantes tentando sobreviver como agricultores de sub-existência.
Ainda assim a família Sarney consegue ajuntar uma poderosa coleção de veículos de mídia, incluindo o jornal O Estado do Maranhão e a TV Mirante, afiliada da Globo, que permite ao clã celebrar suas conquistas e atacar os seus críticos.
'A mídia constantemente exalta as grandes coisas que o Sarney e seus aliados fizeram e estão fazendo', afirmou Sean Mitchell, um antropólogo da Universidade Rutgers, que conduziu um extenso estudo sobre o Maranhão. 'Apesar disso, os serviços públicos dispostos pela família e aliados é terrível'.
O Maranhão está em penúltimo entre o ranking dos 26 estados brasileiros no índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que compreende fatores como níveis de educação, salários e expectativa de vida.
Escrevendo na sua coluna semanal no Estado do Maranhão neste domingo, o jornal da família, o Sr. Sarney argumentou que o Índice foi criado como estratégia dos 'países imperialistas' para abusar das fraquezas nos países em desenvolvimento.
'Esse é o índice que eles criam quando eles querem falar mal sobre o Brasil e pior sobre o Maranhão', ele afirmou. (O cálculo foi criado na verdade pelo economista Mahbub ul Haq e ex-ministro de Finanças do Paquistão).
Flavio Dino, um ex-ministro e membro do Partido Comunista do Brasil, voo até a vitória como governador na corrida em outubro contra os candidatos aliados da família Sarney propondo uma campanha que aumenta os padrões de vida.
O Sr. Sarney nasceu numa cidade no interior do Maranhão em 1930, como José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Ele pegou o nome que parece como estrangeiro do pai, Sarney, e transformou em seu sobrenome e começou sua carreira política com poucos paralelos no Brasil.
Um dos apoiadores de uma cúpula que terminou na ditadura militar em 1964, ele prosperou durante o governo autoritário antes de emergir em 1984 como o parceiro de Tancredo Neves, líder da restauração da democracia no Brasil. Eleito como presidente em 1985, o Sr. Neves morreu de complicações devido à uma cirurgia intestinal antes de assumir o cargo, abrindo o caminho para o Sr. Sarney ascender até o poder.
O Sr. Sarney deixou o cargo em 1990 com apenas 14% de aprovação, no meio de críticas e super controle da economia. Nesse momento o Brasil sofria com uma inflação anual de 1,765 porcento.
Então o Sr. Sarney se reinventou como um senador representando o estado do Amapá, território do Amazonas que foi feito estado em 1991, procurando o crescimento do império midiático da família e a entrada de seus filhos na política. Ele ascendeu novamente na última década como presidente do Senado, enquanto enfrentava acusações de nepotismo e corrupção.
Sua filha, Roseana, a atual governadora, que já está de saída, do Maranhão, é celebrada nas páginas do jornal da família (uma foto de primeira capa de novembro mostra a governadora tocando um violão durante uma visita a uma escola). No entanto, seu último ano no governo foi atingido por uma crise envolvendo rebeliões nas prisões com direito a decapitações e denuncias de que gangues estavam estuprando as esposas dos outros presos durante as visitas conjugais.
Citando razões pessoas, a Sra. Sarney saiu neste último mês, faltando apenas algumas semanas para o fim do seu último mandato, evitando a cerimônia de transferência de faixa de governador para seu sucessor no dia primeiro de janeiro. Enquanto isso, depoimentos sobre o escândalo de corrupção envolvendo a empresa de petróleo estatal a ligaram ao esquema. A Sra. Sarney, que negou as denuncias, também negou um pedido de entrevista.
Alguns no Maranhão duvidam que a família Sarney irá sentar e ver os seus opositores chegarem ao poder. Na realidade, a Sra. Sarney foi expulsa do palácio do governador uma outra vez, antes da eleição de um opositor em 2006.
Mas ente foi derrotado por conta das críticas na mídia controlada por Sarney e acusações de um esquema de compra de votos, habilitando  Roseana Sarney a assumir o seu lugar.
Seu pai, o patriarca da família, continua poderoso ao final de  sua longa carreira política. Escrevendo na sua coluna dominical sobre o 'novo Maranhão' o Sr. Sarney afirmou que o estado parecia um “corpo sem cabeça” antes de assumir o cargo de governador nos anos 60.
'A geração de hoje não tem a menor noção das dificuldades; a maior vitória foi mudar a mentalidade do Maranhão', ele disse. “Foi tão forte que gerou um Presidente da República, e o Maranhão emergiu como um dos estados mais importantes do país'. 


fonte: JORNAL DO BRASIL

Rollemberg anuncia nomes para a área de Segurança Pública do DF

O novo governador do DF definiu os comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, assim como o diretor-geral da Polícia Civil


Kelly Almeida/CB/D.A Press

Foram anunciados nesta segunda-feira (29/12) os nomes que irão comandar a área de Segurança Pública do Distrito Federal durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). O anúncio foi feito pelo futuro governador e pelo secretário de Segurança Pública e Paz Social, Arthur Trindade, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, por volta de 14h30. 

Ao lado dos novos aliados, Rollemberg explicou que optou por uma equipe técnica e operacional. O objetivo do socialista, segundo ele, é aumentar a sensação de segurança na população do DF e fazer uma integração entre as corporações. Apesar de o anúncio da segurança ter sido feito depois de vários outros nomes, Rollemberg garantiu que as escolhas não foram difíceis. "Foi fácil. Estávamos apenas tratando de vários assuntos. Embora tenha muito nome bom nas corporações, optamos por nomes reconhecidos, de trajetória", justificou. 

Para a escolha, o socialista ouviu especialistas, aliados, representantes do Ministério Público, dos tribunais de Justiça e de Contas do DF, além do governo federal. Arthur Trindade teve grande peso na escolha dos profissionais que irão compor a segurança do DF e terão a responsabilidade de implantar o programa Pacto Pela Vida. O único que permanece no cargo é o atual comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton Junior. Confira os escolhidos de Rollemberg:

Comandante da Polícia Militar – Coronel Florisvaldo Ferreira Cesar
Formado em Política e Estratégica pela Escola Superior de Guerra e bacharel em Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar do DF, o Coronel nasceu em Brasília e tem 44 anos. É o chefe do Departamento Operacional da PMDF, já chefiou o Comando de Policiamento Regional Metropolitano de Taguatinga. Integra a Polícia Militar desde 1990 e é coronel desde dezembro de 2013. Participou também de missões de paz das Nações Unidas na Sérvia e na África.

Diretor da Polícia Civil – Eric Seba de Castro
Formado em Direito e aos 52 anos, está na Polícia Civil desde 1984 e é delegado desde 1990. Foi diretor do Departamento de Polícia Circunscricional e do Departamento de Polícia Especializada e vice-diretor da Academia de Polícia. Hoje é coordenador da Região Metropolitana da Polícia Civil do DF e instrutor da Academia de Polícia Militar.

Comandante do Corpo de Bombeiros – Coronel Hamilton Santos Esteves Junior
Nascido no Rio de Janeiro, é morador de Brasília há mais de 30 anos. É formado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília, com especialização em Administração em Educação, pela Universidade de Brasília, e Gestão Pública, pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É bombeiro militar há 26 anos, com formação em Sistema de Comando de Incidentes (SCI) pela Guarda Costeira norte-americana e capacitação em substâncias perigosas no Éxercito Brasileiro. Atualmente é coronel desde 2011 e assumiu o comando do CBMDF em agosto de 2014.

Além destas nomeações, Rollemberg ainda precisa indicar os novos diretores da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e até do Banco de Brasília (BRB), empresas que têm importância estratégica do DF.

Os nomes dos próximos administradores regionais também não foram anunciados até o momento. Pode ser que o anúncio fique para o início de 2015.

Mais de 30 nomes já haviam sido anunciados, como o controlador-geral, dos secretariados, da procuradora-geral e de diretores de empresas como o Metrô, Novacap e Caesb.

Confira os nomes da nova equipe do GDF:

Secretários


» Hélio Doyle, chefe da Casa Civil
» Cláudio Ribas, chefe da Casa Militar
» Marcos Dantas, secretário de Relações Institucionais e Sociais
» Leany Lemos, secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão
»Leonardo Colombini, secretário da Fazenda
» Antônio Paulo Vogel, secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização
» João Carlos Souto, secretário da Justiça e da Cidadania
» Júlio Gregório, secretário de Educação
» Ivan Castelli, secretário de Saúde
» Arthur Trindade, secretário de Segurança Púbica e Paz Social
» Thiago de Andrade, secretário de Gestão do Território e Habitação
» Arthur Bernardes, secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável
» Guilherme Reis, secretário de Cultura
» Júlio Peres, secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos
» Marcos Pacco, secretário de Desenvolvimento Humano e Social
» Georges Michel Sobrinho, secretário de Trabalho e Empreendedorismo
» Marise Guebel, secretária da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
» José Guilherme Leal, secretário de Agricultura e Abastecimento
» Carlos Tomé, secretário de Mobilidade
» Jane Klebia Reis, secretária de Política para Crianças, Adolescentes e Jovens
» André Lima, secretário do Meio Ambiente
» Paulo Salles, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação
»Leila Barros, secretária de Esporte e Lazer
» Jaime Recena, secretário de Turismo
» Rômulo Neves, chefe de gabinete do governador

Empresas e fiscalização

» Maurício Ludovice, Companhia de Saneamento Ambiental do DF
» Marcelo Dourado, Companhia do Metropolitano
» Hermes Ricardo de Paula, Companhia Urbanizadora da Nova Capital
»Paola Aires Corrêa Lima, procuradora-geral do DF
» Djacyr Cavalcanti de Arruda Filho, controlador-chefe do DF
» René Rocha Filho, consultor jurídico do governador

fonte: correioweb

domingo, 28 de dezembro de 2014

O futuro governador: Festeiro na juventude, ele foi a grande surpresa nas últimas eleições

Plano do PSB é fazer do político uma liderança nacional do partido

O celular apita avisando que chegou uma mensagem e o futuro governador Rodrigo Rollemberg (PSB) olha o visor para ver quem a enviou. Trata-se de um recado de sua mulher, Márcia Helena. Ele lê o texto curto “me liga” e põe o telefone de lado. Em seguida, diz em voz alta para si mesmo: “Depois eu retorno”.

Não passam nem dois minutos, mais um toque. ...

Dessa vez é Hélio Doyle, chefe da Casa Civil, informando que o rombo nas contas do Distrito Federal pode passar da casa dos 4 bilhões de reais. Rollemberg está no apartamento da mãe, Teresa, na 206 Sul, onde viveu por vinte anos. Na sala, com clima de quartel-general político, há três mesas e 38 cadeiras. Uma das empregadas da casa oferece um café preto, ele diz que aceita, mas não sobra tempo para tomá-lo. Veste um terno azul três números acima de suas medidas e desce às pressas para fazer fotos nos pilotis do prédio. No caminho, pede a um assessor que comunique seu atraso para o próximo compromisso. Minutos depois, ele some de vista a bordo de um Fiat Freemont particular. É nesse corre-corre que o mais novo comandante do Distrito Federal se aquece para encarar o maior desafio de sua vida a partir de quinta (1º): tirar Brasília do buraco. Com saldo negativo e afogado em dívidas públicas, o Palácio do Buriti tornou-se uma bomba prestes a explodir. Sem dinheiro no caixa, será quase impossível o governador realizar, a curto prazo, suas principais promessas de campanha. Nesse contexto, manter serviços básicos num primeiro momento já começa a soar um grande feito diante de sucessivos calotes em áreas como transporte, saúde, educação e cultura. Uma das seis empresas que fazem a coleta de lixo, por exemplo, tem para receber cerca de 80 milhões de reais, soma de atrasos nos repasses desde setembro. Com essa dívida em aberto, ver caminhões de limpeza nas ruas tornou-se algo raro.

Do alto de seus 55 anos, o político de 1,75 metro de altura e voz mansa sabe bem o tamanho da encrenca que o aguarda. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro e ter pais sergipanos, ele chegou a Brasília com menos de 12 meses de vida. Dono de quase nenhuma experiência em gestão pública, construiu a sua carreira aqui por força das circunstâncias. Foi assim que conseguiu o seu primeiro emprego na capital, aos 20 anos. O pai, Armando Sobral Rollemberg, na época ministro do Tribunal Federal de Recursos, pediu ao amigo e ex-senador Augusto Franco, um poderoso usineiro sergipano, que alocasse o filho no Senado. Armando tinha um forte motivo para recorrer ao conterrâneo. O jovem estudante já namorava Márcia Helena e ela estava grávida aos 18 anos. Quando contou ao pai que sua garota esperava um bebê, ele levou uma bronca tão enérgica que os berros do patriarca eram ouvidos nos pilotis do prédio. “Como você vai sustentar um filho sem trabalhar?”, indagou Armando. Márcia Helena, lá embaixo, escutou tudo. O dramático momento só ganhou ares mais tranquilos garantiu a Rollemberg o posto vitalício que lhe rende — quando está no batente — um salário de 30 000 reais. Cinco anos depois, viria o estreitamento com a política na sua filiação ao PSB. Em 1990, ele disputou e perdeu sua primeira eleição para deputado distrital. Não esmoreceu. No pleito seguinte, enfrentou as urnas e fracassou de novo, mas acabou como primeiro suplente do deputado Wasny de Roure (PT). Como a sorte e Rollemberg andam de mãos dadas, o petista foi convidado para ser secretário da Fazenda do governo de Cristovam Buarque e abriu caminho para o socialista se sentar numa cadeira de deputado distrital. Esse primeiro caminho, trilhado por coincidências, faz com que os amigos mais próximos digam que ele nasceu de quina para a lua. 

Segundo vários analistas políticos, acreditar que Rollemberg se tornou governador com um grande empurrão do destino também faz muito sentido. No início da corrida eleitoral, ele nem sequer era apontado como um dos favoritos. Estava bem atrás de José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT). Só depois que Arruda foi expurgado do certame pela Justiça, sua candidatura ganhou fôlego. No segundo turno, com o governador e a máquina estatal fora de combate, ele enfrentou um Jofran Frejat (PR) enfraquecido pelo pouco tempo de campanha e pela estreita ligação com um ficha-suja. Em todo esse processo, outro fato inesperado oxigenou muito o nome de Rollemberg: a morte do candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB). A tragédia acabou turbinando a campanha do socialista e deu a ele a visibilidade de que precisava para deslanchar. Um ano atrás, quando se desenhava o projeto de fazê-lo governador, quase ninguém apostava nele como uma liderança robusta no DF. Nem mesmo o próprio, que vinha de um mandato pouco expressivo no Senado. Agora, com a ideia de renovação pairando sobre o político, existe gente dentro do PSB que sonha alto e já traça planos para uma possível candidatura à Presidência da República (veja o quadro no final da matéria). 

Entre o bloco, a roça e Aracaju 
A infância, na Asa Sul, e a juventude agitada fazem de Rollemberg um legítimo representante da geração Brasília

Teresa Rollemberg: grávida, ela posa com onze dos quinze filhos que teve. No detalhe, Rodrigo com cara séria (Fotos: Arquivo pessoal)

Fazenda dos Rollemberg, em 1977: montado num cavalo, uma das suas grandes paixões 
Jovem empreendedor: Rollemberg (sem camisa) carrega com o amigo Valdeone uma panela de queijo para vender no Senado 
Festa em Aracaju: dançando com a irmã Rosa Clara em 1977 

Depois de bronca do pai: aos 21 anos, apreensivo, ele se casou com Márcia Helena, que estava grávida 

Veraneio em Aracaju: com a primogênita, Gabriela, na orla da Praia de Atalaia, em 1981 
...E a prole aumenta: no colo dos pais, Gabriela e o menino Ícaro, batizado no dia da foto 
Cercado pela família: Loyane (nora), Ícaro (filho), Pedro Ivo (o filho mais novo), Márcia Helena (esposa), Gabriela (a filha mais velha) e Rodrigo (genro) 

Oitavo filho de uma prole de quinze, Rodrigo demorou para manifestar essa vocação política. Quem se destacava nessa seara desde cedo na família Rollemberg era o mais velho, Armandinho, que militava na esquerda e participou do primeiro discurso de Luiz Inácio Lula da Silva na capital. Mas o primogênito entre os homens resolveu seguir carreira de jornalista político e virou um dos profissionais mais respeitados na década de 70. Rodrigo trilhava outro rumo, tornando-se aos poucos um legítimo representante da geração Brasília, predicado que tanto adora. Quando jovem, tinha os cabelos compridos e cacheados e era o xodó das meninas. Nas festas, fazia sucesso. Aos 15 anos, já bebia e fumava. Durante a noite, seguia com os amigos a pé pelas quadras do Plano Piloto em busca de balada. “Nós éramos uma turma de quatro e andávamos por quase toda a Asa Sul olhando as janelas dos prédios no sábado à noite. Onde havia luz negra, já sabíamos que existia uma pista de dança improvisada na sala”, relembra Mássimo Jório, um dos amigos de infância do futuro governador. Naquela época, Brasília respirava uma liberdade sem muito freio. Com receio de ter os filhos presos pelos policiais, os pais chegavam a permitir que eles fumassem maconha dentro de casa. “Quem disser que não fumava está mentindo. Ela fazia parte da nossa realidade”, diz Jório.

Nos fins de semana, Rollemberg e sua turma também rumavam para as fazendas que os pais de seus amigos mantinham em cidades próximas. A família de Jório, por exemplo, tinha uma propriedade chamada Montes Claros, em Luziânia (GO), a 100 quilômetros da capital. O lugar era ponto de encontro da galera por causa de um riacho que cortava o terreno. Eles chegavam na sexta à tarde e só voltavam para o Plano Piloto na noite do domingo. Márcia Margareth Rosa, uma das amigas da época, conta que eles acordavam com um copo de cerveja ou batida de cachaça na mão. Ao fim do dia, tontos com o efeito do álcool e da maconha, todos tiravam a roupa e se jogavam nus na água corrente. Nessa ocasião, Rollemberg já namorava Márcia Helena — o casal ocupava uma suíte na casa de campo. “Era um clima festivo e inocente. Não havia maldade”, relata a amiga Márcia Margareth. Naquele período, a família Rollemberg possuía a fazenda Santa Teresa, também em Luziânia. Quem tocava o negócio era o irmão, Ricardo. Seguiu assim até 1981, ano em que ele sofreu um violento acidente de carro e permaneceu meses em recuperação hospitalar. Coube, então, a Rollemberg administrar o rancho com gado, plantação e aves. O fato fez com que os encontros na propriedade de Jório se mudassem para o endereço rural dos Rollemberg. Depois de assumir essa responsabilidade, Digão, como Rollemberg é chamado pelos amigos até hoje, passou a ter uma postura mais séria diante da vida. Chegou até a comprar a própria fazenda em Luziânia, batizada de Araras, e pensar seriamente numa trajetória como produtor rural. No entanto, a convivência com senadores e deputados no Congresso e o curso de história na Universidade de Brasília (UnB) o empurravam para o mundo da política. “Participei da reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE). No Senado, trabalhei nos gabinetes de Saturnino Braga e Jamil Andrade. Essas foram as minhas maiores influências”, conta Rollemberg.

Apesar de o pai ser fazendeiro e ministro do Tribunal de Recursos, hoje Superior Tribunal de Justiça (STJ), a vida dos Rollemberg sempre transcorreu com dificuldade. Teresa, a matriarca, diz que nunca faltou nada em casa. Mas manter quinze filhos custava caro. No Natal não havia como adquirir brinquedo para todo mundo. Diante disso, ela ia para a fazenda e pegava todo tipo de bicho. “Um ganhava coelho; outro, pato; a outra, uma galinha... Tinha até quem recebia pombo”, lembra. Segundo a mãe, Rollemberg foi um bebê calmo, não chorava nem dava trabalho. Quando criança, ficou sapeca. A professora Yone Maria Corrêa, pioneira na Escola Classe 206, onde todos os Rollemberg iniciaram os estudos, recorda que o menino, com 7 anos, brincava nos vãos empoeirados da superquadra e entrava na escola para pedir merenda mesmo fora do seu turno. “Ele perguntava o que tinha para comer. Eu oferecia polenta com carne moída, mas dizia que só serviria se ele lavasse o rosto e as mãos, que estavam sempre cobertos de barro”, afirma a docente.

Perto do atual contexto financeiro do GDF, os apertos com dinheiro na infância devem ser lembrados como uma fase de vacas gordas. Paralisação das aulas da educação infantil e do ensino fundamental públicos, desabastecimento de materiais e medicamentos em hospitais do governo e a não renovação de contratos de serviço de segurança armada são apenas alguns riscos que ele pode enfrentar a partir de janeiro. “A situação do GDF é bem pior do que eu pensava”, diz Rollemberg.

Arrumar soluções viáveis para a capital ainda na fase de transição já tem estendido a agenda de Rollemberg e provocado as primeiras baixas na sua rotina social antes mesmo da posse. Está difícil encontrar seus amigos de brincadeiras na quadra e da juventude festeira. “Saímos juntos depois da eleição, mas não conversamos direito. O telefone dele toca a toda hora e chega mensagem o tempo todo. Na rua, as pessoas querem cumprimentá-lo e fazer selfie”, queixa-se Jório, o mais próximo dessa turma. Quando falava com VEJA BRASÍLIA sobre o amigo de farra que virou governador, resolveu ligar para Rollemberg. Ele não atendeu. Em seguida, animado por três doses de cachaça, o cúmplice de esbórnia resolveu deixar um recado: “Digão, estou dando entrevista sobre você. Falei tudo o que a gente aprontava nesta cidade. Espero que não fique chateado. Um grande abraço”. 

Rollemberg para presidente. Será?

Plano do PSB é fazer do político uma liderança nacional do partido

O secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, o vice Renato Santana e Rollemberg: espanto ao verem o tamanho do abacaxi que precisarão descascar (Foto: Michael Melo)

Com a morte de Eduardo Campos, a maior expressão do PSB, o futuro comandante do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, surge como uma possível liderança nacional da sua sigla. “Tudo vai depender do desempenho do seu governo. De qualquer forma,o DF é uma grande vitrine e ele tornou-se um dos candidatos naturais para substituir Campos”, diz o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.O partido não vai perder temponesse sentido e já cultiva planospara emplacar Rollemberg na mídia nacional. Repaginar o socialista,que nunca investiu pesado na sua apresentação pessoal, será o primeiro passo. Durante a campanha, ele usava sempre o mesmo figurino: camisaazul-bebê e calça jeans que elemesmo comprava na Feira de Ceilândia por 60 reais. Seus ternos,ele adquire numa loja popular do Conjunto Nacional. A ideia é vesti-lo em 2015 com mais sofisticação. Para ocupar o lugar deixado por Campos, os mais próximos defendem que Rollemberg precisa ir além do figurino, recorrendo a aplicações de Botox,a toxina que puxa, estica e remoça. Dentes um pouco tortos e amarelados, em decorrência do hábito de fumar, são outras características que deverão ser abandonadas em virtude desse projeto. O novo mandante do DF não está sozinho na disputa pelo postode estrela nacional do PSB. Paulo Câmara, o governador eleito de Pernambuco, está no páreo. Jovem — ele tem 42 anos — e bonito, tem a vantagem de ser uma espécie de herdeiro direto do legado de Campos. Márcio França, o vice-governadoreleito de São Paulo, aparece como outro candidato forte à vaga. Hoje, Rollemberg pode não assinar embaixo de toda essa operação, mas, comos palácios do Buriti e do Planaltona mesma via, é difícil não sonharcom algo que está no seu horizonte.
Fonte: Veja Brasilia, por Ullisses Campbell

Demanda pela presidência



PDTO PDT reivindicou ao governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) apoio para que a legenda faça o novo presidente da Câmara Legislativa. Com 3 parlamentares, o partido tem dois nomes em condições de chegar a presidência: Joe Valle e Celina Leão. Independe do pedido ser atendido pelo futuro governador, terá de travar antes uma batalha com o PMDB, que também tem três deputados na Casa. Comandada pelo ainda vice-governador Tadeu Filippelli e presidente regional do PMDB, a bancada peemedebista trabalha para deixar o PDT fora da Mesa Diretora.
Fonte: Alô Brasília – Coluna ONs e OFFs COM O Sandro Gianelli

Hemocentro de Brasília recebe doadores às vésperas do réveillon



Doadores de sangue mantém estoques de fim de ano na capital (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Mesmo com a proximidade do fim do ano o Hemocentro de Brasília continua recebendo doadores de sangue. Neste sábado (27) o comerciante Diego Florentino foi fazer a doação pela primeira vez com a esposa. “Eu e minha esposa, a gente sempre falava em doar e nunca dava tempo. Era sempre muita correria. Hoje estávamos em casa e resolvemos vir”. Ele acredita que ajudar a manter o estoque de sangue nesta época de fim de ano é importante.  “Tem muito acidente, muita gente precisa e pouca gente doa porque tem muita gente fora da cidade, então acho bacana e quero tornar isso regular”.

O gerente do ciclo do doador do Hemocentro de Brasília, Rodolfo Duarte, confirma a percepção de Diego. Ele conta que historicamente o fim de ano é um período complicado para os hemocentros. “É uma época que tem bastante feriado e historicamente a população tende a viajar e acaba esquecendo de passar no hemocentro antes de pegar a estrada e deixar a sua bolsa de sangue”. Duarte conta que este ano os brasilienses doaram regularmente e por isso, diferente de outros anos, o abastecimento dos hospitais está sendo mantido. “Isso, graças à boa vontade da população que tem comparecido e não tem deixado faltar. Esse ano nós conseguimos fazer boas campanhas de captação e conscientizar a nossa população. Nós temos conseguido o abastecimento de 100% dos hospitais”.

Mas nem por isso a população pode deixar de doar já que, neste período pode haver um aumento na demanda de sangue devido a acidentes, por exemplo. “Por isso que a gente sempre reforça que nessa época, antes de viajar, que as pessoas passem, façam esse gesto de carinho, deixem uma bolsa de sangue para aquela pessoa que vai precisar”.

A bancária Vanessa Mota aproveitou o sábado para fazer sua parte. Doadora regular, ela vai ao hemocentro a cada três meses, prazo estabelecido para as mulheres. “Hoje vou fazer uma doação especificamente para o hospital da criança”. Ela conta que tenta incentivar os amigos. “É gratificante. É gostoso saber que você ajudou uma pessoa. Você ajuda e acaba se ajudando também. O bem que você faz acaba voltando para você”.



O Hemocentro de Brasília lançou o aplicativo Doe Sangue, que alerta o doador, informa e convoca para doações (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
E para lembrar os doadores de irem ao hemocentro da capital federal, desde julho deste ano é possível baixar um aplicativo de celular. É o Doe Sangue, disponível para Android, IOS e Windows Phone. “Esse aplicativo é bastante útil para ajudar o doador a se organizar com relação às suas doações. Além de ser uma linha direta com a Fundação Hemocentro de Brasília, pois nós conseguimos mandar mensagens para os aparelhos de uma forma gratuita para os doadores” explica Duarte.  O Diego, por exemplo, não conhecia esta opção mas gostou da ideia. “Acho bacana. Não conhecia e vou procurar saber”.

Com as mensagens é possível contatar pessoas com um tipo específico de sangue, por exemplo. “A gente pode fazer esse filtro por tipo que mais necessitada no período”. Para o usuário, o aplicativo também traz vantagens. Ao cadastrar a data da última doação, a pessoa recebe um aviso de quando pode fazer uma nova visita ao hemocentro. Outra função é calcular a nova data após um período de restrição, por exemplo. “Nem sempre o doador pode doar naquele dia então ele reporta a inaptidão daquele dia e o próprio aplicativo faz a contagem de tempo para informar para o usuário quando que a inaptidão termina e ele pode voltar a fazer suas doações normalmente”.

A expectativa é de que com o aplicativo cada vez mais pessoas passem a doar regularmente. E é exatamente a fidelização, um dos aspectos mais importantes e por isso o Hemocentro investe em diferentes campanhas. Tudo para incentivar a doação. “Nós acompanhamos [o doador regular] ao longo do tempo, ao longo da vida e nós podemos ir orientando e passando informações mais precisas para que ele possa se preparar melhor e fazer uma doação de maior qualidade”, explica Duarte. O gerente aproveita para agradecer as pessoas compareceram ao Hemocentro durante todo o ano de 2014. “Agradecer em nome da sociedade, em nome da Fundação Hemocentro de Brasília e que mantenham essa parceria conosco e continue comparecendo no ano de 2015”.

Para doar é preciso ter entre 16 e 69 anos. Rodolfo lembra que quem tem entre 16 e 18, precisa de autorização dos pais ou responsáveis. Há recomendações quanto ao peso, ingestão de alimentos e prática de atividades físicas, colocação de piercings e tatuagens. Para saber mais sobre os critérios para doação e horários de funcionamento, basta acessar o site do Hemocentro  ou ligar no telefone 160, opção 2. “A doação é um ato extremamente seguro e todo sangue doado é reposto em poucos dias. E a pessoa sai em bom estado”, reforça o gerente.

Editora Denise Griesinger

FONTE: EBC

À espera do vendaval!

É enorme o potencial da Operação Lava Jato para impor a cassação de dezenas de deputados federais e senadores

No aguardo da lista do Petrolão, parte do Congresso que assume em fevereiro não terminará o mandato. Como isso pode influir num ano em que os parlamentares terão uma agenda complicada de votações e a oposição promete não dar trégua ao governo...

Sobre o Congresso que será empossado no dia 2 de fevereiro de 2015 há muitas dúvidas e uma certeza: parte dele não terminará o mandato. Muitos dos parlamentares que assumirão suas cadeiras não chegarão ao fim da Legislatura. Afinal, é enorme o potencial da Operação Lava Jato para impor a cassação de dezenas de deputados federais e senadores. Resta saber quem e quantos serão atingidos. No mesmo mês em que os parlamentares tomam posse, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, promete apresentar sua denúncia ao STF. Já se sabe que quase metade da Câmara dos Deputados eleita em 2014 foi financiada com recursos das empreiteiras investigadas pela Polícia Federal e que essas empresas despejaram nos partidos políticos mais de R$ 264 milhões em doações oficiais, também usadas pelo esquema do doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Haveria ainda uma lista de quase 60 nomes de políticos beneficiados com propina, segundo o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, dos quais 28 já são conhecidos.

Com a legitimidade de seus mandatos em xeque e a espada de Dâmocles do Supremo sobre a cabeça, o retrato institucional não poderia ser pior: um Legislativo manco que tem pela frente uma difícil e urgente agenda de reformas, que inclui ajustes fiscais imprescindíveis para recuperar a credibilidade da economia e voltar a atrair investimentos. Se o Palácio do Planalto tem sua responsabilidade em propor uma saída para a atual crise econômica, caberá ao Congresso transformar essas propostas em leis. Mas sem força e, sobretudo, debaixo de suspeição fica tudo mais difícil. Basta lembrar a dificuldade que foi no fim da última legislatura a aprovação do projeto que reduziu a meta de superávit do governo. Há novas medidas de arrocho fiscal para 2015, que pressupõe a redução de benefícios sociais, o aumento de tributos e a rejeição de reajustes do funcionalismo público. Tudo isso precisará passar pelo Congresso, que se mostrou pouco voluntarista ao aprovar, antes do recesso, novo aumento salarial dos parlamentares, contrariando pedido dos futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.

Não bastassem os desdobramentos da Lava Jato, o Congresso que saiu das urnas em 2014 está mais fragmentado, composto por 28 legendas organizadas inicialmente em 17 bancadas, e conta com uma oposição combativa, que já deu mostras no fim de 2014 de que adotará, sob a liderança do senador Aécio Neves, uma postura distinta daquela observada nos últimos 12 anos. Aécio saiu da eleição presidencial maior do que entrou e, com amplo apoio da opinião pública, não pretende dar trégua ao governo. Esse novo cenário incorpora ainda uma importante cisão dentro do PMDB, que deverá eleger o controverso deputado Eduardo Cunha para comandar a Câmara. Eleito presidente, Cunha deverá representar uma incógnita para o governo. Ora poderá atuar em sintonia com o Planalto, ora do outro lado da trincheira política.

O controverso Eduardo Cunha é o mais cotado para presidir a Câmara, enquanto o senador Renan Calheiros (abaixo) tende a ser reconduzido à presidência do Senado. Os dois representam uma incógnita na relação com o governo.

Foi pensando em tentar garantir o mínimo de estabilidade no Congresso que a presidente Dilma Rousseff se rendeu novamente ao fisiologismo político, contemplando os partidos aliados com cargos na Esplanada. Nessa tática desesperada, Dilma irritou o próprio PT e alas importantes da esquerda, como movimentos sociais. Foi assim, por exemplo, com a nomeação do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) para o Ministério das Cidades e da ruralista Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura. Ex-DEM, Kassab já foi pupilo do tucano José Serra, mas se bandeou para o lado governista ao criar seu próprio partido. Já a presidente da Confederação Nacional da Agricultura não era sequer aceita como nome do PMDB, mas sua indicação satisfez um compromisso de Dilma com o setor agropecuário – que tem peso enorme na formação do PIB.

Uma vez fechado o primeiro escalão, Dilma continuará sofrendo pressão para entregar outras joias da coroa, como os comandos de estatais e autarquias. A preocupação em atender a interesses partidários só não é maior que o temor de fazer as escolhas erradas, nomeando gente que posará a seu lado na foto do dia 1º de janeiro e meses depois estará figurando nas manchetes do noticiário policial. Para tentar se blindar desse tipo de ameaça é que a presidente chegou a propor ao Ministério Público que a ajudasse a escolher – no caso vetar – seus ministros, uma iniciativa encarada pela oposição como sinal de fraqueza e pelos procuradores como uma espécie de “cilada” que serviria apenas para dividir responsabilidades sobre futuros escândalos. Afinal, Dilma tem algumas de suas principais colaboradoras envolvidas no Petrolão. Além de Graça Foster, a ex-ministra Gleisi Hoffmann, senadora citada por Costa em sua lista de beneficiários da propina. Com mandato até 2019, ela faz parte dos congressistas que correm o risco de não concluir o mandato, ao lado dos senadores petistas Humberto Costa (PE) e Lindbergh Farias (RJ), dos peemedebistas Renan Calheiros, que deve ser reeleito presidente do Senado, e Edison Lobão, que retorna ao mandato após ser substituído no comando do Ministério de Minas e Energia pelo senador do PMDB Eduardo Braga – uma boa exceção no novo Ministério de Dilma Rousseff que confirma a regra. Também integram o rol dos suspeitos os peemedebistas Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR), além de Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL), do PP.

Citado na lista do delator Paulo Roberto Costa, Henrique Eduardo Alves deixou o comando da Câmara e ficou sem cargo no primeiro escalão do governo.

Esses são apenas alguns nomes entre os 28 citados na delação de Costa. Mas a força-tarefa da Lava Jato estima que o número final de parlamentares da ativa envolvidos seja três vezes maior. Com tanta gente pendurada, não dá para esperar que os demais colegas de plenário decidam cortar na própria carne e abrir processos de cassação que corram tão rápido quanto o que baniu André Vargas (PT-PR), que antes do escândalo do Petrolão era uma das figuras mais prestigiadas pelo governo na Câmara. Na época do julgamento do mensalão, Vargas assumiu a linha de frente na defesa dos petistas condenados. Mas, em vez de solidariedade de seus pares, colheu desprezo e foi isolado para evitar danos colaterais à campanha de reeleição de Dilma. Sem a pressão do período eleitoral, espera-se que o corporativismo agora fale mais alto. Para piorar, caso sejam abertos, os processos de cassação deverão se arrastar por meses, fazendo o Legislativo sangrar em praça pública durante todo o ano de 2015, contaminando quaisquer novas CPIs e minando ainda mais sua imagem já tão desgastada.


Fonte: Istoé