domingo, 17 de agosto de 2014

OPINIÃO É preciso dizer a verdade, sempre!

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Por Ricardo Callado - O noticiário político, principalmente durante uma campanha eleitoral, nem sempre mostra os fatos como eles realmente são. Cada candidato tem uma estratégia não revelada aos eleitores. E não gostariam que fosse do conhecimento público.

As pesquisas de intenção de voto mostram o retrato do momento. Os números tendem a mudar quando iniciar o horário eleitoral no rádio e na TV, que começa na terça-feira (19). É nesse momento que a campanha esquenta.

Os três principais candidatos tem perfis diferentes: o que tem voto; o com alta rejeição; e o de baixa rejeição, mas que não cresce.

O ex-governador José Roberto Arruda (PR) lidera todas as pesquisas de intenção de voto, com larga vantagem. É o favorito. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) de rejeitar sua candidatura foi um baque.

Arruda pode até negar, mas interfere na motivação da militância e na arrecadação de recursos para a campanha. O eleitor deu mostras de que não está ligando muito se o candidato foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Busca um governo que mostre resultados. E Arruda vende essa imagem de bom gestor para a população.

Mas a verdade é que Arruda terá dificuldades no recurso apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte está aparelhada pelo PT, principal adversário do ex-governador.

O TSE é hoje um tribunal mais político, que jurídico. Pelos menos dois dos ministro da Corte foram advogados das campanhas de Lula e Dilma Rousseff, ou do PT. E deve atuar para defender os interesses de quem os colocou ali. Foram indicados para isso.

Quando Arruda diz que tem confiança de que terá um julgamento mais justo no TSE, ele apresenta uma meia-verdade ao eleitor brasiliense. Por ser seu adversário o PT, as chances de um decisão contra Arruda são muito grandes.

Não adianta ter um caminhão de votos e ser favorito. As manobras jurídicas vão atingir Arruda e favorecer Agnelo Queiroz. olhando a primeira vista.

Sem Arruda, o cenário poderia mostrar que Agnelo teria uma vida mais fácil. Mas não é verdade também. A rejeição de Agnelo o impede de ser reeleito. Beira a casa dos 50% o percentual de eleitores que afirmam não votar em Agnelo de jeito nenhum. Nenhum candidato consegue vencer com uma rejeição acima de 40%.

A estratégia secreta de Agnelo é fazer Arruda sangrar até as eleições. E ir ao segundo turno com ele. Não precisa nem vencer nas urnas. Agnelo considera que ganhará mais um mandato bastando passar para a próxima etapa da campanha. A lógica funciona da seguinte forma: Arruda vence a eleição. O PT pressiona o Judiciário para impugnar a candidatura, cassar o mandato ou cancelar sua diplomação. O TSE dá a ordem para que seja empossado o segundo colocado, que no caso seria o governador Agnelo Queiroz.

Essa tática de Agnelo é arriscada. E precisa que seja cumprida algumas metas. A principal delas é chegar ao segundo turno. Deixar de fazer campanha nos tribunais, e intensificar o corpo-a-corpo nas ruas. E também que Arruda não desista da candidatura. A permanência do ex-governador é importante para evitar o crescimento do candidato Rodrigo Rollemberg (PSB).

Quem vota em Arruda não vota em Agnelo. É fato. Caso ele saia da campanha antes do dia da eleição, parte dos votos poderiam migrar para Rollemberg. E outra parte ficaria com um substituto do próprio Arruda. O nome natural seria o do vice, Jofran Frejat. A divisão de votos de Arruda poderiam colocar Frejat e Rollemberg num segundo turno. E o tiro de Agnelo sair pela culatra.

A situação pode piorar para Agnelo, caso Rollemberg cresça nas pesquisas. A comoção diante da morte de Eduardo Campos, seu amigo e companheiro de partido, pode contribuir para isso. A entrada de Marina Silva também é ponto fundamental para alavancar Rollemberg.

Marina ainda é muito ligada ao candidato ao Senado, José Antônio Reguffe (PDT) e ao senador Cristóvam Buarque (PDT). Ambos estão apoiando Rollemberg.

A campanha ainda está começando. E vai ser pautada entre tribunais, índices de rejeições e transferências de votos. Numa eleição o eleitor deveria ter o maior peso de decisão, ao contrário de juízes e advogados. Daqui a pouco tem ministro do TSE ou advogado do Fluminense se tornando marqueteiro de campanha.

FONTE: http://blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado/#sthash.PnX82lsA.dpuf

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