Auxiliar de ministra desde 2012, Idaílson Macedo é suspeito de ligação com esquema que teria desviado R$ 300 milhões
Polícia aponta indícios de que o grupo disputa cargos na administração do DF; governo federal decide abrir sindicância.
O governo federal exonerou ontem um assessor apontado pela Polícia Federal como integrante de uma quadrilha que desviou ao menos R$ 300 milhões. Segundo a PF e o Ministério Público, o grupo usava sua influência política para lavar dinheiro e desviar recursos de fundos de pensão municipais. ...
O suspeito é Idaílson José Vilas Boas Macedo, petista que até ontem atuava como assessor da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). O governo abriu sindicância parar apurar a participação dele no esquema.
Deflagrada anteontem, a operação Miqueias da PF apura dois esquemas distintos: um de lavagem de dinheiro e outro de desvio de recursos de fundos de pensão de municípios supostamente comandado pelo ex-policial Marcelo Toledo e pelo doleiro Fayed Trabousli.
As investigações indicam que, além de lavar dinheiro, os líderes do grupo participavam de um esquema que aliciava prefeitos e gestores do fundo de previdência de servidores. Em troca de vantagens indevidas, eles aplicavam dinheiro da previdência social em "papéis podres", ou seja, de baixa rentabilidade e risco extremamente elevado.
Assessor de Ideli desde março de 2012 e filiado ao PT de Goiás desde 1999, Idaílson é investigado por formação de quadrilha e tráfico de influência. Ele foi flagrado em escutas telefônicas e é suspeito de atuar em favor do grupo facilitando e promovendo encontros de prefeitos de Goiás com os integrantes do esquema que ofereciam os fundos de investimentos.
A PF pediu a prisão, bloqueio de contas e busca na casa do assessor de Ideli, mas a Justiça negou. Segundo relatório da PF, divulgado na tarde de ontem pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo", Idaílson atuava com "relação intrínseca com o crime".
A quadrilha também atuou no Ministério da Previdência que, segundo a PF, colaborou nas investigações. A polícia não revelou no nome do funcionário da pasta que atuava com o grupo. O órgão aguarda notificação da Polícia Federal para abrir procedimento administrativo interno.
Para os investigadores, a conexão política dos líderes do esquema abria "diversas portas para que a organização se infiltre em diversos setores do Estado".
As investigações também apontaram indícios de que o grupo disputa espaço por cargos no governo do Distrito Federal, não só em gestões anteriores, como a de José Roberto Arruda (ex-DEM), mas também na do atual governador, o petista Agnelo Queiroz.
"A força política da organização criminosa liderada por Fayed e Toledo, todavia, não se limitou ao governo Arruda. De fato, existem fortes indícios de que o grupo briga por espaço no atual governo, inclusive indicando aliados para cargos chaves no GDF (Governo do Distrito Federal)", dizem os investigadores sobre o doleiro Fayed Trabousli e o policial aposentado Marcelo Toledo, suspeitos de comandarem o esquema.
Os dois estão presos. Seus advogados dizem que as atividades deles são legais. A Folha não localizou Idaílson.
Para os investigadores, "espaço no governo" significa "poder de nomear cargos-chaves na administração pública que possibilitem desvio de recursos públicos" de até R$ 1,5 milhão. Eles citam que uma delegada, presa na operação, foi assessora na Secretaria Segurança do DF e ganhou R$ 50 mil do doleiro.
O governo do DF disse que "não existe nenhuma quadrilha no âmbito do GDF que atue no sentido de negociar cargos para desvio de dinheiro público".
Por Matheus Leitão, Fernanda Odilla e Filipe Coutinho
O suspeito é Idaílson José Vilas Boas Macedo, petista que até ontem atuava como assessor da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). O governo abriu sindicância parar apurar a participação dele no esquema.
Deflagrada anteontem, a operação Miqueias da PF apura dois esquemas distintos: um de lavagem de dinheiro e outro de desvio de recursos de fundos de pensão de municípios supostamente comandado pelo ex-policial Marcelo Toledo e pelo doleiro Fayed Trabousli.
As investigações indicam que, além de lavar dinheiro, os líderes do grupo participavam de um esquema que aliciava prefeitos e gestores do fundo de previdência de servidores. Em troca de vantagens indevidas, eles aplicavam dinheiro da previdência social em "papéis podres", ou seja, de baixa rentabilidade e risco extremamente elevado.
Assessor de Ideli desde março de 2012 e filiado ao PT de Goiás desde 1999, Idaílson é investigado por formação de quadrilha e tráfico de influência. Ele foi flagrado em escutas telefônicas e é suspeito de atuar em favor do grupo facilitando e promovendo encontros de prefeitos de Goiás com os integrantes do esquema que ofereciam os fundos de investimentos.
A PF pediu a prisão, bloqueio de contas e busca na casa do assessor de Ideli, mas a Justiça negou. Segundo relatório da PF, divulgado na tarde de ontem pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo", Idaílson atuava com "relação intrínseca com o crime".
A quadrilha também atuou no Ministério da Previdência que, segundo a PF, colaborou nas investigações. A polícia não revelou no nome do funcionário da pasta que atuava com o grupo. O órgão aguarda notificação da Polícia Federal para abrir procedimento administrativo interno.
Para os investigadores, a conexão política dos líderes do esquema abria "diversas portas para que a organização se infiltre em diversos setores do Estado".
As investigações também apontaram indícios de que o grupo disputa espaço por cargos no governo do Distrito Federal, não só em gestões anteriores, como a de José Roberto Arruda (ex-DEM), mas também na do atual governador, o petista Agnelo Queiroz.
"A força política da organização criminosa liderada por Fayed e Toledo, todavia, não se limitou ao governo Arruda. De fato, existem fortes indícios de que o grupo briga por espaço no atual governo, inclusive indicando aliados para cargos chaves no GDF (Governo do Distrito Federal)", dizem os investigadores sobre o doleiro Fayed Trabousli e o policial aposentado Marcelo Toledo, suspeitos de comandarem o esquema.
Os dois estão presos. Seus advogados dizem que as atividades deles são legais. A Folha não localizou Idaílson.
Para os investigadores, "espaço no governo" significa "poder de nomear cargos-chaves na administração pública que possibilitem desvio de recursos públicos" de até R$ 1,5 milhão. Eles citam que uma delegada, presa na operação, foi assessora na Secretaria Segurança do DF e ganhou R$ 50 mil do doleiro.
O governo do DF disse que "não existe nenhuma quadrilha no âmbito do GDF que atue no sentido de negociar cargos para desvio de dinheiro público".
Por Matheus Leitão, Fernanda Odilla e Filipe Coutinho
Fonte: UOL
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