sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Roriz: "Serei candidato. Não tenho condenação, não tenho rabo preso"


O ex-governador ingressou no PRTB, legenda comandada por Luiz Estevão em Brasília, e avisa que pretende concorrer ao governo. A deputada distrital Liliane Roriz vai acompanhar o pai e se torna uma opção para cargo majoritário
   


 ( Monique Renne/CB/D.A Press - 16/4/13)



Joaquim Roriz flertou como PSD, foi rejeitado pelo DEM e ontem se filiou ao PRTB com o discurso de candidato ao Governo do Distrito Federal. O partido é comandado regionalmente pelo empresário Luiz Estevão, aliado histórico do ex-governador. A deputada distrital Liliane Roriz, atualmente no PSD, também vai migrar com o pai para o PRTB. A 10 dias do fim do prazo para a filiação de candidatos, a definição do futuro político de Roriz deve influenciar no cenário local. A expectativa é de que outros nomes busquem espaço no partido de Estevão.


Na noite da última quarta-feira, depois de ter sua filiação negada pela executiva nacional do DEM, Roriz conversou, por telefone, com Estevão e marcou um encontro para as primeiras horas de ontem. Também entrou em contato com a direção nacional do PMN, partido da deputada federal Jaqueline Roriz.


O ex-governador recebeu carta branca de Estevão para entrar na legenda e se candidatar ao Governo do DF. Roriz renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar da cassação, o que se enquadra nos critérios de inegibilidade da Lei da Ficha Limpa. Mas, aconselhado por advogados especialistas em direito eleitoral, ele espera conseguir reverter a situação. “Em 2010, ele era elegível e foi prejudicado por um julgamento casuísta. Hoje, ele continua elegível e vamos buscar nos foros competentes fazer valer esse entendimento”, diz o advogado de Roriz, Eládio Carneiro. Ele argumenta que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não se debruçaram sobre o argumento de que a Ficha Limpa não deve retroagir para tornar inelegíveis políticos que renunciaram ao mandato antes da vigência da lei.


Antes de chegar ao PRTB, Joaquim Roriz negociou com o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Mas, como a legenda deve apoiar a presidente Dilma Rousseff nacionalmente, o ex-governador considerou que poderia ficar emparedado no partido. No dia seguinte, ele recebeu um convite do presidente regional do DEM, Alberto Fraga, para entrar na sigla. Aceitou a proposta, mas teve o nome recusado pelo Conselho Consultivo do partido, presidido pelo senador Agripino Maia. A rejeição causou um baque em Roriz, familiares e aliados, e foi rapidamente contornada para evitar desgastes políticos.


“Estou ingressando com muito orgulho no PRTB para ser candidato ao Governo do Distrito Federal, como opositor à atual gestão, que está maltratando a cidade”, disse ontem o ex-governador. “Não tenho condenação, não tenho rabo preso, nem tenho rabo de palha”, acrescentou Roriz, fazendo uma crítica direta ao senador Agripino — o parlamentar já se envolveu em acusações de compra de votos no Rio Grande do Norte, episódio que ficou conhecido como o “escândalo do rabo de palha”. No DEM, Roriz teve oito votos favoráveis à filiação e três contrários, mas Agripino exigiu unanimidade para lançamento de chapa majoritária.
 
 

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