O ensaísta mexicano Octavio Paz costumava dizer que a primeira forma de corrupção se dá na linguagem (para desespero da Petrobras, que não admite concorrência nesse quesito…)
Pois bem: dê uma passeada nos sites ditos “progressistas”. Ali você encontra o primeiro terreno fértil para esse tipo de corrupção ser colhida. Porque é nesse território em que ocorre a mais sacrossanta distorção do silogismo. Premissa maior: o governo do PT é de esquerda. Premissa menor: quem não é de esquerda é de direita. Conclusão: quem se opõe à esquerda (PT) só pode ser de direita…
Mesmo os que se dizem versados em sociologia e ciências políticas (geralmente pais do auto-desbunde de que são de “esquerda”), indicam que devem voltar para a faculdade fazer DP. São os que mais alimentam a ideia de que o oposto de esquerda é ser de direita.
Os termos “política de direita” e “política de esquerda” foram cunhados na Revolução Francesa (1789–99). Inicialmente, apenas se referiam ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês. Aqueles sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar eram singularmente favoráveis ao Antigo Regime (defesa cega da hierarquia, tradição e clero).
Aqui e agora, interessa aos zeros à esquerda dizer que no Brasil o oposto da esquerda é tão somente a direita furiosa.
Mentira: a maioria oposta à esquerda dita progressista, no Brasil, é composta por conservadores. E eles em sua imensa maioria não são direitistas.
Mesmo os conservadores trazem contradições que chocariam nossas esquerdas: Edmund Burke, bretão pai do conceito de conservadorismo, era dito conservador porque se opunha à Revolução Francesa (mas defendia com unhas e dentes a Revolução Americana, para o arrepio das nossas esquerdas…)
A corrupção da nossa linguagem, tocada sobretudo pelo PT, ensina que conservadores são em essência direitistas vorazes.
Vendem nossos conservadores como se fossem caudilhos golpistas. Caudilho é outra coisa: se vende como semi-deus, seja de direita ou de esquerda. E sempre fica no poder num tempo dilatado além da conta, que arrepia as constituições e os pleitos diretos.
Aqui se vende também que, por exemplo, que Winston Churchill, Ronald Reagan e Margaret Thatcher eram direitistas. Não, eram apenas conservadores.
A política “reaganomics”, nos anos 80, visava taxar mais o salário de quem ganha menos: porque, dizia Reagan, quem usa mais serviços públicos é quem ganha menos: por isso deve pagar mais ao estado (na sua última semana de governo, Reagan disse ao "The New York Times" que “os mendigos fizeram uma opção ao ter esse tipo de vida”…)
Thatcher implantou em 1989 o Poll Tax, ou imposto comunitário, impondo a mesma taxa, a ser cobrada igualmente fosse do rico, fosse do pobre (ninguém pagava imposto calculado de acordo com o valor dos imóveis que dispunha, com o é o nosso IPTU).
Isso é ser conservador. Não é ser de direita.
Mas é óbvio que toda essa discussão não interessa aos filhos do mundo bipolar.
O PT não quer um mundo heteropolar. E ponto final…
A velha e o caolho
Quando nos anos 70 o líder egípcio Anuar Saddat começou as negociações de paz com Israel, cunhou uma frase clássica. Achou Golda Meir mais durona do que o general-caolho Moshe Dayan. E disse: “A velha é pior do que o caolho”. (Foi depois disso que o sambista Blecaute dedicou a Moshe uma modinha, que ele cantava com um tapa olho…)
A frase atravessou o tempo e os continentes. Hoje a frase é resgatada pelos políticos que lidam com Cristina Kirchner. Acham ela pior que o finado marido caolho Nestor Kirchner. ”A velha é pior que o caolho”, disse o ex-presidente uruguaio Mujica, sobre Cristina. A frase virou hashtag no twitter: #estaviejaespeorqueeltuerto.
E nessa semana um amigo deste blogueiro, que lida com petróleo, usou a mesma frase, ao se referir da dificuldade de lidar com Graça Foster, muito pior do que o nosso também Nestor Caolho, Nestor Cerveró. “Na Petrobras velha é pior que o caolho”.
Pois bem: dê uma passeada nos sites ditos “progressistas”. Ali você encontra o primeiro terreno fértil para esse tipo de corrupção ser colhida. Porque é nesse território em que ocorre a mais sacrossanta distorção do silogismo. Premissa maior: o governo do PT é de esquerda. Premissa menor: quem não é de esquerda é de direita. Conclusão: quem se opõe à esquerda (PT) só pode ser de direita…
Mesmo os que se dizem versados em sociologia e ciências políticas (geralmente pais do auto-desbunde de que são de “esquerda”), indicam que devem voltar para a faculdade fazer DP. São os que mais alimentam a ideia de que o oposto de esquerda é ser de direita.
Os termos “política de direita” e “política de esquerda” foram cunhados na Revolução Francesa (1789–99). Inicialmente, apenas se referiam ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês. Aqueles sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar eram singularmente favoráveis ao Antigo Regime (defesa cega da hierarquia, tradição e clero).
Aqui e agora, interessa aos zeros à esquerda dizer que no Brasil o oposto da esquerda é tão somente a direita furiosa.
Mentira: a maioria oposta à esquerda dita progressista, no Brasil, é composta por conservadores. E eles em sua imensa maioria não são direitistas.
Mesmo os conservadores trazem contradições que chocariam nossas esquerdas: Edmund Burke, bretão pai do conceito de conservadorismo, era dito conservador porque se opunha à Revolução Francesa (mas defendia com unhas e dentes a Revolução Americana, para o arrepio das nossas esquerdas…)
A corrupção da nossa linguagem, tocada sobretudo pelo PT, ensina que conservadores são em essência direitistas vorazes.
Vendem nossos conservadores como se fossem caudilhos golpistas. Caudilho é outra coisa: se vende como semi-deus, seja de direita ou de esquerda. E sempre fica no poder num tempo dilatado além da conta, que arrepia as constituições e os pleitos diretos.
Aqui se vende também que, por exemplo, que Winston Churchill, Ronald Reagan e Margaret Thatcher eram direitistas. Não, eram apenas conservadores.
A política “reaganomics”, nos anos 80, visava taxar mais o salário de quem ganha menos: porque, dizia Reagan, quem usa mais serviços públicos é quem ganha menos: por isso deve pagar mais ao estado (na sua última semana de governo, Reagan disse ao "The New York Times" que “os mendigos fizeram uma opção ao ter esse tipo de vida”…)
Thatcher implantou em 1989 o Poll Tax, ou imposto comunitário, impondo a mesma taxa, a ser cobrada igualmente fosse do rico, fosse do pobre (ninguém pagava imposto calculado de acordo com o valor dos imóveis que dispunha, com o é o nosso IPTU).
Isso é ser conservador. Não é ser de direita.
Mas é óbvio que toda essa discussão não interessa aos filhos do mundo bipolar.
O PT não quer um mundo heteropolar. E ponto final…
A velha e o caolho
Quando nos anos 70 o líder egípcio Anuar Saddat começou as negociações de paz com Israel, cunhou uma frase clássica. Achou Golda Meir mais durona do que o general-caolho Moshe Dayan. E disse: “A velha é pior do que o caolho”. (Foi depois disso que o sambista Blecaute dedicou a Moshe uma modinha, que ele cantava com um tapa olho…)
A frase atravessou o tempo e os continentes. Hoje a frase é resgatada pelos políticos que lidam com Cristina Kirchner. Acham ela pior que o finado marido caolho Nestor Kirchner. ”A velha é pior que o caolho”, disse o ex-presidente uruguaio Mujica, sobre Cristina. A frase virou hashtag no twitter: #estaviejaespeorqueeltuerto.
E nessa semana um amigo deste blogueiro, que lida com petróleo, usou a mesma frase, ao se referir da dificuldade de lidar com Graça Foster, muito pior do que o nosso também Nestor Caolho, Nestor Cerveró. “Na Petrobras velha é pior que o caolho”.
Por Claudio Tognolli
FONTE: YAHOO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.