GUSTAVO CERBASI
O governo usa intensamente, em sua publicidade, o slogan “país rico é país sem pobreza”. Criada em 2011, a frase é o mote da política de distribuição de renda que tem melhorado os indicadores de desigualdade social no Brasil, com recursos como o Bolsa Família.
Mas a situação econômica brasileira vem apresentando as consequências da distribuição forçada de renda esperadas no longo prazo. Ao usar recursos arrecadados com os impostos para aumentar a renda de famílias menos ricas, supunha-se que o maior consumo estimularia a economia, faria as indústrias produzir mais e gerar mais empregos. Isso ocorreu em situações pontuais e ajudou no desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste. Mas a indústria não precisa apenas de consumidores. Precisa também de infraestrutura logística, crescimento sustentável, estabilidade e estímulos à inovação. Isso tudo custa e depende, no Brasil, de iniciativa governamental. A indústria brasileira perde fôlego e competitividade. Com um mercado que sobe e desce, os investimentos vão para vizinhos mais estáveis.
O risco passa também pelo emprego e pela renda. As políticas de combate à desigualdade geram resultados bons no curto prazo, mas eles não se sustentam por muito tempo. As famílias aumentam o consumo, aquecem a economia, mas aumentam as dívidas, e então deixam a economia sem demanda. Esse é o retrato do Brasil atual: timidez nos investimentos, saída de capital, incerteza nos negócios e no emprego e insatisfação crescente. Em vez de promover o crescimento, o estímulo não sustentável promove, entre as famílias, uma dependência cada vez maior do amparo do governo.
O problema está na inspiração das ações políticas. Não há sentido em afirmar que um país rico é um país sem pobreza. Na prática, esse slogan justifica uma política no estilo Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres. Como consequência, ricos produzirão menos e levarão seus recursos para onde for mais seguro. O slogan do governo afugenta a riqueza, em vez de promovê-la.
Um país rico é aquele que promove oportunidades iguais de acesso ao conhecimento e à educação e estimula investimentos, geração de empregos, tecnologia, segurança e crescimento. Em resumo, um país rico é aquele que colhe os frutos de ter estimulado, entre todos os cidadãos, a ambição de gerar riqueza. Estamos longe disso no Brasil. Por isso, somos um país pobre.
O debate deixou de ser uma discussão de ideias. A novidade são os indicadores, a realidade que pede mudança no uso dos recursos públicos. Podemos exigir, como cidadãos, uma administração mais sustentável dos impostos que pagamos.
Mas a situação econômica brasileira vem apresentando as consequências da distribuição forçada de renda esperadas no longo prazo. Ao usar recursos arrecadados com os impostos para aumentar a renda de famílias menos ricas, supunha-se que o maior consumo estimularia a economia, faria as indústrias produzir mais e gerar mais empregos. Isso ocorreu em situações pontuais e ajudou no desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste. Mas a indústria não precisa apenas de consumidores. Precisa também de infraestrutura logística, crescimento sustentável, estabilidade e estímulos à inovação. Isso tudo custa e depende, no Brasil, de iniciativa governamental. A indústria brasileira perde fôlego e competitividade. Com um mercado que sobe e desce, os investimentos vão para vizinhos mais estáveis.
O risco passa também pelo emprego e pela renda. As políticas de combate à desigualdade geram resultados bons no curto prazo, mas eles não se sustentam por muito tempo. As famílias aumentam o consumo, aquecem a economia, mas aumentam as dívidas, e então deixam a economia sem demanda. Esse é o retrato do Brasil atual: timidez nos investimentos, saída de capital, incerteza nos negócios e no emprego e insatisfação crescente. Em vez de promover o crescimento, o estímulo não sustentável promove, entre as famílias, uma dependência cada vez maior do amparo do governo.
O problema está na inspiração das ações políticas. Não há sentido em afirmar que um país rico é um país sem pobreza. Na prática, esse slogan justifica uma política no estilo Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres. Como consequência, ricos produzirão menos e levarão seus recursos para onde for mais seguro. O slogan do governo afugenta a riqueza, em vez de promovê-la.
Um país rico é aquele que promove oportunidades iguais de acesso ao conhecimento e à educação e estimula investimentos, geração de empregos, tecnologia, segurança e crescimento. Em resumo, um país rico é aquele que colhe os frutos de ter estimulado, entre todos os cidadãos, a ambição de gerar riqueza. Estamos longe disso no Brasil. Por isso, somos um país pobre.
O debate deixou de ser uma discussão de ideias. A novidade são os indicadores, a realidade que pede mudança no uso dos recursos públicos. Podemos exigir, como cidadãos, uma administração mais sustentável dos impostos que pagamos.
FONTE: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/gustavo-cerbasi/noticia/2014/02/bpais-rico-nao-e-bpais-sem-pobreza.html