Deputados do PT minimizaram o fato de a avaliação positiva do governo ter interrompido a recuperação iniciada após os protestos de 2013 e afirmaram que a pesquisa Datafolha mostra que a presidente Dilma Rousseff "reúne as condições para ser reeleita"...
"O fundamental é que nós reunimos as condições objetivas para vencer a eleição", resumiu o vice-presidente nacional do partido, deputado federal José Guimarães (CE), para quem a estagnação do número de eleitores que acham o governo petista bom o ótimo "não assusta".
Publicada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo, a pesquisa apontou que a avaliação positiva do governo Dilma permaneceu em 41%, mesmo patamar alcançado em novembro. Caso as eleições presidenciais fossem hoje, a presidente seria reeleita ainda no primeiro turno, uma vez que aparece com 47% das intenções de voto no levantamento, mais do que a soma dos seus prováveis adversários: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 17% e 12%, respectivamente.
Petistas também afirmaram que Aécio e Campos não deslancharam e que a pesquisa revela que eles estão disputando um mesmo eleitorado. "Eles estão bebendo da mesma água, estão trocando chumbo", disse o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR). "Os dois estão cada vez mais iguais, falando dos mesmo assuntos e dos mesmo temas", resumiu.
Oposição
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), por sua vez, disse que o levantamento Datafolha trouxe bons dados para a oposição e, sobretudo, para o presidenciável tucano. "Acho animador o fato de o índice de Aécio estar em torno de 20% (de intenção de votos), que é o que ele tem nas diferentes pesquisas", afirmou o senador. Em relação a novembro, Aécio caiu dois pontos percentuais nas intenções de voto (de 19% em novembro para 17%), dentro da margem de erro.
Aloysio creditou ainda a grande vantagem nas intenções de voto para Dilma em relação aos candidatos da oposição à exposição que o cargo de presidente confere à petista. Para o senador, há uma "diferença abissal" entre a visibilidade dada a Dilma e aos demais pré-candidatos, que ainda não oficializaram suas campanhas. "É de se reconhecer que não existe campanha Aécio Neves, enquanto que a campanha dela (Dilma) é uma realidade midiática e política permanente há ao menos dois anos", disse Aloysio.
O senador tucano também classificou como "favorável" para a oposição o indicador de que 67% dos entrevistados desejarem que o próximo presidente da República adote ações diferentes do atual governo. Sobre o fato de os entrevistados terem apontado principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a própria presidente Dilma Rousseff, ambos do PT, como os pré-candidatos que poderiam promover essa alteração de rumo, Aloysio disse que os nomes da oposição ainda "não encarnaram essa possibilidade de mudança", o que deve ser revertido com a proximidade do pleito. "É um estado de espírito que ainda não se materializou", disse. "Eu tenho para mim que quem tem melhores condições de encarnar esse desejo - porque tem uma força política maior e uma estrutura de partido com vocação de governo - é o Aécio", concluiu o tucano.
Joaquim Barbosa
O desempenho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, em cenários testados pela pesquisa também foi analisado de forma diferente por petistas e tucanos ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Barbosa chegou a marcar 14% das intenções de voto e, num quadro em que a cabeça de chapa do PSB é a ex-senadora Marina Silva (17%), a disputa poderia ir para o segundo turno, caso o pleito fosse hoje. "Acho que é um desejo de ter mais alternativas na disputa", avaliou o Aloysio Nunes, que não acredita que Marina deverá substituir Campos na disputa.
Já o petista André Vargas alegou que tanto Marina quando Barbosa não representariam uma ameaça à reeleição de Dilma. "Acho improvável que ele (Joaquim Barbosa) se disponha, ele não tem o perfil psicológico para se submeter ao processo democrático", alfinetou o petista. Os dois não têm estrutura partidária: um vai ter que entrar na penúltima hora e o outro tem mais recall de imagem. Não representam uma ameaça", concluiu.
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