Além da acusação de comprar tijolos acima do preço para pagar pena, ex-deputado é investigado por aquisição suspeita de alimentos
Borba foi condenado a 2 anos e 6 meses de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão, mas conseguiu o benefício de cumprir pena alternativa |
A lista de dúvidas no pagamento da pena do ex-deputado José Borba aumentou. Condenado por corrupção passiva na Ação Penal 470, conhecida como mensalão, ele participou ontem de uma audiência no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), onde tentou explicar possíveis irregularidades na compra de blocos de concreto. Mas, durante a sessão, foi questionado sobre a veracidade de outras notas. A suspeita é de que ele também tenha comprado cestas básicas com valor acima do mercado. Apesar dos indícios de fraude, o mensaleiro ainda terá nova chance. A defesa do ex-parlamentar tem cinco dias para dar explicações convincentes sobre as desconfianças. Por enquanto, Borba recebeu somente uma advertência, mas pode perder o benefício da pena alternativa, caso seja reincidente.
Borba foi condenado a 2 anos e 6 meses de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele conseguiu o benefício de trocar a prisão pelo pagamento de pena alternativa. A Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (Vepema), onde tramita o processo, fixou o valor de 300 salários mínimos, o equivalente, hoje, a R$ 217,2 mil, a serem pagos em 30 meses. É a Justiça que designa o estabelecimento para o qual a pecúnia será paga. Em 13 de dezembro de 2013, a escolhida foi a ala psiquiátrica da Penitenciária Feminina do DF.
[SAIBAMAIS]Borba precisa pagar R$ 6,7 mil em pena alternativa por mês, mas pode dobrar o valor a fim de agilizar o processo. Comprou, então, 170 cestas básicas para o lugar escolhido pela Vepema em dezembro passado. O problema foi o valor: R$ 80 cada uma. Ao receber as notas, integrantes do presídio questionaram a quantia. Fizeram um levantamento em que os 14 itens listados no processo custavam entre R$ 29,90 e R$ 39,89 em três mercados diferentes, no DF e em Valparaíso (GO). Embora os pacotes tenham custado o dobro do levantamento, o advogado de Borba, Michel Saliba, alegou que a compra foi realizada em período natalino e, por isso, os preços estavam mais altos. “Não são cestas básicas, são de Natal. Compramos em um supermercado do Plano Piloto. Não dá para comparar com um estabelecimento de Goiás”, alegou o advogado.
FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/especiais/osnomesdomensalao/2014/02/27/MateriaMensalao,414946/ate-a-compra-de-cesta-basica-do-ex-deputado-condenado-borba-e-superfaturada.shtml
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