Em casa, acompanhado do pai e de amigos, Vinícius Romão contou que dormiu no chão e dividiu cela com seis camas para 15 presos
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Jair Romão e Vinícius Romão, ator preso por engano, acusado de assalto (Pâmela Oliveira/VEJA)
Vinícius Romão não é um criminoso. Seus amigos, a família e pessoas com quem trabalha sempre tiveram certeza disso. Mas depois de ser preso no último dia 10, acusado de um roubo que, agora, sabe-se que ele não cometeu, o ator de 27 anos passou a levar a mesma vida de bandidos capturados pela polícia – e a sofrer os mesmos abusos. Ao chegar à cadeia pública Patrícia Acioli, com a cabeça raspada, no dia seguinte a sua prisão, precisou responder a uma questão decisiva. “Qual é sua facção?”
“Não tenho facção. Não sou bandido. Respondi que era neutro e fui parar em uma cela de traficantes e agressores de mulheres”, contou, na tarde desta quarta-feira, horas depois de ter deixado a prisão onde ficou por 16 dias.
Abalado, com a aparência cansada, Romão foi abraçado por cerca de 30 amigos que o acompanharam da porta da prisão até sua casa, no Méier, bairro da Zona Norte do Rio. O ator abraçou os amigos diversas vezes e chorou muito, emocionado.
“O tratamento que as pessoas recebem lá é desumano. Dormi no chão, com papelões, porque as seis camas estavam ocupadas por presos”, disse. Ao todo, afirmou, havia 15 presos na cela. Na cadeia a gente passa a dar valor a coisas simples, como abrir a geladeira e pegar uma garrafa d’água. No presídio, tinha que encher os copos d’água na hora do banho, para poder ter o que beber ao longo do dia”, lembrou.
Ao lado do pai, Jair Romão, e dos mesmos amigos que o defenderam nas redes sociais, o ator disse que “há outros Vinícius na cadeia”. “A diferença é que tive amigos que lutaram por mim num momento em que eu não podia fazer nada. Outras pessoas não têm a mesma sorte”, disse, citando autores de crimes de baixo potencial ofensivo, alguns sem provas.
Romão foi preso em 10 de fevereiro, acusado de ter assaltado a copeira Dalva Moreira da Costa, no Méier, bairro onde mora e trabalha. Na última terça-feira, Dalva prestou novo depoimento e admitiu que errou ao reconhecer Romão como criminoso. A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) investiga se houve erros do delegado que manteve Romão preso.
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/ha-outros-vinicius-na-cadeia-afirma-ator-que-foi-preso-por-engano
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