Henrique Alves prometeu colocar requerimento em pauta nesta quarta (26).
Segundo Blog do Camarotti, Michel Temer foi acionado para evitar derrota.
No mesmo dia em que líderes governistas da Câmara criaram um bloco "informal" para pressionar a presidente Dilma Rousseff, o chamado "blocão" anunciou nesta terça-feira (25) que irá obstruir todas as votações da Casa até que seja aprovada a criação de uma comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras. A proposta contraria o Palácio do Planalto, que alega que a investigação pode prejudicar a imagem da estatal do petróleo.
O requerimento assinado por PSDB e DEM começou a ser analisado pelos deputados nesta terça, mas o PT obstruiu a sessão utilizando instrumentos previstos no regimento interno para postergar a votação. Após duas horas de sessão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu adiar a análise do pedido oposicionista. A iniciativa do peemedebista irritou integrantes do "blocão".
“Se continuarmos a analisar o requerimento que prevê a criação da comissão externa, não votaremos nada hoje. Então, vou abrir nova sessão para votarmos as outras propostas acordadas entre os líderes e votaremos este requerimento amanhã”, anunciou Henrique Alves, sem consultar previamente os líderes partidários.
Segundo o Blog do Camarotti, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, acionou o vice-presidente Michel Temer, um dos principais líderes do PMDB, para retirar de pauta o requerimento incômodo.
Idealizador do "superbloco governista", o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), anunciou no plenário, assim que o presidente da Casa informou sobre o adiamento da votação, que sua bancada iria obstruir todas as votações até que o requerimento do caso Petrobras seja apreciado.
“Não votaremos nenhuma outra matéria até que esse requerimento seja votado. Vamos obstruir todas as votações”, advertiu o líder do PMDB na tribuna.
Acompanhado de outros líderes aliados e da oposição, o PMDB derrubou o quórum necessário para analisar outras propostas e a sessão desta terça foi encerrada sem a aprovação de qualquer projeto.
Diante da ameça de rebelião, Henrique Alves convocou uma nova sessão para as 11h desta quarta (26), na qual os deputados irão tentar votar o requerimento que trata da comissão externa da estatal do petróleo.
Discussão no plenário
Pouco antes do encerramento da sessão, Eduardo Cunha se sentou ao lado do presidente da Câmara e iniciou uma discussão. A jornalistas, o líder PMDB explicou que, durante a conversa com Alves, estava criticando a inversão da pauta.
Pouco antes do encerramento da sessão, Eduardo Cunha se sentou ao lado do presidente da Câmara e iniciou uma discussão. A jornalistas, o líder PMDB explicou que, durante a conversa com Alves, estava criticando a inversão da pauta.
“Nós discutimos sempre. É normal. Mas agora virou uma questão política, uma questão de plenário. Não vamos deixar aprovar nada até que seja votado esse requerimento”, enfatizou.
Ao final da sessão, Henrique Alves defendeu a decisão de inverter a pauta. “Eu sou presidente da Casa. Não tenho partidarismo. Queria cumprir o que foi acordado com os líderes, de analisar esses outros projetos que estavam na pauta. Com a obstrução do PT, não se votaria nada”, justificou.
O presidente da Câmara se irritou ao ser indagado por repórteres sobre se teria mudado a pauta após pedido do Palácio do Planalto. O deputado do Rio Grande do Norte anunciou a decisão depois de se retirar da Mesa Diretora por alguns minutos para falar ao telefone. "Não [atendi a pedidos]. Essa pergunta em si é desrespeitosa", reclamou.
O vice-presidente da República, Michel Temer, telefonou para Eduardo Cunha para perguntar se o requerimento que trata da Petrobras seria colocado em votação. A assessoria da Câmara não confirma se Henrique Alves também recebeu telefonemas do governo.
'Blocão'
Comandado por Eduardo Cunha, o "blocão" é formado por sete partidos governistas – PMDB, PSC, PP, PROS, PDT, PTB e PR – e pelo oposicionista Solidariedade. As oito legendas juntas somam cerca de 240 deputados federais, equivalente a mais de um terço dos parlamentares da Câmara.
Comandado por Eduardo Cunha, o "blocão" é formado por sete partidos governistas – PMDB, PSC, PP, PROS, PDT, PTB e PR – e pelo oposicionista Solidariedade. As oito legendas juntas somam cerca de 240 deputados federais, equivalente a mais de um terço dos parlamentares da Câmara.
No primeiro dia de atuação em plenário, a poder do novo bloco gerou ironias por parte dos parlamentares. Deputados integrantes do grupo brincavam que o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), passou a ser “líder da minoria”. Já Eduardo Cunha era chamado ironicamente por parlamentares do PSDB e do DEM de “líder da oposição”.
A decisão de criar um bloco para pressionar o governo da presidente Dilma Rousseff surgiu das insatisfação dos deputados com as supostas quebras de acordo na liberação de emendas parlamentares de 2013 e com o fato de o Planalto ter trancado a pauta da Câmara ao carimbar projetos de seu interesse com o regime de urgência constitucional.
Para o líder do PMDB, o novo bloco comandado por seu partido dará maior "poder" ao Congresso. “Não quero discutir se isso é retaliação ou consequência [das ações do governo]. Estamos fazendo isso com o objetivo de nos fortalecer no parlamento. O que fazemos ou fizemos é uma aliança informal para procedimentos comuns”, justificou Eduardo Cunha.
FONTE: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/02/blocao-promete-obstruir-pauta-se-nao-votada-comissao-da-petrobras.htm
l
l
É assim que tem que ser feito. Vão descobrir muita coisa com essa Comissão.Quem não deve não teme.
ResponderExcluir