A aliados, diz que pretende ser motorista da esposa, candidata a vice. Nas ruas, ele pede votos para Jofran Frejat (PR)
Barrado pela Justiça Eleitoral por enquadramento na lei da Ficha Lima, o ex-governador José Roberto Arruda (PR) agora é o principal cabo eleitoral do ex-secretário de saúde do Distrito Federal Jofran Frejat (PR) e da própria esposa, Flávia Arruda (PR), que disputam o governo do Distrito Federal (GDF).
Envolvido no escândalo conhecido como “mensalão do DEM”, Arruda foi condenado por crime de improbidade administrativa tanto pelo juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara da Fazenda Pública, quanto pela 2ª Câmara Criminal do Distrito Federal (DF). Por conta dessas condenações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu o pedido de registro de candidatura de Arruda por aplicação da Lei da Ficha Limpa. Em 2010, o iGantecipou os principais momentos da “Operação Caixa de Pandora”, realizada pela Polícia Federal (PF), que resultou na desarticulação do “mensalão do DEM”.
Sem registro no TSE, Arruda desistiu de sua candidatura em nome do então vice, Frejat e de sua esposa, Flávia. Frejat e Flávia foram lançados como candidatos do PR ao GDF dia 13 de setembro. Desde então, Arruda tenta angariar votos para os dois. Nas primeiras pesquisas, Frejat já aparece com 21% das intenções de voto, na segunda colocação para a disputa do GDF.
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Rodrigo Rollemberg (PSB) tem 31% dos votos e lidera. O atual governador, Agnelo Queiroz (PT), é o terceiro com 19% das intenções de voto. Quando estava na disputa, Arruda liderava a corrida pelo Palácio do Buriti com 37%.
No horário eleitoral, o ex-governador tem dito que Frejat vai dar continuidade ao projeto do PR para o Distrito Federal. Nas redes sociais, sua campanha fala em “tirar o vermelho do DF”, em referência clara ao atual governo ou que “estamos unidos aqui para vencer essa eleição”.
Nas ruas, Arruda tem participado de grandes caminhadas, comícios, atos públicos. Faz questão de conversar com cada eleitor nas caminhadas. Apresenta Frejat, fala do currículo dele como ex-secretário de saúde. Pede confiança aos eleitores. Em cada conversa direta, faz questão de dizer: "Confie no Frejat, ele é o nosso homem".
O próprio Arruda brinca com a condição de cabo eleitoral. “Esse é um título que me dão”, afirma. “Eu sou apenas o motorista da Flávia”, brinca em referência à esposa. Frejat diz que não se incomoda em ter o Arruda como cabo eleitoral... “Por qual motivo vocês se incomodam tanto com o Arruda?”, irrita-se. “É importante ter apoios. O do Arruda é um apoio importante. Nós fizemos o plano de governo juntos”, analisa o atual candidato.
Apesar do aparente bom humor, o clima na campanha de Arruda é de serenidade. Nos bastidores, Arruda classifica que sua derrota no TSE foi um "segundo golpe" do PT.
O ex-governador admite que não é uma tarifa fácil transferir votos, ainda mais no final da campanha. O grupo político de Arruda já sofreu situação semelhante em 2010. Joaquim Roriz (PSC) também renunciou a disputa em 2010 após ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Sua esposa, Weslian Roriz (PSC), assumiu a candidatura dez dias antes do primeiro turno. Ela perdeu para Agnelo, em segundo turno. Ela teve 31,5% dos votos contra 48,4% de Agnelo.
Adepto de metáforas e parábolas bíblicas, Arruda afirma que a transferência de votos é como mudar um copo cheio de água para um copo vazio. “É preciso fazê-lo com parcimônia sob pena de se perder parte do conteúdo”, analisa.
Agora na condição de cabo eleitoral, Arruda evita entrevistas. Diz que a estrela é o colega, Frejat. Nos bastidores, cobra empenho da equipe e acredita que o aliado deve chegar ao final do primeiro turno com aproximadamente 30% dos votos. Do outro lado, no segundo turno, ex-governador acredita que Frejat é um candidato até melhor que o próprio Arruda. “A taxa de rejeição dele (Frejat) é bem menor que a minha”, tem admitido nos bastidores.
Frejat, do outro lado, diz que não há confirmação de que Arruda participará de seu governo, caso eleito. “Arruda terá a participação que ele tem dito para todos nós. Ele diz que ele quer ser motorista da Flávia. Se ele quer ser o motorista da Flávia, ele será o motorista da Flávia”, sentencia o ex-secretario de saúde do DF.
FONTE: IG
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