Em comício que contou com discurso de João, filho de Eduardo Campos, candidata do PSB rebateu as acusações do PT sobre a votação da CPMF
Talita Fernandes, do Recife
João Campos, filho de Eduardo Campos, e Marina Silva em comício no Recife (Ademar Filho/Futura Press)
A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, abriu a semana que antecede o primeiro turno com dois comícios em Pernambuco, local onde fez sua primeira agenda pública após ser oficializada candidata e Estado natal de seu ex-companheiro de chapa Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto. Marina subiu ao palanque em Caruaru, cidade do agreste pernambucano, e no Recife, capital do Estado. A família de Campos participou dos dois eventos, e no segundo, o filho homem mais velho do ex-governador, João Campos, de 20 anos, discursou.
A imagem de Campos marcou o comício na noite de segunda no Recife. João lembrou a morte do pai, dizendo que "o povo chorou pelo futuro, porque sabia que ali estaria o futuro estadista do país". O jovem foi o terceiro a falar, depois do candidato a vice governador pelo PSB, Raul Henry, e do candidato ao Senado pela chapa, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho. Durante sua fala, João lembrou a memória de Eduardo e de Miguel Arraes, ambos ex-governadores de Pernambuco. "Meu pai e meu avô, cada um em seu tempo, fizeram o possível por este Estado."
Depois da estreia de João em um palanque, em evento do candidato ao governo Paulo Câmara (PSB) na semana passada, essa foi a primeira vez que a viúva de Campos, Renata, presenciou a fala do filho em comício. O discurso de João foi aprovado pela mãe, que fez um sinal de positivo para o filho ao término de sua fala, e pelos irmãos, que se entreolharam com sorrisos em meio ao discurso.
A fala de João foi aprovada também por Marina Silva. "Eu pude perceber que há uma excelente semente para se transformar em uma árvore frondosa, com bons frutos”, disse ela. O jovem é apontado com o herdeiro político de Eduardo Campos e sua candidatura a deputado federal pelo PSB chegou a ser cogitada. "Tive a alegria de ver o jovem João fazer um discurso emocionante e comprometido", completou Marina, dizendo que João "está indo pelo caminho certo".
Durante sua fala, a ex-senadora disse se sentir acolhida em Pernambuco, onde está tecnicamente empatada com a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). De acordo com última pesquisa Datafolha, Dilma tem 42% das intenções de voto no Estado, enquanto a pessebista tem 40%.
Marina voltou a falar dos ataques que vem sofrendo dos adversários e chegou a se comparar com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, dizendo que ele foi alvo de mentiras. Ela disse ainda que Mandela, Mahatma Gandhi e Martin Luther King são personalidades nas quais busca força e inspiração quando se sente "de pernas curtas" na disputa eleitoral. "É nessas pessoas que eu me inspiro, que abasteço minha fé que, aliás, vem sendo combatida, sofrendo preconceito."
CPMF – Em entrevista coletiva, ao final do comício, Marina rebatou as críticas de sua adversária petista, de que mentiu sobre sua votação da CPMF quando era senadora. A ex-senadora foi questionada por Dilma sobre qual sua real posição referente ao antigo imposto do cheque. "Estão pegando fragmentos de um processo legislativo que começou em 1994 e terminou em 1999 para criar esse tipo de distorção. Fico tranquila em relação a todas essas coisas porque eu sei o que fiz", disse.
Marina se tornou alvo do PT na questão depois de afirmar que votou favoravelmente ao imposto, que tinha sua arrecadação destinada à saúde pública, à previdência social e ao combate à pobreza. Registros do histórico de votações do Senado, no entanto, mostram que a então senadora votou contra a criação da CPMF, em 1995, e contra a prorrogação do imposto, em 1999. O projeto de lei passou pelo Senado em 1996 em votação simbólica, portanto não houve registro nominal.
Em nota divulgada nesta segunda, a campanha de Marina acusa o PT de "pinçar" momentos de uma votação complexa para dar a impressão de que a candidata teria sido contra o imposto. O comunicado defende que a ex-senadora votou contra as propostas que "distorciam a finalidade social da CPMF". A nota lembra que, ao contrário dos deputados do partido, a bancada do PT no Senado votou a favor do imposto em 1996. Por fim, o PSB alega que a campanha de Dilma "distorce a história" para tirar proveito eleitoral.
No Recife, Marina aproveitou ainda para criticar Dilma pelo fato de ela nunca ter ocupado cargo eletivo antes de ser presidente. "Obviamente, uma pessoa como a Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, qualquer mandato político, tem uma certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta. Obviamente que os assessores, o marqueteiro, constroem uma versão. Mas quem quiser se ater aos fatos vai entender do que eu estou falando. Eu não seria ingênua de inventar uma coisa dessas sabendo que isso fica nos anais do Congresso."
(Com Estadão Conteúdo)
A imagem de Campos marcou o comício na noite de segunda no Recife. João lembrou a morte do pai, dizendo que "o povo chorou pelo futuro, porque sabia que ali estaria o futuro estadista do país". O jovem foi o terceiro a falar, depois do candidato a vice governador pelo PSB, Raul Henry, e do candidato ao Senado pela chapa, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho. Durante sua fala, João lembrou a memória de Eduardo e de Miguel Arraes, ambos ex-governadores de Pernambuco. "Meu pai e meu avô, cada um em seu tempo, fizeram o possível por este Estado."
Depois da estreia de João em um palanque, em evento do candidato ao governo Paulo Câmara (PSB) na semana passada, essa foi a primeira vez que a viúva de Campos, Renata, presenciou a fala do filho em comício. O discurso de João foi aprovado pela mãe, que fez um sinal de positivo para o filho ao término de sua fala, e pelos irmãos, que se entreolharam com sorrisos em meio ao discurso.
A fala de João foi aprovada também por Marina Silva. "Eu pude perceber que há uma excelente semente para se transformar em uma árvore frondosa, com bons frutos”, disse ela. O jovem é apontado com o herdeiro político de Eduardo Campos e sua candidatura a deputado federal pelo PSB chegou a ser cogitada. "Tive a alegria de ver o jovem João fazer um discurso emocionante e comprometido", completou Marina, dizendo que João "está indo pelo caminho certo".
Durante sua fala, a ex-senadora disse se sentir acolhida em Pernambuco, onde está tecnicamente empatada com a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). De acordo com última pesquisa Datafolha, Dilma tem 42% das intenções de voto no Estado, enquanto a pessebista tem 40%.
Marina voltou a falar dos ataques que vem sofrendo dos adversários e chegou a se comparar com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, dizendo que ele foi alvo de mentiras. Ela disse ainda que Mandela, Mahatma Gandhi e Martin Luther King são personalidades nas quais busca força e inspiração quando se sente "de pernas curtas" na disputa eleitoral. "É nessas pessoas que eu me inspiro, que abasteço minha fé que, aliás, vem sendo combatida, sofrendo preconceito."
CPMF – Em entrevista coletiva, ao final do comício, Marina rebatou as críticas de sua adversária petista, de que mentiu sobre sua votação da CPMF quando era senadora. A ex-senadora foi questionada por Dilma sobre qual sua real posição referente ao antigo imposto do cheque. "Estão pegando fragmentos de um processo legislativo que começou em 1994 e terminou em 1999 para criar esse tipo de distorção. Fico tranquila em relação a todas essas coisas porque eu sei o que fiz", disse.
Marina se tornou alvo do PT na questão depois de afirmar que votou favoravelmente ao imposto, que tinha sua arrecadação destinada à saúde pública, à previdência social e ao combate à pobreza. Registros do histórico de votações do Senado, no entanto, mostram que a então senadora votou contra a criação da CPMF, em 1995, e contra a prorrogação do imposto, em 1999. O projeto de lei passou pelo Senado em 1996 em votação simbólica, portanto não houve registro nominal.
Em nota divulgada nesta segunda, a campanha de Marina acusa o PT de "pinçar" momentos de uma votação complexa para dar a impressão de que a candidata teria sido contra o imposto. O comunicado defende que a ex-senadora votou contra as propostas que "distorciam a finalidade social da CPMF". A nota lembra que, ao contrário dos deputados do partido, a bancada do PT no Senado votou a favor do imposto em 1996. Por fim, o PSB alega que a campanha de Dilma "distorce a história" para tirar proveito eleitoral.
No Recife, Marina aproveitou ainda para criticar Dilma pelo fato de ela nunca ter ocupado cargo eletivo antes de ser presidente. "Obviamente, uma pessoa como a Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, qualquer mandato político, tem uma certa dificuldade de entender o trâmite legislativo de uma proposta. Obviamente que os assessores, o marqueteiro, constroem uma versão. Mas quem quiser se ater aos fatos vai entender do que eu estou falando. Eu não seria ingênua de inventar uma coisa dessas sabendo que isso fica nos anais do Congresso."
(Com Estadão Conteúdo)
FONTE: VEJA
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