Já se encontram no gabinete do procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília, os documentos referentes à delação premiada do ex-diretor preso da Petrobras Paulo Roberto Costa. O papelório inclui os depoimentos nos quais o delator contou detalhes do esquema de corrupção que desviava verbas de contratos da estatal para políticos governistas.
Em conversa com congressistas que estiveram em seu gabinete nesta terça-feira (23), Janot disse ter recebido o lote de papeis na véspera. O processo corre 3ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro. Nos próximos dias, Janot redigirá o parecer a ser enviado para o ministro Teori Zavascki, relator no STF do pedaço do inquérito da Operação Lava Jato que envolve parlamentares.
No seu parecer, Janot dirá a Teori se considera que as revelações feitas por Paulo Roberto Costa justificam a homologação do acordo e a futura concessão ao delator do prêmio de redução ou remissão de suas penas. A palavra final sobre o acordo cabe ao Supremo porque há autoridades com prerrogativa de foro no rol de suspeitos.
Na hipótese de aceitação do acordo de delação, hoje tida como muito provável, a Procuradoria ficará liberada para utilizar a matéria-prima obtida por meio do suor do dedo de Paulo Roberto Costa. Poderá mover ações penais contra personagens cuja culpa já esteja eventualmente comprovada ou requerer novas diligências à Polícia Federal, para tentar converter indícios em provas.
Estiveram na sala de Janot o presidente do DEM federal, senador José Agripino Maia (RN), e os líderes dos partidos de oposição na Câmara: Rubens Bueno (PPS-PR), Mendonça Filho (DEM-PE) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Eles foram entregar ao procurador-geral um pedido de abertura de inquérito para apurar a denúncia de desvio de verbas públicas para um caixa dois do PT da Bahia.
Os parlamentares aproveitaram para conversar com Janot sobre o requerimento aprovado na CPI da Petrobras para obter cópia dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal petrolífera. O procurador ecoou a posição do juiz Sérgio Moro, que indeferiu o requerimento da CPI. Disse que, hoje, o compartilhamento dos dados comprometeria os objetivos da delação.
Ainda nesta terça, um grupo de parlamentares será recebido no STF pelo ministro Teori Zavascki para tratar do mesmo tema. Janot também vai participar da conversa. O pedido da CPI não foi o único a ser indeferido pelo juiz paranaense. Ele negou acesso aos depoimentos de Paulo Roberto também à Petrobras e à Controladoria-Geral da União. Antes, Rodrigo Janot indeferira requerimento formulado em nome de Dilma Rousseff.
FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/09/23/petrobras-chegam-a-brasilia-papeis-da-delacao/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.