A troca de farpas entre os candidatos ao Governo do Distrito Federal marcou o debate organizado pelo Jornal de Brasília, na noite de ontem. Os cinco postulantes ao comando do Palácio do Buriti compareceram e, entre uma proposta e outra, não pouparam os adversários, na reta final das eleições, que ocorre no domingo.
Logo no início do debate, Rodrigo Rollemberg (PSB) disse que evitaria as agressões, já que “a população não está interessada em baixarias”. Mas atacou o governador Agnelo Queiroz (PT) quando ele disse que o suplente do candidato do PSB - Hélio Gambiarra -, que é senador, é acusado de pedofilia. “É muita coragem sua fazer essa pergunta, Agnelo”, iniciou Rollemberg para dizer que a escolha do suplente foi, na verdade, do PT. “Eu fui pedir substituição dele, preventivamente. E você nada fez. As minhas atitudes falam por si. Tenho convicção de que você não pode dizer a mesma coisa”, atacou.
Assunto esticado até o fim
Em uma sequência de críticas e direitos de respostas, Agnelo e Rollemberg esticaram o assunto “Hélio Gambiarra” até o fim do debate. “Você recebeu a denúncia da vítima, falou para nós e expulsamos ele do PT”, respondeu o governador.
“Agnelo, você está desesperado. Perdeu os argumentos. Se tiver denúncia comprovada, vou ao Conselho de Ética (do Senado) e peço a cassação. Agora você poderia ter tomado uma decisão política, mas foi fraco”, atacou o candidato do PSB.
Até o toninho...
Toninho do PSOL, ao perguntar ao governador se, reeleito, ele pretende manter as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), alfinetou: “Para mim, o programa de UPAs foi importado do Rio de Janeiro e tem interesses por trás”.
Mais adiante, quando comentou o suposto superfaturamento do Estádio Nacional de Brasília, o candidato do PSOL voltou a atacar: “Pela prática de obras superfaturadas, dá para ver o que é o elefante branco chamado Mané. Proponho uma auditoria independente para ver quanto custou. O mesmo com o BRT. A empresa que fez a obra foi muito generosa com as candidaturas aqui”.
Adversários com discursos alinhados
Luiz Pitiman (PSDB), em claro alinhamento ao discurso da chapa de Jofran Frejat (PR), lembrou o escândalo de corrupção na Petrobras, em mais um ataque ao governo do PT. “Brasília está com fama de cidade onde as irregularidades acontecem e ninguém faz nada”, respondeu o substituto de José Roberto Arruda.
Em outro momento, Pitiman chamou a população para uma “retomada no desenvolvimento”, assim como discursava o ex-governador que desistiu da candidatura. “Ou mudamos a política e a forma de fazê-la ou vamos desanimar do Brasil”, disse o candidato tucano.
Na dobradinha, Frejat completou: “Precisamos mudar a política, trabalhar com propostas. Vamos continuar discutindo questões sem relevância ou vamos mudar as coisas?”, discursou.
Concorrente direto do tucano, que de acordo com as pesquisas os colocam empatados com não mais que 5% das intenções de voto, Toninho também teve de responder aos ataques de Pitiman, quando mencionou as obras do centro administração do GDF, como cópia fiel do projeto de Aécio Neves (PSDB), em Minas. “Dentro da sua ideologia é difícil entender o que é uma PPP (parceria público-privada)”, criticou.
O debate
1. No primeiro bloco do debate, os candidatos usaram o tempo disponível para considerações iniciais, discursando sobre seus currículos e propostas.
2. Na segunda parte, os postulantes responderam a perguntas feitas por internautas e leitores do Jornal de Brasília.
3. O enfrentamento ficou para o terceiro bloco, quando eles foram sorteados para perguntarem aos concorrentes.
4. No quarto bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si.
5. Na quinta etapa, responderam a perguntas de entidades de classe do DF.
6. No último bloco, fizeram as considerações finais.
Saiba mais
Está previsto para esta terça, às 22h30, o último debate que será realizado antes das eleições do primeiro turno, promovido pela Rede Globo.
Fonte: Jornal de Brasília
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