O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), pedirá a convocação do ex-ministro amanhã
Novas denúncias envolvendo a Petrobras, alvo de duas CPIs no Congresso, tumultuaram a campanha neste fim de semana. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa teria afirmado, em depoimento sob condição de delação premiada aos investigadores da Operação Lava-Jato, que o ex-ministro Antonio Palocci pediu a ele R$ 2 milhões para o caixa da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010. Paralelamente, documentos internos da estatal mostram que um subordinado de Paulo Roberto desviou R$ 57,4 milhões no ano eleitoral de 2008, sendo demitido apenas depois que o chefe deixou o cargo. A oposição promete pedir ao menos duas convocações na CPI nesta semana e requerer cópias de documentos. A base aliada se irritou. A própria presidente Dilma classificou a acusação de “factoide” às vésperas da eleição.
No depoimento que presta ao Ministério Público e à Polícia Federal, Paulo Roberto Costa teria dito que foi procurado por Palocci há quatro anos a fim de obter uma doação para a campanha do PT. Ele repassou o caso ao doleiro Alberto Youssef, um dos quatro pivôs da Lava-Jato. O dinheiro foi pago? “Aparentemente, sim”, afirmou Costa, segundo a revista Veja, porque não foi mais procurado pelo ex-ministro.
Neste fim de semana, também veio à tona o resultado de uma sindicância interna da Petrobras que constatou que um subordinado do ex-diretor, o então gerente de Comunicação de Abastecimento Corporativo Geovane de Morais, desviou milhões de reais em 2008. Mas ele só foi demitido por justa causa no ano passado, quando Paulo Roberto Costa não integrava mais a empresa. Para se defender, Geovane foi à Justiça do Trabalho e afirmou que apenas cumpria ordens de “escalões superiores” para atender políticos em campanha eleitoral, segundo noticiou a revista Época.
Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), os dois casos merecem atenção e providências da CPI. “São menções de coisas inacreditáveis que contaminam o governo”, afirmou ele ao Correio ontem. Agripino defendeu que Geovane de Morais seja convocado pela CPI. “Impõe-se a convocação dessa figura. Espero que ele fale, reafirme isso e aponte os nomes dos políticos.”
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), pedirá amanhã a convocação de Palocci para depor na CPI, se possível, ainda nesta semana, quando a comissão deveria suspender os trabalhos por causa da proximidade das eleições. Se não for possível, ele tentará marcar o depoimento para 8 de outubro, quando também falará a ex-contadora de Youssef, Meire Poza. Bueno, no entanto, teme o esvaziamento da comissão. “A CPI do Cachoeira foi empastelada quando chegou à campanha de Dilma em 2010, às doações de empreiteiras e de empresas fantasmas.”
FONTE: CORREIOWEB
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