O GLOBO teve acesso ao documento que está em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Um e-mail entre executivos da Siemens, em 6 de fevereiro de 2006 e que está em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao qual O GLOBO teve acesso, demonstra que a empresa alemã estava negociando dividir com a Alstom a licitação para fornecimento de trens e manutenção no metrô do Distrito Federal. De acordo com o documento, um dos executivos diz que na tarde do dia seguinte, na sede da Serveng-Civilsan, outra empresa que participava da licitação, a Siemens faria mais uma tentativa de acordo com a Alstom. "Nossa última proposta foi uma divisão 50%-50%, onde a Siemens sairia vencedora", informa o executivo ao colega no e-mail. ...
Esse mesmo funcionário da empresa alemã narra o encontro que teria mantido com o então presidente do Metrô de Brasília, Paulo Victor Rada de Rezende, no dia 2 de fevereiro daquele ano, em Brasília. "Ficou claro que a vontade do cliente (o governo do DF) é de que a Siemens saia vencedora, porém ele ‘fica em cima do muro’".
O executivo alega a favor da multinacional que "um forte argumento a nosso favor é o fato das liminares da TTrans, MPE, Tejofran e SPA contra o edital focam todas na Alstom, alegando que o "edital estaria dirigido para a atual contratada" (sic). A concorrência foi vencida pelo consórcio Metroman, formado pela Siemens e Serveng-Civilsan.
O mesmo e-mail também dá a entender que a negociação no Distrito Federal estaria condicionada a um acerto nos lotes 1 e 2 da linha 4 do metrô de São Paulo. “Não tenho tocado no assunto com o amigo da Alstom para não tumultuar as negociações em curso, porém, não mudei de opinião quanto ao condicionamento da assinatura do acordo com Alstom no metrô DF à subcontratação da Siemens nos lotes 1+2 da linha 4. O Ramos andou dizendo ao Décio Tambelli do metrô SP, que não pode mais subcontratar a Siemens depois do caso Taulois/Ben-hur” (sic), diz outro trecho do email.
Ele se referia a dois engenheiros da Alstom - Luiz Antonio Taulois da Costa e Ben-Hur Coutinho Viana de Souza - que trocaram a empresa na qual trabalhavam pela Siemens, o que provocou uma briga entre as duas empresas, uma vez que eram esses profissionais que detinham os conhecimentos técnicos exigidos no edital. O consórcio integrado pela Alstom venceu a licitação em São Paulo.
A assessoria de imprensa da Siemens informou que a postura da empresa já foi manifestada em nota anteriormente divulgada. Essa nota, disponível no site da companhia, diz que a Siemens “coopera integralmente com o Cade, manifestando-se oportunamente quando requerido e se permitido pelos órgãos competentes. Tendo em vista que as investigações ainda estão em andamento, e a confidencialidade inerente ao caso, a Siemens não pode se manifestar publicamente quanto ao teor das matérias que têm sido publicadas pelos diversos veículos de comunicação. E espera que o assunto seja tratado com a devida seriedade e não como instrumento para qualquer outro uso ou interesse.”
Esse mesmo funcionário da empresa alemã narra o encontro que teria mantido com o então presidente do Metrô de Brasília, Paulo Victor Rada de Rezende, no dia 2 de fevereiro daquele ano, em Brasília. "Ficou claro que a vontade do cliente (o governo do DF) é de que a Siemens saia vencedora, porém ele ‘fica em cima do muro’".
O executivo alega a favor da multinacional que "um forte argumento a nosso favor é o fato das liminares da TTrans, MPE, Tejofran e SPA contra o edital focam todas na Alstom, alegando que o "edital estaria dirigido para a atual contratada" (sic). A concorrência foi vencida pelo consórcio Metroman, formado pela Siemens e Serveng-Civilsan.
O mesmo e-mail também dá a entender que a negociação no Distrito Federal estaria condicionada a um acerto nos lotes 1 e 2 da linha 4 do metrô de São Paulo. “Não tenho tocado no assunto com o amigo da Alstom para não tumultuar as negociações em curso, porém, não mudei de opinião quanto ao condicionamento da assinatura do acordo com Alstom no metrô DF à subcontratação da Siemens nos lotes 1+2 da linha 4. O Ramos andou dizendo ao Décio Tambelli do metrô SP, que não pode mais subcontratar a Siemens depois do caso Taulois/Ben-hur” (sic), diz outro trecho do email.
Ele se referia a dois engenheiros da Alstom - Luiz Antonio Taulois da Costa e Ben-Hur Coutinho Viana de Souza - que trocaram a empresa na qual trabalhavam pela Siemens, o que provocou uma briga entre as duas empresas, uma vez que eram esses profissionais que detinham os conhecimentos técnicos exigidos no edital. O consórcio integrado pela Alstom venceu a licitação em São Paulo.
A assessoria de imprensa da Siemens informou que a postura da empresa já foi manifestada em nota anteriormente divulgada. Essa nota, disponível no site da companhia, diz que a Siemens “coopera integralmente com o Cade, manifestando-se oportunamente quando requerido e se permitido pelos órgãos competentes. Tendo em vista que as investigações ainda estão em andamento, e a confidencialidade inerente ao caso, a Siemens não pode se manifestar publicamente quanto ao teor das matérias que têm sido publicadas pelos diversos veículos de comunicação. E espera que o assunto seja tratado com a devida seriedade e não como instrumento para qualquer outro uso ou interesse.”
Por Chico de Gois
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.