Partido vai
entrar com representação no Ministério Público Eleitoral após denúncia de
lobista do PMDB de que dinheiro de propina na Petrobras abasteceu campanha
petista
Tucanos querem ouvir Gabrielli,
ex-presidente da Petrobras, sobre denúncia de lobista do
PMDB
A liderança do PSDB na Câmara
anunciou hoje (10) que vai entrar com representação no Ministério
Público Eleitoral pedindo a investigação da denúncia feita por um lobista do
PMDB de que recursos originários de propina na Petrobras abasteceram a campanha
da presidenta Dilma Rousseff em 2010. Em entrevista à revista Época, João Augusto Rezende Henriques
conta que o PT recebeu US$ 8 milhões de pedágio cobrado de empresários que
firmaram contratos na área internacional da Petrobras.
“São denúncias graves, de desvio de
recursos públicos para a campanha petista, e que precisam ser apuradas. O
mínimo que se espera é que todos os envolvidos deem explicações convincentes. A
Petrobras é um patrimônio dos brasileiros e, pelo visto, também foi vítima
do modus operandi petista – de usar recursos públicos em benefício próprio”, declarou, em
nota, o líder tucano, Carlos Sampaio (SP).
O partido também pretende convidar o
lobista e o presidente da Petrobras na época, José Sérgio Gabrielli, a prestarem
esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa.
Citado por João Augusto, o tesoureiro da campanha
de Dilma, deputado José de Filippi Júnior (PT-SP), disse à revista que o
lobista não participou da arrecadação petista e que não o conhece. Apontado
como operador do PMDB, João Augusto disse que cobrava um pedágio dos
empresários que se interessavam em firmar contratos na área internacional da
Petrobras.
PMDB
De 60% a 70% do dinheiro arrecadado
tinham como destino o PMDB. Os principais beneficiários,segundo ele, eram os peemedebistas mineiros,
como o atual ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e o presidente da
Comissão de Finanças e Tributação, João Magalhães (PMDB-MG). Parte dos recursos
era utilizada para enriquecimento e outra parte para bancar campanhas
eleitorais, afirma o lobista.
O pedido dos tucanos também é baseado
em outra reportagem, da revista Veja, que sugere que o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski interferiu no
sumiço de pareceres técnicos que recomendavam a reprovação das contas do PT na
época do mensalão e da campanha de Dilma. “Há muita fumaça nessa história, muito mistério sobre as contas petistas”, diz Carlos Sampaio.
Sob pressão
As novas revelações tornam ainda mais tensas as
relações entre petistas e tucanos. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defende a
instalação de uma CPI na Câmara para apurar denúncias de cartel e corrupção no
metrô de São Paulo. O assunto ainda divide os petistas. O Ministério Público de
São Paulo determinou a abertura de uma série de investigações sobre o caso por
haver “fortes indícios e fortes evidências” da prática dos crimes de formação
de cartel e de fraudes em licitações do metrô e trens no estado durante as
gestões de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Reportagem publicada neste fim de semana pela revista IstoÉ conta que os tucanos paulistas foram
alertados pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas sobre as
irregularidades há cinco anos. O governador Geraldo Alckmin sustenta que só
agora tomou conhecimento do caso.
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