É como você cobrar a metade do preço da gasolina para quem tem
uma Ferrari e exigir o valor integral para quem tem um Fusquinha velho.
Assim que funciona a venda de ingressos para os jogos do
Campeonato Brasileiro no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Na arena, a de
melhor público na competição, nada menos do que 85% dos bilhetes foram vendidos
pela metade do valor.
Segundo os borderôs oficiais da CBF, foram vendidos 211.926
ingressos para os quatro jogos realizados no Mané Garrincha. Nada menos do que
180.048, ou 85% do total, foram meias.
A explicação para a farra está numa lei da capital do país, que
prevê desconto de 50% nos jogos de futebol para quem é funcionário público.
E isso em um lugar onde existe um abismo entre os rendimentos de
quem trabalha para o governo e para a iniciativa privada.
Segundo números do Dieese, Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos, a renda mensal do funcionário público é
praticamente quatro vezes a quem tem um patrão privado.
Em maio, último mês disponível, a média dos trabalhadores do
governo e de empresa estatais foi de R$ 5.483. Já na iniciativa privada o
rendimento era de apenas R$ 1.290.
No jogo entre Flamengo e Vasco, a entrada inteira valia R$ 100.
Isso significa que o trabalhador da iniciativa privada teria que gastar 8% da
sua renda média para comprar um ingresso para o Mané Garrincha.
Já o empregado do governo pagou R$ 50, não gastou nem 1% de seu
salário.
Projeto aprovado nesta semana pelo legislativo federal limita à
meia-entrada a 40% da carga total de ingressos, menos da metade dos jogos de
futebol em Brasília.
Filas em frente ao Mané Garrincha: rico paga meia; pobre, inteira
Fonte: Por Paulo Cobos, para o ESPN.com.br
Do ZigZag do Esporte.
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