Ricardo Ferraço (PMDB-ES) providenciou jatinho para Roger Pinto Molina.
Senador boliviano veio para o Brasil sem autorização do governo local.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), , disse nesta segunda-feira (26), após o anúncio da demissão do ministro das Relações Exteriores, AntonioPatriota, que houve "negligência" do Itamaraty e do governo federal no caso do senador boliviano trazido para o Brasil.
Ferraço foi o responsável pela viagem em jato particular do senador boliviano Roger Pinto Molina entre Corumbá (MS) e Brasília. Antes de chegar a Corumbá, Molina viajou durante 22 horas em território boliviano em um carro oficial brasileiro, embora não tivesse autorização do governo da Bolívia para deixar a embaixada do Brasil em La Paz, onde se encontrava asilado havia um ano.
“O governo brasileiro foi negligente com essa situação, com esses episódios. Ao conceder asilo político para Molina lá atrás, deveria ter se esforçado para fazer respeitar a decisão de dar asilo. Lá atrás, deu asilo, mas, depois de conceder, houve negligência geral em tratar de forma acessória tema de interesse geral”, declarou.
O senador disse preferir não especular o motivo da demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. A demissão foi motivada pelo episódio.
“Houve negligência não só do Itamaraty, mas também do governo.”
Patriota deixou o governo após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na noite desta segunda.
O Palácio do Planalto anunciou como novo ministro Luiz Alberto Figueiredo, atual embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Patriota passará a ser o novo representante do Brasil nas Nações Unidas.
O Itamaraty informou neste domingo não ter sido comunicado da ação, e anunciou a abertura de inquérito para apurar o caso.
O senador Ricardo Ferraço recebeu Molina em Corumbá e o levou em avião particular até Brasília. O senador disse ao G1 ter ficado sabendo da vinda de Molina no último sábado, dia em que ele chegou ao país.
“Eu tinha uma percepção de que alguma coisa aconteceria, mas não sabia quando nem onde. A situação do Molina estava bem complicada na embaixada do Brasil”, disse o parlamentar.
Ferraço informou que tinha contato com a diplomacia brasileira, que o mantinha informado sobre a situação de Molina.
O senador também disse que, antes da chegada do senador da Bolívia, estava em Vitória (ES), e seguiu para Corumbá em avião particular cedido por um empresário.
“Esse jato não é de nenhum familiar meu. É um jato que consegui emprestado com empresário que cedeu sem saber para onde iria nem para quem serviria a aeronave. [...] Não utilizei para lazer, apenas estava preocupado com a vida de uma pessoa”, disse Ferraço.
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