terça-feira, 26 de agosto de 2014

Adversários se unem contra Agnelo Queiroz


O início da propaganda em rádio e TV na disputa para o governo do Distrito Federal coincide com uma nova fase na campanha para os demais candidatos ao Palácio do Buriti. 

A partir de agora, quatro dos cinco candidatos prometem abrir uma frente contra o governador do Executivo local, Agnelo Queiroz (PT), apesar de ele não liderar as pesquisas de intenção de voto.

Segundo a última pesquisa Ibope, o ex-governador José Roberto Arruda tem 32% das intenções de voto, contra 17% do petista e 15% do senador Rodrigo Rollemberg (PSB). O servidor público Toninho do PSOL (PSOL) aparece com 6%, e o deputado federal Luiz Pitman (PSDB) também tem 6%...

A visão das coordenações de campanha de Pitman, Rollemberg e Toninho do Psol é tentar mostrar os problemas da atual administração como forma, inclusive, de tentar chegar à vice-liderança na disputa pelo governo. As campanhas desses candidatos devem adotar em eventos públicos um bordão utilizado por Rollemberg sobre a administração petista, segundo o qual houve, nos últimos quatro anos, um “apagão de gestão”.

Eles não admitem publicamente mas, nos bastidores, fala-se que o segundo lugar na disputa pode significar, na prática, a liderança, já que a candidatura de Arruda ainda está em fase de contestação nos tribunais.

Arruda teve seu pedido de registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) em 12 de agosto, por 5 votos a 2. Os desembargadores entenderam que Arruda está inelegível por aplicação da Lei da Ficha Limpa, após ter sido condenado por crime de improbidade administrativa pela 2ª Câmara Criminal do Distrito Federal. Arruda foi condenado por envolvimento no escândalo do “Mensalão do DEM”, desarticulado pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora. Na época, o iG antecipou os principais momentos da operação e publicou com exclusividade um vídeo em que Arruda aparecia recebendo suposta propina de Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do governo de Brasília.

Arruda, do outro lado, também tem interesse em mostrar as mazelas da administração petista. Para ele, mesmo com sua candidatura sendo questionada, existe uma chance de levar a disputa ainda no primeiro turno. E, nesse caso, o ex-governador dependeria apenas da anuência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou do Supremo Tribunal Federal (STF), dependendo da quantidade de recursos que foram interpostos, para ser diplomado. Arruda acredita que deve obter o seu registro de candidatura no TSE.

A disposição de Arruda contra Agnelo é tanta que durante discursos nos comitês e na campanha, o ex-governador tem feito pronunciamentos duros contra o petista. Alguns correligionários de Arruda vão além e falam até em “luta contra o petismo”.

“Não é ser contra o Agnelo. Mas vou lhe falar de uma outra forma. É necessário mostrar, nesse momento, os problemas da atual administração. Mostrar que Brasília pode tomar um outro rumo”, admitiu Arruda ao iG. “Existe um problema que precisa ser resolvido. E hoje o governo do Distrito Federal vive um problema de gestão claro. É isso que precisa ser combatido”, pontuou Pitman, dando o tom da campanha a partir de agora.

O governador Agnelo Queiroz, inclusive, acredita que pelo menos as campanhas de Pitman e de Arruda vão trabalhar em conjunto em um trabalho de “desinformação” das ações do governo. “Acredito que o que ocorre é muita desinformação, e isso ficará latente a partir de agora. Não há outra solução a não ser mostrar o que de fato fizemos em quatro anos. Agora, percebe-se claramente que há um trabalho conjunto das demais campanhas contra mim”, afirmou Agnelo.
Fonte: Por WILSON LIMA, iG Brasília / portal Estação da Notícia

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