quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Amigos do DF defendem postura de Marina Silva

Com discurso afinado, fundadores da Rede elogiam brandura aprendida com Eduardo Campos



Um discurso mais brando, cheio de dedos e que prega a renovação política. Esta é a receita que tem sido cumprida à risca pela candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB), na tentativa de se mostrar como terceira via, em oposição à presidente petista Dilma Rousseff e ao candidato tucano Aécio Neves. O discurso dos simpatizantes da ambientalista evangélica também está afinado. Pelo menos no DF, onde ela aparece em primeiro lugar na preferência doas eleitores, com 35% das intenções de voto. Os marineiros da capital são unânimes em dizer que ela representa o novo.
Um dos pontos nevrálgicos do discurso da ambientalista é a oposição ao agronegócio, que agora tem sido bem mais branda. "Tem muita gente que já está na vanguarda de integrar economia e ecologia", disse, na entrevista coletiva que anunciou a nova chapa do PSB.
"O meu conselho para Marina, pessoa por quem tenho muito carinho, é radicalizar na mudança política e ter muita responsabilidade e equilíbrio na área econômica", resume o deputado José Antônio Reguffe (PDT), candidato ao Senado e um dos partidários mais fiéis da ex-ministra. 
O deputado diz que Marina representa "renovação política" e isso deve ser uma das bandeiras defendidas por ela. "Para deixar a população tranquila, Marina precisa se cercar de pessoas qualificadas na área econômica, pessoas que sinalizem para a população que não haverá aventura na área econômica".
A estabilidade econômica, para o deputado, é uma conquista de todos os brasileiros. "E deve ser preservada", diz Reguffe. "A população quer viver num País sem inflação. Quando a Marina coloca que o regime de metas de inflação será respeitado é uma sinalização importante para o País", explica ele, que diz que tem mantido conversas por telefone com a presidenciável.
Pedido de votos na capital
Seguidor de Marina  no DF, o  distrital Joe Valle (PDT), que tenta novo mandato na Câmara Legislativa, diz que a moderação no discurso de Marina é, na verdade, uma homenagem a Eduardo Campos, candidato ao Planalto que morreu em um acidente aéreo há duas semanas. "Há a perspectiva de trabalhar o novo que ela defende, mas entendendo que havia acordos que precisam ser cumpridos. Política se constrói com acordos e gestos", arremata. 
Para ele, a boa performance de Marina nas pesquisas de intenção de voto deve se refletir no Distrito Federal. "Eu acredito que Rodrigo Rollemberg (candidato do PSB ao Governo do DF) tenha um crescimento substancial", disse. 
A candidata do PSB, à frente nas intenções de voto dos brasilienses, já aparece no programa eleitoral do senador, pedindo votos. As pesquisas já mostraram que tem dado certo. No levantamento do Ibope, divulgado anteontem, Rollemberg, que tinha 13%,  aparece empatado com o governador Agnelo Queiroz, com 16% das intenções de voto. Arruda permanece na frente, com 37%. 
O cientista político David Fleischer concorda que Marina pode alavancar a candidatura do senador do PSB: "Eu acredito que, no DF, ela será bem votada. E ainda vai puxar votos para o Rodrigo", opina. 
Marina tem tentado aproximar seu discurso do que era defendido por Campos, diz Fleischer. "Ele trabalhou para amenizar a postura dela com o eleitorado e com os doadores", disse o especalista. Para ele, Beto Albuquerque e a coordenadora de campanha, Luiza Erundina, ajudarão no trabalho de moderação. 


Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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