quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dilma rebate Saboia e diz que embaixada não é DOI-Codi.




Rafael Moraes Moura Tânia Monteiro

BRASÍLIA

Com duras críticas ao papel de defensor de direitos humanos encarnado pelo diplomata Eduardo Saboía? a presidente Dilma Rousseff rebateu ontem um dos principais argumentos do encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz ao afirmar que o DOI-Codi é tão distante da embaixada como o céudo inferno e a operação de fuga do senador Roger Pinto expôs o boliviano à situação de "insegurança".

Saboia tinha comparado o confinamento do senador à repressão da ditadura militar, Dilma sentiu-se afrontada por só tomar conhecimento do episódio depois que o senador já estava em território brasileiro e considerou a fuga uma "grave quebra de hierarquia", desafiando a autoridade dela e do ítamaraty. Em razão da crise, Dilma substituiu o chanceler Antonio Patriota pelo até há pouco representante do País na ONU, Luiz Alberto Figueiredo Machado.

"A embaixada do Brasil é extremamente confortável. Nós não estamos em situação de exceção, não há nenhuma similaridade (entre o caso de Pinto e a repressão brasileira). Eu estivei no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi, e asseguro a vocês: é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno, literalmente isso", desabafou a presidente, após participar de uma sessão solene do Congresso.

Dilma passou quase três anos; na prisão, de 1970 a 2972, no presídio Tiradentes, em São Paulo, Saboia afirmara ao Estado, em entrevista publicada ontem, que se sentia um "agente do DOI-Codi" e havia uma situação de Violação de direitos humanos do senador na embaixada. "Não tenho vocação para agente penitenciário", disse, fazendo a comparação que deixou a presidente indignada.

Negociação. 

Demonstrando insatisfação com os riscos durante deslocamento do senador por mais de 1.600 quilômetros, Dilma lembrou, que já havia avisado que ele só poderia deixar a embaixada com salvo-conduto do governo boliviano. "Negociamos em vários momentos o salvo-conduto e não conseguimos. Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança.

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