Apesar de a entrega estar agendada para dezembro, seu funcionamento ainda é incerto. Um dos principais motivos da criação e da execução do projeto do novo centro administrativo é a necessidade de diminuir os aluguéis
TATIANE ALVES
tsantana@jornaldacomunidade.com.br
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O novo Centro Administrativo do Governo do Distrito Federal está localizado em Taguatinga, próximo ao terminal rodoviário da cidade. A entrega da obra está prevista para dezembro. A finalidade dessa nova estrutura é centralizar toda a administração pública do DF que está espalhada por vários prédios na cidade. O órgão reunirá governadoria, secretarias e órgãos públicos da administração direta e indireta em um único espaço. Devem trabalhar no local aproximadamente 15 mil servidores.
O secretário‑chefe da Casa Militar do DF, coronel Rogério Leão, informou que a nova sede do GDF será entregue e inaugurada no dia 15 de dezembro, conforme o contrato firmado em 2009. O ambiente terá área reservada para supermercados, bancos, restaurantes e atrativos típicos de shopping center. Com isso, a expectativa é que passem pelo local cerca de 20 mil pessoas por dia. O governo acredita que a implantação nesta área irá gerar mais desenvolvimento para as regiões administrativas de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Águas Claras e Vicente Pires, além de aliviar a pressão sobre a área tombada do Plano Piloto. Uma vez que 60% dos servidores das pastas do GDF moram próximo da região do novo Centro Administrativo.
Apesar da data marcada para a inauguração, seu funcionamento ainda é incerto. A equipe do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) aponta dois problemas em contrato firmado com construtoras. O primeiro se refere ao projeto da Governadoria que, segundo ela, nem chegou a ser construído, e o segundo é a compra dos móveis.
O novo Centro Administrativo tem área total de 182 mil m², e contará com 16 torres, um prédio da governadoria, shopping com centro de convivência, um grande centro de convenções, estacionamento com capacidade para três mil veículos, bicicletário, além de estar localizado a 100 metros de uma estação de metrô e parada de ônibus. “É um empreendimento que vai dar toda a comodidade para o governo, para os servidores e população”, destaca o chefe da Casa Militar.
Apenas quatro pastas não irão funcionar em Taguatinga. Secretaria de Agricultura ‑ que possui instalação própria; Secretaria do Idoso ‑ que funciona em uma área de fácil acesso na estação 114 Sul; a Procuradoria; e a Secretaria de Segurança Pública. As demais pastas migrarão, por completo, para o Centro Administrativo. A expectativa é gerar uma economia de pelo menos R$ 9 milhões mensais ao deixar de pagar despesas com aluguel de imóveis e manutenção que, atualmente, são contratados pelo governo.
O governo informa que o consórcio já gastou R$ 600 milhões na construção do complexo. Com a obra entregue, o governo do DF começa a pagar pelo custo do complexo. Todo o valor do Centro Administrativo será pago ao longo de 21 anos e, depois disso, todo o complexo torna‑se patrimônio do governo do DF. “Esse empreendimento é uma parceria público‑privada (PPP). Por isso, dialogamos e acertamos tudo com o consórcio responsável, que é formado pelas empresas Via Engenharia e Odebrecht”, explicou o coronel.
Segundo Rogério Leão, o DF não gastou recursos com o complexo até hoje. E que essa é uma modalidade que o Brasil tende a seguir como exemplo, que o privado realiza seu empreendimento, coloca toda a tecnologia possível, disponibiliza ao Estado as necessidades que são demandadas e a partir daí, ele começa a cobrar mensalmente.
De acordo com a Casa Militar do DF, a matriz do Governo do Distrito Federal continuará sendo o Palácio do Buriti. O Centro Administrativo será um local de trabalho e o Buriti será destinado para solenidades, grandes eventos. O Centro Administrativo foi contratado no governo Arruda e o governo Agnelo Queiroz fez uma alteração no projeto da governadoria que exigiu um novo aditivo que não foi assinado ainda. Isso é um problema. Após a inauguração [do novo Centro Administrativo] a governadoria não estará pronta. Além disso, não foi prevista no consórcio a compra dos móveis.
Instalações encaminhadas
Na coletiva dada no dia 13 de novembro o coronel Leão afirmou que o estudos para a conclusão das instalações necessárias para funcionamento do prédio estão encaminhados para colocar tecnologia necessária nesse prédio e o mobiliário. Todos os aditivos estão finalizados na Procuradoria, aguardando os contatos deliberados no conselho gestor do centro, para conversar com o novo governo que se inicia.
O governador eleito Rodrigo Rollemberg declarou que tem a intenção de continuar com o projeto e deslocar todas as secretarias para o Centro Administrativo. Mas, ainda não é possível estabelecer um prazo, pois não basta só a conclusão do prédio, é necessário todas as condições técnicas para funcionamento do governo no local.
FONTE: http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2014-11-22/politica/9857