Um dia após Marta Suplicy deixar a pasta da Cultura, outros 14 titulares do primeiro escalão colocam o cargo à disposição
Em uma tentativa de arrefecer a crise deflagrada com o pedido de demissão de Marta Suplicy do Ministério da Cultura, o Planalto articulou um movimento para esvaziar o gesto da senadora petista — que, ao deixar a Esplanada, teceu críticas ao governo. A seis dias do prazo sugerido pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para que os ministros, “por uma questão de gentileza”, entregassem as cartas de demissão à presidente Dilma Rousseff, pelo menos 15 integrantes do primeiro escalão — incluindo o próprio Mercadante — já redigiram o pedido de saída. Muitos deles, entretanto, devem continuar no cargo.
O pedido de demissão coletiva, que só será analisado por Dilma a partir da semana que vem, quando ela retornar da reunião do G20, na Austrália, tornou-se um contraponto à carta de Marta Suplicy, que criticou a condução da política econômica do governo. A demissão da senadora petista será publicada no Diário Oficial de hoje.
Ontem, durante entrevista coletiva para tratar da pauta de competitividade da indústria, Mercadante explicou a ideia da demissão coletiva, alegando que a proposta surgiu de uma conversa dele com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Miriam Belchior. “É uma forma de demonstrar publicamente esse espírito que foi a campanha da presidente Dilma, de uma equipe nova em um governo novo: todo mundo formalizar essa gentileza para ela (a presidente) ter total liberdade”, ponderou.
Logo em seguida, Mercadante retificou o raciocínio, acrescentando que, mesmo sem esse “ato de gentileza”, a presidente tem toda liberdade para trocar a equipe ministerial. “Ela foi eleita, vivemos em um regime presidencialista e ela pode trocar o ministro que quiser quando achar oportuno. Mas é um gesto e, com todos os que conversei pessoalmente, foi entendido como uma gentileza. Um gesto de agradecimento e reconhecimento pela honra de ter participado deste governo”, emendou o chefe da Casa Civil.
FONTE: CORREIOWEB
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