Por Ricardo Callado
A partir de segunda-feira (01) faltarão trinta dias para o fim do governo Agnelo Queiroz (PT). Não tem muito o que fazer até a posse do novo governador. Será uma contagem regressiva. Se não atrapalhar muito, já faz um grande favor. O estrago está feito. Conseguir diminuir o tamanho do rombo nos cofres públicos, que vai entregar ao seu sucessor, é o mínimo para encerrar esse ciclo.
A Era Agnelo Queiroz é para ser esquecida. Ou lembrada para que não se cometam os mesmos erros. Foram quatro anos de arrocho, com a economia sufocada com falta de investimentos e calotes a empresas que prestam serviço a administração pública.
O governo do petista perseguiu empresas e adversários. Sufocou financeiramente setores da economia, causando desemprego e quebradeira. Não cumpriu acordos políticos. Apostou errado nessa tática, achando que conseguiria a submissão da sociedade organizada. Seu deu mal. Plantou ventos. Colheu tempestades.
Deu as costas para a cidade, enquanto tramava projetos megalômanos, como o Estádio Mané Garrincha, o projeto Cingapura, a nova cidade de 1 milhão de habitantes próximo ao Jardim Botânico e o Centro Financeiro Internacional, esquecia as necessidades básicas como cortar o mato, tapar os buracos nas vias públicas e oferecer segurança ao cidadão.
Agnelo colecionou erros administrativos e políticos. Assim, conseguiu a marca histórica de maior rejeição a um governador do Distrito Federal. Resultado: ficou pelo caminho não conseguindo ir sequer ao segundo turno das eleições 2014. Para completar, está afundando o PT local.
Na montagem do governo, pode se fazer a comparação a um caminhão de melancias. Foram muitas as baixas. Funciona assim: como Agnelo teve dificuldade de organizar o seu governo e escolheu nomes errados, durante o trajeto uma ou outra melancia caiu da carroceria e ficou pelo caminho. Em determinado trecho, as frutas foram conseguindo se acomodar de uma forma que o caminhão chegue, a duras penas, até o fim. E o fim está próximo.
Agnelo tentou vários freios de arrumação, mas nada de mudanças profundas. O governo não teve continuidade. Foram atropelos em sequência, devido a ineficiência até se confirmar um apagão de gestão. As principais pastas foram marcadas pela alta rotatividade. Alguns postos do primeiro escalão chegaram a ser ocupados por quatro, cinco ou seis secretários. O que dá em média mais de um por ano. A troca constante de secretários tem tudo para não dar certo. E não deu!
Agnelo encerra seu governo com apenas dois secretários empossados em 1ª de janeiro de 2011, quando iniciou seu governo. O primeiro é Hamilton Pereira. Não é uma melancia que sobreviveu, mas sim que passou do prazo. A sua área, de Cultura, foi uma das mais polêmicas. Muitos gastos em festas desnecessárias e denúncias de superfaturamento de cachês. E ainda deu calote em produtores culturais.
Para encerrar a tragédia, ainda foi desautorizado por Agnelo no fim de governo, quando afirmou que não aconteceriam as festas de fim de ano. O governador passou por cima de Hamilton e garantiu a realização dos festejos com dinheiro público. Mais gastos para o cofre do DF já combalido.
O segundo sobrevivente foi José Valter Vasquez, secretário de Transportes. Ele é um dos muitos braços do vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) dentro do governo. Zé Valter pode não completar o governo e dar adeus antes de 31 de dezembro.
Para coroar o seu trabalho, marcado pela licitação das empresas de ônibus que operam no sistema de transporte coletivo, foi indicado para o cargo de diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). Não resolveu o caos no transporte público, mas foi recompensado.
O caminhão de melancias de Agnelo derrapa, mas não para. No apagar das luzes, o governador trocou, na sexta-feira (28), o secretário de Segurança Pública e o comando da Polícia Militar. Agnelo deve ter colecionado nesses quatro anos de governos cerca de uns 150 integrantes do primeiro escalão. Isso nunca havia acontecido. Não tinha como dar certo mesmo! Tivemos muitos governadores, mas Agnelo foi o pior, sem dúvida.
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