Arquivo traz nomes e setores de atuação; alguns trabalham fora do DF. Secretaria não informou se médicos estão atendendo pacientes
Um documento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal obtido pela TV Globo mostra que 479 médicos da rede pública ocupam cargos administrativos. O arquivo traz o nome de cada médico e os setores onde trabalham.
Em outra lista é possível ver a quantidade de profissionais da saúde atuando em funções administrativas. Por este documento, há 32 pediatras, 25 clínicos, 13 ginecologistas e 13 médicos da família em cargos de direção e gerência...
Uma outra tabela mostra que dez médicos trabalham no gabinete da Secretaria de Saúde e indica que outros profisisonais atuam em diversos órgãos públicos federais, inclusive em outras unidades da federação, como Tocantins e Maranhão.
Os cerca de 3,6 mil médicos do DF ganham entre R$ 6 mil e R$ 15 mil. Aqueles que trabalham na secretaria ganham ainda um valor extra de acordo com o cargo que ocupa. A renda também pode ser aumentada com os plantões nos hospitais.
Durante a tarde desta quarta-feira (19), a equipe da TV Globo foi até a Secretaria de Saúde e mostrou os documentos. A assessoria da pasta não esclareceu se todos os médicos estão de fato sem atender pacientes.
Atestados
Nesta terça (18), o G1 mostrou dados do governo que apontam que a Secretaria de Saúde recebe 4,5 atestados médicos por hora. Os números tomam como base a quantidade de documentos entregues ao longo dos 273 dias entre 1º de janeiro e 30 de setembro deste ano -- 29.317. Ao todo, a pasta tem 35 mil servidores.
A quantidade de afastamentos chamou a atenção neste final de semana, quando médicos faltaram a plantões nos hospitais regionais da Asa Norte e de Ceilândia. A Corregedoria da Saúde começou a investigar os atestados apresentados pelos profissionais.
A secretaria informou que, dependendo do resultado da investigação, os profissionais poderão ser punidos e até mesmo exonerados. A pasta disse ainda que os diplomas poderão ser cassados caso fique demonstrado que não havia motivo para a falta. A apuração será feita em conjunto com o Conselho Regional de Medicina.
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