sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Somente 10% dos candidatos a cargos políticos do DF são negros


Entre os 1.182 postulantes a cargos públicos, 119 se intitulam negros. Para o cargo máximo no DF, não há candidato negro


Em um país onde os negros ainda são minoria nas universidades e nos cargos públicos, o meio político não poderia ser diferente. De acordo com as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente 10,07% (119) dos postulantes aos cargos de governador, vice-governador, senador e deputados federais e distritais se intitulam negros. A quantidade é pequena diante do número total de candidatos (1.182) e revela a dificuldade da parcela da população em se estabelecer como um representante da raça nas assembleias legislativas.

Para o cargo máximo do Distrito Federal (DF), não há candidato negro. São seis registros, todos de pessoas brancas. Apenas um dos vice-governadores se declarou negro — Renato Santana, pelo PSD. Ele é secretário-geral da sigla no DF. Não raro, durante caminhadas de campanha, é chamado de Barack Obama. Com aparência semelhante ao único presidente negro da história dos Estados Unidos, Santana compõe a chapa de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Para ele, a baixa participação de negros a cargos eletivos da se dá por um problema histórico no Brasil. “É resultado da nossa história de escravidão, de uma sociedade em que o negro tem menos espaço que o branco. Só o tempo vai minimizar essas taxas”, observa. Ele percebe a existência do preconceito racial no meio político, mas acredita que a discussão vai além disso. “Não temos de ficar na discussão se você é negro, pardo, branco ou amarelo. Temos que debater o que é necessário ser feito a fim de vivermos num mundo mais igual”, diz.

Senado
Entre os oito senadores registrados, só um é negro. O número cresce um pouco mais entre os deputados federais: ao todo 11 candidaturas, ou seja, 8,40% dos registros para o cargo. Um deles é Josué Barbosa Campos (PSol). O candidato passou por três partidos e não conseguiu apoio para levar o sonho de ser deputado adiante. Segundo ele, por ser negro e de classe baixa, nunca foi fácil ser aceito. “A dificuldade começa dentro do próprio partido. Tem prioridade quem tem dinheiro. Depois, se não tivesse dinheiro, tinha de ser branco. Por último, pensavam no negro. A política é só mais um setor onde o negro é discriminado. Para conseguir, tem que ser persistente”, afirma o candidato, defendendo a sigla em que está agora.


FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/08/01/interna_cidadesdf,440219/somente-10-dos-candidatos-a-cargos-politicos-do-df-sao-negros.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.