sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Comércio pede uso da Força Nacional se operação de PMs persistir no DF

Documento elaborado por empresários será entregue ao governador.
Comandante diz que cinco líderes de operação estão sendo investigados.


É preciso dar um basta na violência. O cidadão não pode continuar refém do crime, da irresponsabilidade de alguns policiais e da falta de planejamento do governo"
Trecho de documento elaborado por empresários do setor comercial para ser emtregue ao governador Agnelo Queiroz
Empresários e representantes do setor produtivo divulgaram na manhã desta sexta-feira (31) um manifesto em repúdio à falta de segurança pública no Distrito Federal. Eles destacam o registro de mais de 100 crimes contra bares e restaurantes, 92 em farmácias e cerca de 130 postos de combustível em janeiro.
“É preciso dar um basta na violência. O cidadão não pode continuar refém do crime, da irresponsabilidade de alguns policiais e da falta de planejamento do governo”, diz o documento, que vai ser entregue ao governador Agnelo Queiroz.
Entre as propostas feitas pelo grupo estão a convocação da Força Nacional caso a operação tartaruga persista, implantação de política integrada entre polícias Militar e Civil, ampliação do número de câmeras de vigilância e investimento em iluminação pública, convocação de policiais aprovados em concursos e retirada das ruas de pessoas viciadas em drogas (veja lista ao final deste texto).
Nesta sexta, o comandante-geral da Polícia Miliar, Anderson Moura, anunciou que cinco policiais estão sendo investigados por "inflar os colegas" e que podem ser punidos. Ele afirmou que as punições podem variar entre advertência e expulsão da corporação.
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Governador Agnelo Queiroz se reúne com cúpula de segurança pública do DF (Foto: Raquel Morais/G1 DF)Governador Agnelo Queiroz reunido com cúpula da segurança pública do DF na manhã desta sexta-feira (Foto: Raquel Morais/G1 DF)
“Todos nós sofremos as consequências da falta de ação da PM”, disse. “[Nossa decisão] significa uma reação enérgica do comando. Estaremos na rua com todos os nossos comandantes, nossos oficiais, apoiando os policiais e eventualmente cobrando dos que estão se recusando a fazer.”

Após reunião com a cúpula da segurança pública na manhã desta sexta, o governador Agnelo Queiroz pediu que os comandantes cobrem da tropa o cumprimento de suas obrigações. Ele afirmou que um pequeno grupo, com “interesses políticos”, é que tem insistido na operação da forma como ela vem ocorrendo.

“A vida é a coisa mais importante. A vida é mais importante que a política. Por isso que a PM tem a obrigação de garantir a segurança pública do DF. Nossa PM tem comando”, disse Agnelo. “Não [vamos] admitir em hipótese alguma que meia dúzia de pessoas, com atitudes inclusive covardes, possam colocar em risco a segurança do nosso povo. [Eles] não têm direito de colocar a vida das pessoas em risco."
A população do Distrito Federal não pode confundir toda uma instituição com gestos abomináveis, como a de alguns covardes comemorando a morte de inocentes"
Agnelo Queiroz, governador do DF
“A população do Distrito Federal não pode confundir toda uma instituição com gestos abomináveis, como a de alguns covardes comemorando a morte de inocentes”, completou
Agnelo

Aumento da violência
Na manhã desta quinta-feira (30), o número de homicídios no DF já era 38,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, 68 homicídios haviam sido registrados no DF entre o dia 1º e a manhã desta quinta-feira, 19 a mais que nos 31 dias do mesmo mês de 2013.

Sem reajuste salarial, PMs do DF deflagraram em outubro uma operação tartaruga, para cobrar reajuste salarial, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios aos que estão em atividade e reformados. Eles dizem que só encerram o movimento quando o GDF negociar com a categoria.

'Refém do medo'
Na manhã desta quinta, o governador do DF criticou a postura dos PM que aderiram à operação tartaruga. "A Polícia Militar tem todo o direito de reivindicar, o que eles não têm direito é de colocar em risco a vida da população. O GDF vai tomar todas as medidas necessárias para que Brasília não se torne refém do medo", disse Agnelo.

A declaração do governador foi feita durante a inauguração da duplicação de 1,5 quilômetro da DF-451. De acordo com o secretário de Comunicação, André Duda, as recentes notícias de violência, incluindo a morte de um homem em frente ao prédio dele, em Águas Claras, em uma tentativa de assalto, motivaram o comentário.
Leonardo Almeida Monteiro, de 29 anos, voltava da academia e estacionava o carro na porta quando foi abordado por três homens. Testemunhas afirmam que crianças que brincavam no prédio viram a cena e gritaram, para alertá-lo. A vítima tentou correr, mas foi atingida no pescoço (veja vídeo ao lado).

Confira íntegra do documento elaborado pelos empresários
"Manifesto dos setores de comércio, serviços e turismo em repúdio à violência no DF
O setor produtivo do Distrito Federal, representado neste documento por diversos segmentos dos setores do comércio de bens, serviços e turismo, manifesta o seu repúdio à falta de segurança pública no DF. O agravamento da situação requer a adoção de medidas imediatas para preservar a vida dos cidadãos.

Somente neste mês de janeiro foram registrados mais de 100 incidentes criminosos nos setores de bares e restaurantes, 92 em farmácias, 60 em supermercados e cerca de 130 em postos de combustíveis. É preciso dar um basta na violência. A população não pode continuar refém do crime, da irresponsabilidade de alguns policiais e da falta de planejamento do governo.

Diante dessa situação, os empresários da capital do País sugerem ao governador Agnelo Queiroz a implementação das seguintes propostas:

1- Convocação da Forca Nacional de Segurança Pública para dar apoio ao Distrito Federal caso persista a operação tartaruga da Polícia Militar.

2- Policiamento ostensivo nas ruas e alocação dos policiais em suas atividades fins. Hoje, muitos PMs estão deslocados de suas funções ou cedidos a outros órgãos do governo.

3- Implementação de uma ação integrada entre as polícias militar e civil e as demais forças de segurança pública, além de uma cooperação com as forças de segurança dos Estados vizinhos.

4- Ampliação do número de câmeras de vigilância do sistema do próprio do GDF e sua utilização em locais considerados de risco e com maior frequência de assaltos.

5- Assegurar que os conselhos de segurança funcionem de forma efetiva a fim de permitir a adoção de medidas práticas que possam dar segurança à população.

6- Ampliação do investimento em iluminação pública.

7- Realização de uma ação social ampla para retirar das ruas os viciados em drogas e menores em condições degradantes e oferecer tratamento a esses indivíduos.

8- Convocação imediata dos policiais militares e civis que foram aprovados em concursos.

Os empresários do DF acreditam que essas são questões fundamentais para o enfrentamento da criminalidade na capital do País. Assinam este manifesto as seguintes entidades:
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Distrito Federal (Abrasel-DF)
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH)
Associação Comercial do DF (ACDF)
Associação das Empresas do Setor de Indústria, Abastecimento, Transporte, Cargas e Inflamáveis do DF (AESIATI-DF)
Associação dos Supermercados de Brasília (Asbra)
Brasília Convention Bureau
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL)
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF)
Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF)
Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF)
Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma-DF)
Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-DF)
Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar)
Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper-DF)"
FONTE:
    http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/01/comercio-pede-uso-da-forca-nacional-se-operacao-de-pms-persistir-no-df.htm
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