Oposição critica uso de computadores do Planalto e irá cobrar explicações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira que não cabe a ele atuar em eventual investigação sobre o uso da rede de internet do Palácio do Planalto para fazer alterações nos perfis de dois jornalistas na Wikipedia. Os perfis de Miriam Leitão, colunista do GLOBO, e Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, foram mudados com o objetivo de criticá-los. Segundo Janot, isso deverá ser analisado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
Segundo Janot, caso deverá ser analisado pela Procuradoria da República no Distrito Federal - Givaldo Barbosa / O Globo (20/09/2013). ...
- O fato não desperta atuação direta do procurador-geral da República. Então o fato deverá ser apreciado pelos colegas da Procuradoria da República no Distrito Federal. E deve ser enfrentado também no âmbito disciplinar próprio da previsão do serviço público - afirmou Janot.
O procurador-geral evitou avaliar a gravidade dos fatos:
- Fica difícil fazer uma avaliação sem conhecer os fatos. Emitir um juízo de valor agora seria leviano. O Ministério Público não fala o que vai fazer, mas se pronuncia sobre fato concreto.
Líderes da oposição irão cobrar explicações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República sobre denúncia. O IP 200.181.15.10 da Presidência foi usado para fazer alterações nos textos em maio do ano passado com o objetivo de criticá-los. A oposição criticou o uso de IP da Presidência para esse tipo de medida.
— Não conseguiram, de maneira institucional, controlar o conteúdo da mídia e agora partem para atitudes criminosas na busca de descredenciar conceituados e acreditados jornalistas da imprensa nacional. E a gravidade é tamanha, que o Palácio do Planalto lava as mãos, dizendo que é impossível localizar os responsáveis. Uma omissão condenável e que mostra que a presidente Dilma (Rousseff) perdeu o controle sobre seus subordinados que estão agindo partidariamente - afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA).
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) disse que apresentará requerimento de informações, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa, pedindo ao Gabinete de Segurança Institucional que investigue e informe de onde foram feitas as alterações:
— É a sanha intervencionista e manipuladora do PT, os aparelhos petistas dentro do próprio Planalto. Nem a instituição Presidência da República fica à salvo. Se o Gabinete de Segurança Institucional não descobrir, mostra o nível de despreparo e de incompetência. O Gabinete é responsável por informações relacionadas à Presidência e não pode ser instrumento para acobertar esse tipo de ato condenável.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), endossa as críticas a esse tipo de procedimento.
— Quando a gente observa esse tipo de denúncia, entende o porquê da pressão do PT pelo controle da mídia. Se tratam dessa forma a informação na internet, quando o controle da mídia vier será censura a toda prova. A Miriam é uma comentarista muito equilibrada, tem artigos favoráveis ao governo. E o Planalto, manda fazer a coisa, sabem como fazer e tentam apagar o rastro. É um ato condenável sob todos os aspectos. Uma estrutura funcional tem que ter seus limites. O Palácio do Planalto não pode ter computadores e ferramentas à disposição de militantes do PT. É mais um exemplo do aparelhamento do Estado pelo PT. Vamos pedir informações e explicações — disse Rubens Bueno.
Uma das alterações no perfil de Miriam Leitão, associou a colunista ao banqueiro Daniel Dantas, afirmando que ela teria feito "a mais corajosa e apaixonada defesa de Dantas, ex-banqueiro condenado por corrupção, entre outros crimes. No caso de Carlos Alberto Sardenberg, o texto dizia que o âncora da CBN e da Rede Globo era um forte crítico das políticas econômicas de Lula e Dilma. Também foram incluídos comentários para atacar o jornalista pelo fato de ele ser irmão do diretor Federação Brasileira dos Brancos (Febraban), Rubens Sardenberg. "A relação familiar denota um conflito de interesse em sua posição como colunista econômico”, publicaram na enciclopédia colaborativa virtual.
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