Juiz defende pena de morte para magistrado
corrupto
O juiz Roberto Bacellar, candidato à presidência da Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB), defendeu pena de morte para juízes corruptos. "Não se
admite pena de morte no Brasil, eu sou contra a pena de morte, mas para esse
tipo de autoridade, como juiz, como polícia, que pratica atos de corrupção, aí
até mesmo a pena de morte eu acho que seria adequada no País. É duro isso que
estou falando, mas é porque quem tem o dever de dar proteção para o cidadão, de
ser firme, correto, não pode ser corrupto."
As declarações de
Bacellar agitam a toga. Aliados consideram que ele foi "imprudente"
ao pregar a pena capital para os próprios pares envolvidos com malfeitos.
Adversários fazem críticas. Há 24 anos na carreira, ele é juiz estadual no
Paraná, onde já integrou o Conselho Estadual de Direitos Humanos, e preside a
Escola Nacional da Magistratura. Sua manifestação foi publicada em 1.º de julho
pela imprensa do Piauí. Em campanha, Bacellar fez conferência com jornalistas e
falou sobre a valorização de sua classe.
A AMB aloja cerca de 15
mil juízes em todo o País, é a maior e mais influente entidade da classe.
Bacellar é candidato da situação. Tem o apoio do presidente Henrique Nélson
Calandra. Sua plataforma eleitoral prega o resgate "da força da
magistratura para um País melhor". No dia 12, Bacellar lança sua chapa com
o slogan "AMB para os magistrados, Justiça para o Brasil".
Durante a entrevista, ao
abordar o envolvimento de juízes com venda de sentença e o crime organizado,
ele declarou: "Isso não é uma prerrogativa, uma exclusividade do Poder
Judiciário, todos os poderes têm as suas mazelas, em todas as profissões, mesmo
na área do jornalismo, a gente vai encontrar bons e ruins. Temos como ponto de
honra trabalhar na valorização do bom juiz. O juiz é aquele que presta um
serviço público relevante à sociedade".
Após falar em pena de
morte para autoridades corruptas ele fez uma ressalva, pela garantia do direito
de defesa a todos. "Outra coisa é dizer que as pessoas vão ser afastadas
de imediato, sem o devido processo legal. Isso não é possível, todo criminoso, pelo
mais grave crime que cometa, tem de ser submetido ao devido processo legal, tem
de ter o direito de se defender, seja um jornalista, seja um advogado, seja uma
pessoa da comunidade. Não admitimos que, seja juiz ou não, seja julgado sem o
devido processo legal."
'Expressão metafórica'.
Nesta quinta-feira, 08,
Bacellar disse que sua declaração em defesa da pena de morte "é
metafórica, força de expressão". "Sou absolutamente contra a pena de
morte", afirmou. "A pena de morte não existe no Brasil, nunca vai
existir, é cláusula pétrea. Sou a favor do agravamento das penas para os crimes
de corrupção, em todos os aspectos, civil, administrativo, econômico e penal.
No contexto da entrevista falamos sobre prerrogativas e segurança dos
magistrados e também sobre corrupção, grande mal do País." Calandra, atual
presidente da AMB, depõe a seu favor: "Bacellar é um cristão extremamente
devotado, sensibilíssimo, jamais defenderia pena de morte. Colegas da oposição
se aproveitam para botar pimenta no acarajé alheio". As informações são do
jornal O Estado
de S.Paulo.
FONTE:
Jornal de Brasília e Agencia Estado
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