sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ex-vice-governador do DF é suspeito de integrar esquema de alvarás

 

  • Paulo Octavio Pereira, ex-vice-governador do DF Paulo Octavio Pereira, ex-vice-governador do DF

O ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octavio Pereira, é suspeito de participação em suposto esquema de concessão irregular de alvarás para empreendimentos imobiliários em Brasília. Durante a Operação Átrio, deflagrada nesta quinta-feira (7), a Polícia Civil fez buscas em dois escritórios e na casa do ex-vice-governador, um dos principais empreiteiros da capital federal. No fim da tarde, ele prestou depoimento e negou envolvimento em fraudes.

As investigações começaram em 2011, por iniciativa do Ministério Público do DF. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que servidores públicos recebiam vantagens para liberar alvarás de grandes empreendimentos sem o cumprimento de exigências, como os estudos de impacto de vizinhança e de tráfego.

"A suspeita é de que criavam dificuldades para os empresários para depois ter as facilidades", afirmou o diretor geral da Polícia Civil, delegado Jorge Xavier.

A Justiça autorizou a prisão temporária --até 5 dias-- dos administradores de duas cidades-satélites do DF, espécies de subprefeitos: Carlos Sidney de Oliveira, de Águas Claras, foi detido pela manhã. Na casa dele, os policiais encontraram R$ 50 mil em dinheiro. Ouvido, o servidor disse que a quantia provém de seus rendimentos. Carlos Alberto Jales, gestor de Taguatinga, não foi localizado e era considerado foragido nesta quinta-feira.

   Construtoras são investigadas por suposto pagamento de propina a auditores fiscais em troca de redução do ISS para conseguir o Habite-se de empreendimentos

 
A Polícia Civil pretende apurar se um grupo de empresários pagou propina para liberar as licenças ou foi achacada. Os policiais explicaram que algumas construções obtinham licenças e autorizações em tempo recorde, não condizente com um processo normal. Além de Paulo Octavio e dos administradores, outras nove pessoas, entre empresários, comerciantes e funcionários de empresas, são investigados.
 
Entre os empreendimentos listados no inquérito, consta o JK Shopping & Tower, erguido em Taguatinga pelo grupo Paulo Octavio, pertencente ao ex-vice-governador, cuja inauguração está prevista para o próximo dia 16. A Justiça expediu mandado de condução coercitiva para Paulo Octavio prestar depoimento na Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) do DF. Porém, o empresário não foi localizado em sua casa pelos policiais. À tarde, ele se apresentou acompanhado do advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

A Polícia Civil não detalhou a participação de cada investigado no suposto esquema, alegando prejuízo às investigações. "Ele (Paulo Octavio) foi ouvido na condição de suspeito", limitou-se a dizer o delegado da Deco, Fábio Santos de Souza.

Após o depoimento, Octavio negou qualquer irregularidade e disse que os trâmites para a concessão de licenças, autorizações e alvarás para os empreendimentos de suas empresas ficam a cargo de escritórios terceirizados. Ele disse estranhar que seu nome venha à tona na investigação quando seu nome reaparece na cena política.

Octavio era vice do ex-governador José Roberto Arruda, que renunciou em meio ao escândalo de corrupção investigado na Operação Caixa de Pandora, em 2010. Ele assumiu o governo por pouco tempo, mas renunciou alegando falta de condições políticas. Recentemente, aderiu ao PP, da base do governador Agnelo Queiroz (PT), e não descarta um projeto eleitoral para 2014.





 

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