quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Marina é “boa opção” e Dilma está longe da “realidade”, diz Steinbruch

'Recuos do PSB mostram bom senso; empresas estão prestes a demitir'

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KENNEDY ALENCAR
SÃO PAULO
Presidente da Fiesp e um dos maiores empresários do país, Benjamin Steinbruch diz que Marina Silva (PSB) “é uma boa opção para o Brasil andar para frente”. Ele avalia Dilma Rousseff (PT) como uma presidente que “se distancia da realidade”, mas que pode “sair vencedora” se corrigir “más experiências”.
Para Steinbruch, o desemprego será um tema importante da campanha presidencial no segundo turno. Ele afirma que já ocorrem demissões no interior paulista. Em entrevista ao SBT, o empresário diz:  ”Se a gente não fizer algo, e rápido, o desemprego vai estar aí. A gente vai ter um segundo turno discutido em torno de demissões”.
O empresário, que é o principal acionista e executivo da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), teme que não haja mais tempo para o próximo presidente fazer um ajuste gradual na economia. “Já estou achando que vai ter que ser mais agressivo. (…) Quanto mais a gente retarda esses ajustes, mais drásticos eles têm que ser.”
Steinbruch não considera Marina “uma incógnita”. “Ninguém vai conseguir fazer nada sozinho. Então, depende muito de quem forem os escolhidos para ajudar a Marina ou a presidente Dilma no próximo governo. Eu acredito que vale muito mais o time do que a pessoa em si.”
Sobre o tucano Aécio Neves, do PSDB, que hoje estaria fora do segundo turno, de acordo com as pesquisas, Steinbruch afirma: “Tinha uma oportunidade boa. Estava construindo uma campanha forte. Foi atropelado, como todos, por uma onda. Ainda não terminou. Vamos ver qual é o final da história”.
Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Steinbruch diz que Dilma “trabalha duro, quer acertar”. No entanto, “centralizou bastante as decisões”. Segundo ele, Dilma “fez do jeito que achava certo, tentando acertar, mas, na verdade, faltou discussão, faltou entendimento, faltou convergência com o mercado”.
Na opinião de Steinbruch, Dilma governa fechada “em si mesma”. Acredita que, “talvez pela maneira dela ser dura com as pessoas, inibe aqueles que a cercam de falar a verdade ou de levar os problemas para ela”. E isso, resultaria, diz o empresário, num processo que a “distancia da realidade”.
“Hoje, por exemplo, eu digo que tem dois Brasis: tem o Brasil de Brasília e tem o Brasil do dia a dia, da produção e do emprego daqui de São Paulo. A gente está vivendo a iminência de ter que demitir. E empresário nenhum gosta de demitir. A última coisa que a gente quer fazer é demitir.”
Ao analisar as chances dos principais candidatos ao Palácio do Planalto, Steinbruch afirma que Dilma “é favorita por ser presidente e ter a máquina de governo à sua disposição”. Mas acha que Marina tem “substância” e “consistência”, porque resistiu a “12 minutos de bombardeio do PT mais 6 minutos de bombardeio do PSDB e se defendeu com 2 minutos do PSB”.
No horário eleitoral gratuito, Dilma tem 11 minutos e 24 segundos. Aécio, quatro minutos e 35 segundos. E Marina, dois minutos e três segundos.
Steinbruch critica o bombardeio de PT e PSDB contra Marina. “Não gosto muito quando todo mundo começa a bater, entendeu?” Avalia que os recuos de Marina são demonstrações de “bom senso”. “O ato de você corrigir, para mim, é positivo. (…) Se for mudar pra melhor, por que não?”.
Acredita que Marina é uma candidata “competitiva” e que será uma eleição na qual vai prevalecer “quem falar para o coração das pessoas”.
Na economia, diz que “estamos caminhando para uma recessão”. Questionado se faltaria confiança na política econômica, respondeu: “Falta política econômica”. Ele diz faltar também “previsibilidade em termos de governo”. “Se você perguntar qual é a política industrial do Brasil, ninguém sabe responder.”
Diz que o principal erro do governo “é gastar o dinheiro de forma desordenada”. Defende as reformas trabalhista e tributária. Nega que flexibilizar as leis trabalhistas signifique retirar direitos sociais.
PINGUE-PONGUE
Getúlio Vargas: Foi um homem que mudou o Brasil.
Juscelino Kubitschek: Foi outro homem que mudou o Brasil. Cada um da sua forma. Cada um no seu tempo.
Ditadura militar de 64: Foi uma coisa que muitos países passaram, principalmente os países emergentes. E que o Brasil passou. Acho que aprendeu com isso. Agora, temos na firmeza nas instituições e no regime democrático que vivemos.
José Sarney: Representa uma transição.
Fernando Collor de Mello: Representou uma oportunidade.
Itamar Franco: Foi uma surpresa.
Fernando Henrique Cardoso: Estabeleceu as condições para um novo Brasil.
Lula: Aproveitou essas condições e melhorou-as.
Dilma Rousseff: Teve o cenário internacional contra ela. Teve expostas fraquezas que já vinham de governos anteriores, principalmente nas instituições publicas. Pode se sair como vencedora se tomar as medidas certas com relação a essas más experiências que temos vivido.
Marina Silva: Marina Silva é uma boa opção para o Brasil andar pra frente.
Aécio Neves: Gosto do Aécio. Acho que ele tinha uma oportunidade boa. Estava construindo uma campanha forte. Foi atropelado, como todos, por uma onda. Ainda não terminou. Vamos ver qual é o final da história.
Veja a íntegra da “Entrevista da Semana” ao SBT:


FONTE: BLOG DO KENNEDY

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