segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Menos agressão e mais debate para chegar ao segundo turno

Especialista dá dicas de como devem se concentrar as campanhas. Ganhará a eleição quem permanecer no debate de ideias, explica um especialista

Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br

A partir da próxima segunda-feira, começa uma nova campanha eleitoral no DF, com a definição dos concorrentes ao segundo turno. O cenário, ainda é indefinido com o governador Agnelo Queiroz (PT) e Jofran Frejat (PR) empatados tecnicamente em segundo lugar na preferência dos eleitores. Rodrigo Rollemberg (PSB) segue como líder isolado, segundo as pesquisas de intenções de voto. 
A campanha de ataques pessoais deve se acirrar nesta etapa. Para o publicitário Chico Santa Rita, as eleições deste ano apresentam uma peculiaridade, que ele chama de “deformação do marketing político”. “Esses excessivos ataques e as situações que não são claras, mentirosas e até absurdas deveriam ser evitadas no segundo turno”, opina. 
Ganhará a eleição quem permanecer no debate de ideias, explica Santa Rita. “O que eu recomendo é que os candidatos vão fortemente para o debate político, de ideias, não só políticas, mas daquilo que a cidade, o estado, precisa”, explica.
É a oportunidade de se debater os rumos para o futuro da cidade, no segundo turno, e propor soluções, conforme o veterano do marketing político. “O DF está cheio de problemas e carências. Este é o momento de se discutir isso e não entrar em linha de mentiras, ataques e promessas vazias”, destaca.
Ele explica que o eleitor está de olho nos candidatos e vai se decidir, de acordo com as propostas e não ataques. “Eu acho que Brasília precisa é de um verdadeiro e profundo debate das situações que a cidade tem, para melhorar a vida da população. E E os problemas que assolam a capital não são fruto só de uma administração, mas de uma história toda”, considera.

zero a zero
Em uma coisa as campanhas de Rollemberg, Frejat e Agnelo concordam: segunda-feira começa tudo de novo. “As condições se igualam na propaganda gratuita, as atenções se voltam todas para apenas dois candidatos. A alma deles aparece no segundo turno”, afirma a campanha de Frejat. “Segundo turno, historicamente, é uma outra eleição”, dizem os petistas de Agnelo. “Com pouco tempo de campanha e muito tempo de TV”, completa a campanha de Rollemberg.

Prontos para o enfrentamento
As três campanhas não revelam suas estratégias para o enfrentamento, mas garantem que estão preparadas para os embates. Frejat diz que insistirá no programa de governo da coligação, na tentativa de continuar a herdar os votos do ex-governador José Roberto Arruda (PR), que desistiu de concorrer, após ser barrado pela Justiça Eleitoral. “Não vamos mudar muito a sequência”, garante.
“A estratégia  depende, em parte, do adversário que teremos”, pondera a coordenação da campanha de Rollemberg. Ele diz não ter cartas na manga, mas o candidato deve continuar a participar dos debates e em contato com a população. A presença de Marina Silva, candidata favorita dos brasilienses, segundo as pesquisas eleitorais, é certa no palanque. Ela certamente virá a Brasília e estará nos programas e  material de propaganda, acredita o comando de campanha, que pretende fazer pelo menos um grande ato com ela.
“Nunca houve o sentido de provocação”, diz a campanha de Agnelo, quando perguntado se partirão para o enfrentamento, como já ocorreu com Rollemberg na campanha de primeiro turno. “Ele escondeu o fato de ter conseguido emprego no Senado por influência da família. Escondeu também que fez concurso mais tarde e foi reprovado”, alfineta.
pontodevista
 
“O eleitor também gosta da troca de baixarias entre candidatos”, arrisca o cientista político Paulo Kramer. Ele argumenta que programas de televisão que exploram o enfrentamento têm grande audiência no Brasil. “Os candidatos são barraqueiros porque são representativos do povo, que é barraqueiro também”, critica, para, depois, contemporizar: “Mas é uma perda de tempo precioso que poderia ser aplicado na discussão de propostas para melhorar a vida do cidadão brasiliense”. 
  
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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